Salve, Buteco! Bem, que o jogo seria duro até as pedras já sabiam, certo? Mas talvez tenha surpreendido muita gente (eu incluso) como o jogo foi amarrado até o gol do Inter. Gol que surgiu na primeira e única (salvo engano) finalização a gol do nosso adversário na partida. Um erro coletivo nascido da perda de bola de Léo Ortiz (que voltou trotando) no ataque e que também passou pela falta de recomposição de Luiz Araújo, na falta de combatividade de Wesley, que deixou Bernabei cruzar, e na falta de leitura da urgência da jogada por parte de Alex Sandro, que deixou Bruno Henrique (volante ex-Palmeiras) livre para finalizar cara a cara com Rossi e abrir o placar.
Até então, o Flamengo não conseguia acelerar e nem imprimir intensidade ao seu jogo. Estava amarrado pela linha de 5 do Inter. Muito embora SuperFili tenha declarado, na coletiva pós-jogo, que o time se adaptou rapidamente a essa inovação tática, incomum no time de Roger Machado, a verdade é que a mudança de postura só ocorreu na volta do intervalo. No terço final do primeiro tempo, o Inter estava melhor até as equipes descerem para o vestiário.
Talvez algumas escolhas tenham sido equivocadas, como bem observou o competente Raphael Rabello, do Falando de Tática:
Mas como eu ia dizendo, o time foi outro na volta do intervalo. E depois do empate com Léo Pereira, a virada não veio por um detalhe. Juninho já havia perdido gols na primeira etapa e por muito pouco não marcou o segundo gol rubro-negro. A trave atrapalhou.
Nosso novo atacante é um jogador muito bom no plano tático - velocidade, força, movimentação, combate à saída de bola adversária e posicionamento para finalizar. Muitas valências. Só que, até aqui, falta qualidade justamente no toque final.
Aliás, algo bem curioso acontece com a sua bola aérea ofensiva. Normalmente, o mais difícil é o jogador acertar a posição para finalizar e o tempo de bola para da cabecear. Nada disso é problema para o nosso Xereca, e sim o último toque, aquele que faz a bola descansar no fundo da rede.
Espero que seja apenas aquela dificuldade natural de quem está se adaptando. O certo é que, enquanto essa fase não for superada, o ideal é o Flamengo não depender das finalizações do nosso novo centroavante.
Filipe Luís x Roger Machado começa a se tornar um novo clássico entre treinadores brasileiros. As três partidas até aqui (1x1, 3x2 e 1x1) foram marcadas por duelos táticos de alto nível, com movimentos e respostas interessantes de ambos os lados, e muita alternância de domínio entre eles nessas três partidas.
Contudo, em que pese o quadro de equilíbrio, prefiro SuperFili e acho que, no sábado à noite, os desfalques pesaram mais para o lado rubro-negro. O Flamengo esteve muito mais perto da vitória. Um pecado a bola do Juninho não ter entrado.
O treinador gaúcho evoluiu a olhos vistos. Parece um novo profissional desde a sua passagem pelo Juventude, em 2024. Muito mais consistente, atualmente o vejo como o maior adversário do nosso dublê de ídolo e técnico. Todavia, nota-se que, apesar de já ter um tempo de estrada, ainda precisa amadurecer.
A agressão gratuita a Jorge Jesus é prova disso. Além de haver sido impreciso (pois quem pediu o telão foi Paulo Sousa), Roger foi ao mesmo tempo grosseiro, xenofóbico e corporativista.
Totalmente desnecessário...
O Mais Querido agora precisa virar a chave e pensar no Deportivo Táchira, adversário da próxima quinta-feira, pela estreia na Libertadores (Grupo C), no Estádio Polideportivo de Pueblo Nuevo, em San Cristóbal, Venezuela. Fala-se na volta de Gérson, o que, se vier a ser confirmado, já será uma tremenda mão na roda. Precisamos muito do nosso Capitão Coringa.
Convenhamos, algumas peças não funcionaram bem no jogo de sábado. Arrisco dizer que Michael e Luiz Araújo estiveram bem abaixo. Será que foi a maldição da Data FIFA? Aquela que faz com que o Flamengo sempre jogue mal no primeiro jogo seguinte?
Vi torcedores criticando SuperFili e a decisão de jogar em uma espécie de 4-2-4, com a penas dois meias (Pulgar e De la Cruz). Podem até estar certos. Só que nosso treinador estava entre a cruz e a espada. Contra um adversário tão forte contra o Inter, optar, por exemplo, por Allan no meio poderia ter sido fatal, a despeito da inegável subida de produção do volante neste ainda início de temporada/2025.
No frigir dos ovos, e apesar da perda de 2 pontos na estreia em casa, a frustração traz pelo menos o "lado bom" de conter a euforia e o oba-oba. É melhor mesmo que todos fiquem bem alertas. O elenco tem carências que só poderão ser supridas nas janelas do Super Mundial e na seguinte (segunda), ambas em tese com bem mais possibilidades do que a dos campeonatos estaduais do Brasil (atualmente em curso). Até lá, o Flamengo terá que se virar com o que tem.
Vou ficando por aqui. Na quarta-feira subirei o tradicional post sobre o adversário gringo da Libertadores.
A palavra está com vocês.
Uma ótima semana pra gente.
Bom dia e SRN a tod@s.