Salve, Buteco! Corro o risco de parecer contraditório em razão do que vou dizer agora a vocês. Mais ainda, corro o risco de vocês dizerem que eu não ando batendo bem das ideias. Afinal de contas, não canso de, a cada temporada (e Amigos, convenhamos, há tempos convivemos por aqui), criticar o calendário isano, a maratona de jogos e, também, a falta de critério das diretorias e comissões técnicas do Flamengo nas escolhas de prioridades, isso quando há escolhas, ou seja, quando não deixam a vida nos levar e o destino nos abraçar, no melhor estilo "siga o seu coração".
A verdade é que, pasmem, estou aliviado porque toda essa maluquice começará no sábado. Isso porque eu não estava mais aguentando confrontos absolutamente anódinos contra adversários que não possuem nem mesmo série (B, C ou memo D) para disputar ao longo do ano. Quero ver o time e o elenco testados; o treinador posto à prova; jogos de verdade, aqueles pelos quais esperamos ansiosos torcendo para o Mais Querido conquistar as taças mais importantes.
Tudo isso começa a partir de amanhã simplemente porque, de agora em diante, o Mais Querido só terá meios de semana livres em datas FIFA ou se vier a ser eliminado de uma das duas copas - Libertadores e do Brasil. Não é bem por causa do Vasco da Gama.
Digo isso porque a torcida se divide quanto ao nível do adversário das semifinais. Posts como o da última quarta-feira, incabíveis quando a temporada começa de verdade, servem para refletirmos sobre o quanto o grande rival se apequenou e perdeu competitividade; porém, essas constatações não devem direcionar a torcida para a traiçoeira estrada da soberba em relação ao confronto de amanhã.
O Campeonato Estadual é como uma realidade paralela ou uma dimensão alternativa. Há jogos tão surrealmente distantes da realidade competitiva do restante da temporada que equipes as quais, ao final do Campeonato Brasileiro e das demais competições, terminarão léguas distantes entre si podem se nivelar na tabela de classificação e no específico contexto dos cruzamentos eliminatórios das semifinais e finais.
Em 90, 180 minutos, equipes que terminarão 30 ou 40 pontos distantes uma da outra no Brasileirão de pontos corridos podem se equivaler no específico contexto dos mata-matas de início de temporada. Basta um descuido, uma distração. Elevado pela combustível da rivalidade, o mais fraco trata o clássico como um evento único e especial, propício aos heróicos episódios de superação.
Este é o perigo do jogo de amanhã. A bem da verdade, é difícil crer que SuperFili e seus comandados menosprezarão o cenário, mas é dever do torcedor mais atento e realista apontar o perigo que concretamente existe. Mata-matas são jogos mais pegados, característica que se acentua nas semifinais e, principalmente, nas finais.
Ocorre que, e aqui volto ao risco de soar contraditório, além do marasmo do Estadual, eu também não aguento mais os chiliques, o chororô, a postura emocionalmente descontrolada e apelativa do Vasco da Gama, sua torcida e seus apoiadores (muita gente do dito "jornalismo esportivo"). Portanto, "quero sangue" e exijo a vitória.
Não estou exigindo goleada, mas quero uma vitória categórica. Uma sapatada bem dada (chinelos costumam ser macios; precisa ser sapatada mesmo). Quero o adversário encolhido, com o rabo entre as pernas, torcendo para o jogo acabar. Como sempre diz o Galinho de Quintino, não há demonstração maior de respeito pelo adversário do que bola na rede.
É pedir demais, SuperFili e grande elenco?
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E a escalação? Arriscam um palpite? Acho que ele irá de Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Danilo e Alex Sandro; Pulgar, De la Cruz, Gérson e De Arrascaeta; Gonzalo Plata e Bruno Henrique.
Tenho ciência que muitos torcedores cobram a escalação do "ex-pontinha burro" em vez do Platita. No lugar de SuperFili, não sei o que faria. Meu palpite leva em conta as preferências que ele externou nesse início de temporada, as quais podem perfeitamente mudar com o tempo, inclusive amanhã.
Afinal de contas, Luiz Araújo voltou de importante contusão muscular no final de 2024, sendo, portanto, natural um maior cuidado com ele logo após a forte carga de exercícios da pré-temporada.
Então, em vez de me descabelar com as decisões do treinador, prefiro louvar a existência de opções, sempre lembrando que o ano está apenas no começo. Não faltarão jogos para todos os atletas, especialmente aqueles mais importantes.
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Tenham uma sexta-feira abençoada.
A palavra, como sempre, está com vocês.
Bom FDS e SRN a tod@s.