Olá Buteco, bem-vindos!
Iniciamos mais um Brasileirão,
dessa vez com a promessa de que esta será a competição prioritária da
temporada. Na prática, tenho lá minhas dúvidas sobre a viabilidade dessa
priorização. Um exemplo prático: jogaremos contra o Central Córdoba amanhã, em
casa, enquanto domingo estaremos no Sul para o jogo contra o Grêmio pelo
Brasileirão. Teoricamente, jogo de amanhã é perfeitamente gerenciável, enquanto
o maior desafio é o jogo do fim de semana. E aí, vamos poupar a dupla de zaga e
o Pulgar, jogadores que, findado o campeonato carioca, vêm jogando todas? Danilo
ainda não terá condições de jogo para amanhã, previsão é que ele esteja pronto
apenas no domingo. Então, vamos para um jogo de Libertadores com Cleiton e João
Vitor na zaga e Evertton Araújo e Allan no meio?
Vejam, controlar o risco dessas
escolhas não é uma tarefa simples. No Campeonato Brasileiro, geralmente empate
é derrota, tirando os poucos jogos onde você está encarando os times que
realmente brigarão pelo título. O empate contra o Inter, por exemplo, foi administrável.
Mas contra o Grêmio não será, time deles está longe de brigar por vaga direta
na Libertadores. Zero surpresa a derrota deles para o Ceará, fora de casa, na
última rodada. Pelo contrário, me surpreendeu a fácil vitória sobre o Atlético-MG
na estreia. Assim, o Flamengo tem que ganhar o Grêmio de qualquer maneira (até
para compensar o empate em casa contra o Inter) e depois temos Juventude e
Vasco, jogos em que também precisamos vencer de qualquer maneira. Dois pontos
que você deixa em uma partida dessas, certamente vão fazer a diferença na
frente.
Nos últimos 10 anos, o Flamengo conseguiu
fazer 70 pontos ou mais por seis vezes. Fomos campeões em duas: 2019, disparada
a melhor campanha dos pontos corridos com 20 clubes, e 2020, campeões com 71
pontos, a mais baixa pontuação de um campeão até então. A tabela a seguir
apresenta as pontuações dos campeões e do Flamengo, nesse recorte.
Para voltarmos a conquistar o Brasileirão,
precisaremos fazer um pouco mais. Naturalmente, a dificuldade do campeonato é
para todos, mas se um dos favoritos – Flamengo, Palmeiras, Botafogo e
Internacional – cai precocemente na
Libertadores, ficará com caminho livre para pontuar acima da média histórica
dos campeões. Então, precisamos acumular pontos agora no início, ou a missão
ficará muito mais difícil lá na frente.
Antes de analisarmos os blocos de
jogos e as pontuações esperadas, quero fazer uma análise das forças dos nossos
rivais nacionais:
- Favoritos: Flamengo, Botafogo, Internacional
e Palmeiras;
- Segunda Prateleira: Atlético-MG, Corinthians
e Fortaleza;
- Briga por G8, torcendo para um
brasileiro ganhar a Libertadores e abrir outra vaga: Bahia, Fluminense e São
Paulo;
- Podem se complicar: Bragantino, Cruzeiro,
Grêmio e Santos;
- Fuga do rebaixamento: Ceará, Juventude,
Mirassol, Sport, Vasco e Vitória.
Então, nesse ano, vamos projetar a pontuação em virtude dos adversários do bloco. Entendendo que a meta é chegar aos 71 pontos na rodada 35, com chance de atingirmos 80 ao final dos últimos 3 jogos da competição.
Bloco 1: Inter (c), Vitória (f), Grêmio (f), Juventude (c) e Vasco (?) - FÁCIL - 11 pontos.
Prezados, é exatamente nesse tipo de bloco que se começa a vencer o Campeonato Brasileiro. Vejam, nenhuma análise que pretende ser factível, vai considerar fazer 15 ou 13 pontos, mas se há um bloco para tal pontuação, é agora! Por isso, respondendo a pergunta lá do início do texto, sim, eu entraria amanhã com Cleiton, João Vitor, Evertton e Allan, segurando os titulares dessas posições para o confronto contra Grêmio. E faço isso ainda que custasse o empate amanhã, sem o menor remorso.
Bloco 2: Corinthians (c), Cruzeiro (f), Bahia (c), Botafogo (c) e Palmeiras (f) - DIFÍCIL - 9 pontos.
Olhem como o campeonato vira rapidamente. Se a gente empata um joguinho aqui, outro ali, quando chegam esses confrontos mais pesados você fica sem margem. Daí a necessidade de tentarmos os 13 pontos no Bloco 1.
Por outro lado, confrontos contra os postulantes ao título são excelentes oportunidades para abrir vantagem: vencendo Botafogo e Palmeiras, nós iríamos bem para a pausa do Mundial.
Bloco 3: Fortaleza (c), Sport (f), São Paulo (c), Santos (f) e Fluminense (n) - MÉDIO - 10 pontos.
Esse bloco tem os dois primeiros jogos antes da pausa para o Supermundial. Flamengo precisa vencê-los de qualquer maneira (notem como isso é recorrente no Brasileirão, empate é derrota!). Depois, já com a janela do meio do ano, 3 jogos chatos, mas vencíveis.
Bloco 4: Bragantino (f), Atlético-MG (c), Ceará (f), Mirassol (c) e Internacional (f) - MÉDIO - 10 pontos.
Atlético e Inter sempre vão ser jogos duros e Bragantino lá é sempre um problema (embora eu entenda que o time atual deles está muito mais fraco). Ceará é uma incógnita, só mais para frente poderemos saber ao certo a força do time deles, especialmente em casa. De qualquer forma, temos que fazer pelo menos 4 pontos fora de casa aqui, ainda assim projetando as vitórias no Maracanã.
Bloco 5: Vitória (c), Grêmio (c), Juventude (f), Vasco (c) e Corinthians (f) - FÁCIL - 11 pontos.
Esse é realmente a parte menos complicada do campeonato. Como falei antes, não é sensato projetar 15 ou mesmo 13 pontos, mas é para ir buscá-los.
Bloco 6: Cruzeiro (c), Bahia (f), Botafogo (f), Palmeiras (c) e Fortaleza (f) - DIFÍCIL - 9 pontos.
Ponto alto do campeonato. Jogos duros e na reta final, provavelmente embolando com mata-mata da Libertadores e da Copa do Brasil (a ver com que time jogaremos esta competição...). Toda a trajetória do time no campeonato desaguará nesse bloco: se estivermos na frente, poderemos administrar os empates (aí sim!) contra Botafogo e Palmeiras. Ao contrário, se estivermos atrás, serão eles quem poderão segurar os jogos para sair nos contrataques.
Bloco 7: Sport (c), São Paulo (f), Santos (c), Fluminense (n) e Bragantino (c) - FÁCIL - 11 pontos.
Se fecharmos o Bloco 6 na liderança do Brasileiro, aqui é um bloco para aumentá-la. São 4 jogos no Maracanã, ainda que um Fla x Flu.
Spint Final: Atlético-MG (f), Ceará (c) e Mirassol (f).
O spint final é para trazer o Enea! O confronto com o Atlético-MG lá tem muito do lado psicológico: se chegarmos nessa rodada liderando o campeonato, poderemos cozinhar o galo como na final da Copa do Brasil e, quem sabe, garantindo outro caneco no novo estádio dos mineiros. Ceará e Mirassol, nessa altura do campeonato, não podem nos assustar. Se precisarmos de 2 vitórias para o título, temos que arrancá-las na marra.
De toda essa análise, acho que serão dois momentos cruciais na temporada:
- 26 pontos na parada para o Mundial (final da Rodada 12);
- 60 pontos ao final do Bloco 6 (Rodada 30).
Se conseguirmos chegar nesses checkpoints, chance de conquistarmos o Enea será muito alta! Que assim seja!
Forte abraço, boa semana a todos e Saudações RubroNegras!!!