sábado, 14 de setembro de 2024

Túnel do Tempo e o Jogo de Amanhã: Um Recorte Temporal na Rivalidade do Clássico dos Milhões

Foto: Alexandre Cassiano (O Globo)

Salve, Buteco! Vamos pegar a Máquina do Tempo do Buteco e viajar para 25 de fevereiro de 2017, desembarcando no Estádio Raulino de Oliveira, o Estádio da Cidadania, em Volta Redonda. Uma onda de violência entre as torcidas organizadas de Flamengo e Vasco da Gama fez com que a Justiça do Rio proibisse a realização do clássico na Cidade Maravilhosa, levando o jogo para a Cidade do Aço - apenas quatro dias antes (21/2), empolgados com a contratação de Luiz Fabiano, o "Fabuloso", que chegara ao Rio para assinar com o clube, torcedores cruzmaltinos vandalizaram a Loja do Flamengo no Aeroporto Santos Dumont, tornando necessária a intervenção da Polícia Militar.

Mesmo se tratando da semifinal da Taça Guanabara, o esvaziamento do clássico foi inevitável e apenas 5.484 testemunhas, o pior público em quase 15 anos, compareceram para ver o Flamengo de Zé Ricardo vencer por 1x0 (gol de Diego Ribas cobrando pênalti) o Vasco da Gama de Cristóvão Borges e se classificar para a final, quando enfrentaria o Fluminense.


Ao menos para o Flamengo, o jogo esvaziado foi um dos mais importantes episódios do Clássico dos Milhões na última década, já que marcou o fim de um jejum de 2 anos e a quebra de uma sequência de nada menos do que 9 (nove) jogos sem o Mais Querido vencer o rival. A última vez havia sido um 2x1 pela Taça Guanabara de 2015, o "Jogo do Dilúvio", marcado por Alecgol (ídolo do Bitts) decidindo (2 gols!) e "dançando na chuva":


Aquele Flamengo, de Pará, Tito Canteros e Marcelo Cirino, iniciaria uma das mais constrangedoras sequências do clássico (sob o prisma do Mais Querido), com 6 derrotas e 3 empates em 9 jogos, até a libertadora vitória no Raulino, com o gol do "Homão da Porra" Ribas. Ainda em 2017, o Flamengo de Zé Ricardo ainda venceria o Vasco da Gama em São Januário por 1x0, levando a torcida cruzmaltina a mais atos de vandalismo, provocando a interdição de São Januário:


2017 marcou o restabelecimento da normalidade, qual seja, a supremacia rubro-negra no clássico. Mais ainda, a partir de então o tabu se inverteu e o Mais Querido iniciou uma sequência de invencibilidade que duraria 17 jogos em quase 5 anos, com 8 vitórias e 9 empates, a segunda maior do clássico.

A invencibilidade vascaína entre 2015 e o início de 2017 foi o último período no qual tivemos o desprazer de ver o Flamengo não chegar a um clássico contra o Vasco da Gama como favorito, o que me leva a encerrar a viagem de hoje e desembarcar no cenário atual, dentro do qual já faço uma pergunta para vocês responderem: há favorito para o jogo de amanhã?

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A Redação do GE estima a seguinte escalação, ressalvando que o treino de hoje definirá os 11 que entrarão em campo amanhã para disputar o clássico:

Rossi, Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Alex Sandro; Erick Pulgar, Léo Ortiz, Gerson e Arrascaeta; Bruno Henrique e Luiz Araújo.

Velhaco, o Pífano da Região das Hortênsias sabe perfeitamente que o resultado do jogo de amanhã pode condicionar o que ocorrerá na quinta-feira à noite, no jogo de ida pelas quartas de final da Libertadores contra o Peñarol, no Maracanã. Daí não me surpreender se resolver escalar a melhor formação possível (aos seus olhos).

Mas então, voltando à pergunta de hoje, tem favorito para o clássico de amanhã?

No papel, o Mais Querido continua a ter muito mais qualidade no plano individual, mas será que podemos dizer o mesmo do jogo coletivo, no qual o time, para produzir uma jogada ofensiva de qualidade, lembra um parto de oito horas a fórceps?

Sem Pedro, o Flamengo tem muito menos poder de fogo. E sem Nico De la Cruz, tem bem menos consistência na transição ofensiva e construção das jogadas. A volta de Erick Pulgar ajuda, mas não resolve o problema (longe disso). Sentiremos mais uma vez a falta do simpático e guerreiro Pigmeu Charrua. Pergunto-me se não seria melhor o Joker na "segunda volância" e outra opção entrar mais à frente - Plata ou mesmo os crias Gonçalves ou Lorran.

Os dois próximos jogos terão perfil bem diferente do último, contra o Bahia. Tanto o Vasco, quanto o Peñarol são, atualmente, times  bem mais competitivos do que o Esquadrão. Promoverão jogo físico, abusarão das bolas aéreas e marcarão o Flamengo durante 90 minutos, cenário bem diferente da leveza técnica do bailarino tricolor baiano e seu pretensioso treinador, que tão bem conhecemos.

A palavra, então, está com vocês para que digam as suas impressões e expectativas sobre o clássico de amanhã.

BoFDSRN a tod@s.