quarta-feira, 23 de abril de 2025

Alívio

 

Salve, Buteco! Olhem, não deveria ser assim, mas estou aliviado. Acho que a maioria da torcida também está e a parcela que não está provavelmente divide-se entre os frustrados e os enfurecidos. Compreensível, já que, após o sorteio, ninguém imaginou que o Flamengo tão avassalador de SuperFili poderia encontrar dificuldades num grupo com Central Córdoba e Deportivo Táchira, além de uma decadente LDU.

Mas eu estou aliviado porque, após o 0x0 do sábado, a chapa esquentou um bocado e quem conhece o Clube de Regatas do Flamengo, sua torcida e sua cultura sabe que o caldo entornaria em caso de derrota. Para piorar, três desfalques, alguns previsíveis (Allan e De la Cruz) e outro inesperado, de última hora (Plata), justamente o jogador que não sentiria os efeitos da altitude, por ser local.

Quero muito que o nosso dublê de ídolo e treinador dê certo no clube e confesso que, em alguns momentos, acabei me empolgando e me esquecendo de que é jovem, iniciante e que, em 2025, executa o seu primeiro planejamento de uma carreira a qual esperamos que venha a ser longa e vitoriosa, repleta de glórias, preferencialmente no Mais Querido do Brasil (e do Mundo).

Não sei se foi a inexperiência, que pode ensejar leituras de cenário excessivamente personalistas, mas para o jogo projetado nos 45 minutos iniciais, de ocupação do campo da LDU (mandante) e posse de bola, a dupla de ataque (Juninho e Bruno Henrique) era muito pouco habilidosa para penetrar uma defesa sólida e que não foi vazada nos últimos quatro jogos que disputou na Libertadores.

Em contrapartida, no segundo tempo, quando era previsível que, por conta do fator altitude e do efeito desgastante que exerce sobre os visitantes, a LDU subiria as linhas e ofereceria mais espaços, os atacantes eram mais técnicos e menos velozes.

Vejam bem, pelas características muito defensivas deste time de Pablo "Vitamina" Sánchez, a pressão demorou e durou menos tempo do que o esperado. Todavia, quando aconteceu, fiquei com a impressão que o trio ofensivo então em campo (Luiz Araújo, Pedro e Cebolinha) era, como eu estava dizendo, menos veloz do que a dupla de ataque que iniciou a partida. 

Será que SuperFili fez o inverso do que deveria? Ou quem sabe um meio termo, como a mesca da dupla e do trio não teria sido melhor? Por exemplo, Cebolinha e Pedro iniciando o jogo e Luiz Araújo, Juninho e Bruno Henrique terminando (com mais espaços).

O lado bom foi o comportamento do setor defensivo, uma das mais marcantes características deste time. O miolo de zaga (para mim, especialmente Léo Ortiz) e Erick Pulgar foram soberbos. Ayrton Lucas fez o segundo jogo consistente na defesa, uma excelente notícia, dadas as limitações de minutagem que Alex Sandro possui. 

Neste ponto constato que o Flamengo foi cauteloso e pragmático, priorizando não sofrer gols e o empate diante do risco de se colocar numa situação trágica para se classificar para as oitavas de final.

Desde 2017, quando ocorreu a "Tragédia do (Nuevo) Gasómetro", o Flamengo passa pela fase de grupos e se classifica ao menos às oitavas de final. Seria péssimo que, no primeiro ano da nova gestão, o fracasso se repetisse, o que, felizmente, o 0x0 parece que conseguirá impedir.

Dá para buscar a primeira colocação no grupo e acredito que, daqui a duas semanas, no momento de viajar para a Argentina, o clima pode estar mais leve, porém até lá será preciso fazer alguns ajustes. Para além do aumento da efetividade nas finalizações, o Flamengo precisa voltar a jogar bem com mais regularidade.

Sabemos que a temporada é longa e não é possível dar espetáculo a cada jogo em três competições simultâneas, mas é preciso melhorar para ser mais efetivo. Qualidade e técnica podem ser excelentes ferramentas, quando bem utilizadas e não desvirtuadas como um fim em si mesmo.

Esse post precisa durar até sábado, quando pretendo subir o Esquenta para o jogo contra o Corinthians.

Até lá, espero que tenham um resto de semana abençoado.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.