Salve, Buteco! Amanhã é dia de Fla-Flu, o primeiro da temporada/2025. O Fluminense, mandante da partida, tenta se recuperar na tabela e vem de uma importante virada sobre o Vasco da Gama, partida disputada na última quarta-feira (anteontem) no Mané Garrincha, em Brasília. Foi simplesmente a primeira vitória do Fluminense em clássicos disputados em Brasília e sobre o Vasco da Gama fora do Rio de Janeiro, bem como a primeira de Mano Menezes sobre Fábio Carille.
Contudo, na prática os três pontos se limitaram a tirar o Fluminense da condição desesperadora para a "apenas" dramática. Para que se tenha uma ideia, apenas o Bangu, com 2 pontos antes da 8ª Rodada, e a Portuguesa, com 6 pontos, estavam atrás do Tricolor na classificação.
O risco de não classificação para as semifinais do Campeonato Cariocas será enorme acaso o Tricolor não vença o Fla-Flu e aqui começo a discorrer sobre a importância da postura do Flamengo na jogo de amanhã.
Na coletiva pós-jogo da final da Supercopa do Brasil, no último domingo, em Belém do Pará, nosso treinador, Filipe Luís, afirmou (ao meu ver com razão) que o elenco lhe propiciava a chance de uma boa rodagem nos clássicos das próximas rodadas da Taça Guanabara, dando a entender (ao menos foi o que entendi) que passaria a ocorrer uma rodagem do elenco e não uma separação tão rígida entre times titular e reserva.
A separação do elenco entre times A e B em face do calendário é um tema recorrente e eu vejo vantagens e desvantagens no modelo, muito embora acredite que o formato ideal seja uma rodagem partindo da premissa titular e reserva (inevitável), porém com uma flexibilidade tal que permita a adaptação aos adversários e o grau de competitividade e risco que apresentem.
Tudo isso, porém, não passa de teoria. O que importa é a realidade concreta, prática, a qual me motiva a arriscar dizer que o contexto presente do Departamento de Futebol do Flamengo é de tal forma diferente do que existia na temporada 2022 que, hoje, não seria adequado repetir a "fórmula Dorival", já que o formato atual parte de um modelo de jogo discutido entre diretor técnico (José Boto) e o treinador (SuperFili), não comportando dois times com modelos táticos tão diferentes como eram o titular e o reserva de 3 ano atrás (2022).
Vejam bem, com certeza há, na cabeça de Filipe Luís, um time titular ideal e o restante do elenco, que poderia ser chamado de reserva, com jogadores mais e menos cotados a entrar nas partidas. Contudo, parece inegável que qualquer time do Flamengo que entra em campo hoje, pouco importando se é formado por titulares, reservas ou um misto entre eles, é escalado a partir de um modelo tático e não adaptando a estratégia às características dos jogadores.
Em 2022, temporada que começou mal mas terminou vitoriosa, o time foi montado por Dorival (o Racional), em substituição a Paulo Sousa, para acomodar Arrascaeta, Pedro e Gabigol como titulares, enquanto o time reserva foi montado "com o que sobrou" do elenco.
Em 2025 as coisas andarão de uma maneira bem diferente. Existe o modelo tático e a partir dele as peças serão escaladas, substituídas e o elenco rodará (girará), claro que com variações de estratégia conforme o contexto de cada jogo - sequência de jogos, nível do adversário, tipo de competição, desgaste, minutagem, blocos alto, médio ou baixo; desenho tático e aceleração ou cadenciamento do ritmo.
Na prática, certamente haverá jogadores que disputarão mais partidas do que outros e também aqueles que, estando em condições ideais, serão escalados nos jogos mais importantes em detrimento de outros, o que atende à tradicional separação entre titulares e reservas. O que muito provavelmente mudará é a dinâmica das preferências do treinador ao longo da temporada, ou seja, quem conquistará a prioridade para os momentos "mais nobres" conforme rendimento e comportamento em treinos e jogos.
Minha expectativa é que tudo comece amanhã, justamente no Fla-Flu e na sequência de clássicos antes das semifinais, e neste ponto aproveito para comentar com vocês algumas coisas que me desagradaram na goleada da última quarta-feira, os 5x0 sobre a Portuguesa no Parque do Sabiá, em Uberlândia/MG.
O primeiro tempo foi simplesmente horroroso, a ponto do fraquíssimo adversário chegar a incomodar. Mas o que mais me incomodou foi o pênalti de cavadinha e as reboladas do senhor Arrascaeta e de Matheus Gonçalves. O primeiro anda roliço e jogando muita pouca bola; o segundo exagera nas firulas e ainda não mostrou competitividade em cenários mais desafiadores.
O uruguaio é o meu jogador favorito da Geração 2019, mas já está há um bom tempo sem render em alto nível com regularidade, situação que começa a me incomodar. E amanhã é dia de jogo sério, pois o adversário é o clube que o Flamengo mais enfrentou na História e certamente se mobilizará entrando 100% focado no confronto.
Não exijo a pressa criticada (na verdade, temida) por PVC e citada no post de quarta-feira, até porque a temporada será bem longa e desgastante, especialmente se o Mais Querido corresponder às expectativas e conquistar mais de um título no segundo semestre. Só que, mesmo nessa gestão consciente do calendário, dosando energias, é preciso foco e levar cada partida muito a sério. Flamengo sem pressão não existe, mas algumas crises bem que podem ser evitadas.
Digam aí qual formação vocês acham que SuperFili mandará a campo para o Fla-Flu de amanhã.
Bom dia e SRN a tod@s.