Salve, Buteco! Hoje é dia 3 de março e, portanto, Natal para a Nação Rubro-Negra, pois Arthur Antunes Coimbra, o Zico, o Galinho de Quintino, faz aniversário, comemorando 72 anos. Quando penso sobre o quanto ele significa para o Flamengo e o futebol, percebo o quanto sou privilegiado, já que vivenciei a maior parte da sua carreira, inclusive o auge.
Zico é exemplo, parâmetro e referência moral, para além do gênio do futebol. Estabeleceu um paradigma para o Flamengo mais virtuoso possível, justamente o que, como torcedor, persigo e luto para que o clube enxergue como o único caminho para que atinja e se mantenha em sua plenitude.
Aproveitando o ensejo, quero hoje abordar o contexto do tempo em que ele brilhou no Flamengo e em gramados brasileiros antes de se transferir para a Udinese, em meados de 1983. Para tanto, quero pedir aos amigos que acessem três links (1, 2 e 3) e leiam a relação de convocados para a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1974, 1978 e 1982.
Completada a leitura, peço que identifiquem quantos jogadores que atuavam fora do país participaram dos elencos dessas três copas do mundo. Para facilitar, vou dar a resposta, pois assim vocês só precisarão conferir se estou certo ou errado: dois. Apenas dois, e ambos no elenco de 1982: Falcão (Roma) e Dirceu (Atlético de Madrid).
Agora, peço que avancem duas décadas, até 2002, e acessem este link não só para se lembrarem, mas para contarem quantos jogadores jogavam no Brasil e no exterior no último elenco a trazer o mundial de seleções para o país. Também para facilitar seu trabalho, farei a contagem: 13 no Brasil e 10 no exterior entre os 23.
Finalmente, para fechar com chave de ouro, peço que avancem mais duas décadas, acessem este último link e confiram quantos jogadores atuavam o Brasil e quantos no exterior entre os convocados para a Copa do Mundo de 2022. Da mesma forma que nas outras vezes, vou soprar para vocês a resposta: 3 no Brasil (2 do Flamengo) e 23 no exterior.
Os mais atentos perceberão que, quanto mais nos afastamos temporalmente do evento Bosman, menos competitivo e brilhante se tornou o futebol brasileiro, tal como ocorreu em todos os países que não estão no continente europeu. Porém, como vocês viram, nem sempre foi assim.
Contudo, mais do que chegar a essa constatação, quero que, especialmente os mais novos, imaginem o que seria o futebol brasileiro com jogadores como os dois Ronaldos (Fenômeno e Gaúcho), Rivaldo e Kaká disputando o Campeonato Brasileiro e as demais competições nos gramados pátrios.
Façam o mesmo exercício com os melhores jogadores brasileiros em todas as copas que já assistiram. Refiro-me a nomes como Neymar, Adriano, Júlio César, Dida e Roberto Carlos, dentre outros, além dos já citados.
Nos tempos de Zico era assim e os campeonatos disputados no Brasil eram transmitidos para a Europa. Não foi por outro motivo que, por exemplo, Roberto Baggio e Dejan Petkovic cresceram adotando o aniversariante de hoje como ídolo.
Naquele tempo, a imprensa esportiva europeia considerava Zico, do Flamengo, o melhor jogador do mundo.
Como presente de aniversário para o Galinho de Quintino, convido vocês a prestarem um compromisso de honra: jamais deixem essa verdade morrer.
Feliz aniversário, Galo.
Falou-se muito de Hagi, no São Paulo, Stoichkov, no Palmeiras. Roberto Baggio jogaria no Brasil?
“Assisto ao futebol brasileiro desde os tempos em que era garoto. Sempre gostei de Zico e vi muitas partidas do Flamengo pela televisão. Zico é meu ídolo. Como consequência, se tivesse que optar por um time brasileiro, jogaria no Flamengo”.