Salve, Buteco! Semana passada, no post Por Que o Flamengo Incomoda Tanto?, cornetei forte os jornalistas torcedores anti-Flamengo. Hoje chegou a vez de dar um toque (não cornetar forte) alguns jornalistas torcedores rubro-negros. Pô, Pessoal, sério, todo mundo quer ver uma arrancada do Mais Querido nessa reta final do Campeonato Brasileiro, embalando para a sonhada conquista da Copa do Brasil (a Baranga) com o elenco todo depenado, mas tem gente por aí se esquecendo de contextualizar e, Amigos, tenham certeza, tudo (absolutamente tudo) na vida é contexto.
Vamos começar pela História? O clássico (internacional) entre Internacional e Flamengo completou ontem 109 jogos (tem muita História!), com 37 vitórias rubro-negras, 33 empates e 39 vitórias coloradas. Mas em jogos no Beira-Rio, que trazem a estatística que interessa para o bate-papo de hoje, envolve 48 jogos, com 25 vitórias do Inter, 17 empates e apenas 6 vitórias rubro-negras.
É que o confronto se caracteriza pela prevalência do mandante. No caso do Mais Querido, são 23 vitórias, 9 empates e 8 vitórias dos gaúchos. Números muito parecidos. O Inter ganha um pouco mais no Rio e o Flamengo empata mais e perde um pouco menos em Porto-Alegre, neste último caso, em um universo maior de jogos no Sul do país. Bem equilibrado ou "acirrado", como esta matéria do site Somos Colorados.com definiu ano passado o clássico.
Só que, ao menos na minha visão, tem um detalhe: em todas as vitórias do Flamengo no Beira-Rio, todas elas, diga-se de passagem, pelo Campeonato Brasileiro (2x1 Robertão/1969, 2x3 Brasileirão/1982, 1x2 Brasileirão/1999, 3x1 Brasileirão/2002, 1x2 Brasileirão/2015 e 1x2 Brasileirão/2021), o cenario é de jogo duro e não de passeios na planície gaúcha. A maior vitória, portanto, foi uma vitória no melhor estilo "me engana que eu gosto" na estreia do certame no qual o Mais Querido, com um dos elencos mais fracos da História, quase caiu...
Isso significa que as mais diferentes versões do Flamengo, desde 1969, levaram pressão do Inter no Beira-Rio, o que inclui tanto o Flamengo do Zico, como o do Mister Jorge Jesus (aqui, pela Libertadores). Observem que já vimos o Flamengo passear contra Corinthians, Palmeiras e São Paulo na capital paulista, metendo goleadas, assim como também com Atlético Mineiro em Belo Horizonte, e até com o Grêmio na mesma Porto Alegre.
Mas não com o Inter no Beira-Rio...
Esse, portanto, é o contexto histórico, mas não custa nada contextualizar também o presente, certo?
Gustavo Villani, narrador do SporTV, dizia ontem durante a transmissão que o Internacional é o time que mais pontuou no Campeonato Brasileiro nas últimas (salvo engano) 15 rodadas, reflexo de um fenômeno quase tão raro quanto as passagens do Cometa Halley nas proximidades do nosso planeta: um bom trabalho do treinador Roger Machado.
E como eu mesmo escrevi ontem, no Esquenta do Buteco, o Inter divide a liderança do returno com o Palmeiras, estando, desse modo, em franca ascensão. E o Flamengo? Bem, o Flamengo depenado, com 10 (dez - 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10) desfalques, com jogador improvisado de centroavante, volante da base em adaptação ao profissional... Justamente o volante que cometeu um erro colossal que propiciou o contra-ataque que levou ao gol de empate do Inter...
Aí a galera queria que metesse ontem a base porque o time cansou no segundo tempo e o Roger Machado substituiu mais jogadores. Queria ver se o Shola perdesse uma segunda bola como a do Evertton Araújo e o time perdesse... Coitado do Fili...
Vocês viram a pressão que o Inter exerceu desde o início do jogo, na nossa saída de bola? E como o Flamengo, aos poucos, tomou o controle do jogo, "encaixotando" o meio campo colorado e não deixando o Alan Patrick jogar? Como foram alternadas as chances de gol entre ambas as equipes?
Será que só eu que gostei?
Amigos, o Flamengo não venceu ontem por causa do problema crônico das finalizações desperdiçadas. Bruno Henrique e Alcaraz que o digam.
É bem verdade que estou preocupado com dos dois jogos da final da Copa do Brasil contra o Atlético, pelo mesmíssimo motivo. Porém, mais do que isso, estou muito feliz porque o Flamengo achou um treinador.
E que treinador Filipe Luís Kasmirski está se revelando, Senhoras e Senhores!
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.