Salve, Buteco! Quando vazou ("só para variar") a escalação do Flamengo para enfrentar o Grêmio em Porto Alegre, fiquei com muito receio de a atuação da equipe ser comprometida na saída de bola. Minha expectativa era de pressão forte por parte do anfitrião, o que, porém, na prática acabou não acontecendo.
O que se viu em campo foi oposto - um Flamengo ousado, taticamente harmônico, variando jogadas pela linha de fundo com o jogo interno, explorando a habilidade de jogadores como Alcaraz, Lorran e o destaque individual absoluto da noite, o nosso Matheus Gonçalves, o Megamente.
O gol do Grêmio, contudo, saiu quando o Flamengo era bem melhor em campo, e escancarou mais ainda dois problemas que temos no elenco. O primeiro, o volante Allan, que desabou como uma criança esperando a marcação de uma falta que inexistiu após o tranco do jogador gremista. Uma falha inaceitável para um "cabeça-de-área".
O segundo, o goleiro Matheus Cunha, que não engoliu um frango, até porque o chute foi violento, mas que, em contrapartida, mais uma vez pulou atrasado em um lance de gol adversário. Temi pelo pior, ou seja, que o time se descontrolasse e sentisse o gol. Felizmente, porém, ocorreu justamente o contrário.
O Flamengo foi para cima, com autoridade, sem temer o time adversário, bem mais experiente, e Matheus Gonçalves, em uma brilhante jogada individual, empatou a partida com um golaço, muito comemorado com os meninos que estavam no banco de reservas. As câmeras mostraram Tite acompanhando de longe, sem se aproximar.
Também pudera. A atuação do time, e especialmente do Megamente, até então dava, como continua dando, bons motivos para questionar seus critérios de rodagem do elenco, e escancara a mais completa irresponsabilidade em suas decisões, as quais provocaram diversas contusões em jogadores importantes.
Quando o time desceu para o intervalo, havia esperança em uma virada, o que foi por água abaixo quando, na altura dos 9 minutos, Matheus Cunha entregou o segundo gol para a equipe gremista, num lance inédito para mim, nos meus quase 50 anos acompanhando futebol.
Nunca havia visto um goleiro dar uma assistência perfeita, com os pés, para o atacante adversário. Mais uma vez ficou exposto o treinador, que cometeu o desatino de escalar esse pereba em jogos da Copa do Brasil, inclusive naqueles que poderiam ter sido decididos por pênaltis, fundamento no qual o argentino Rossi é expressivamente superior.
3 minutos depois, o golpe de misericórdia. Carlinhos, talvez de maneira inocente, não chegou a revidar, mas caiu na pilha do zagueiro (mau caráter) Kannemann, do Grêmio, e, ao tirar o braço do zagueiro de cima de si, acertou-lhe por acidente o rosto.
O árbitro Matheus Delgado Candançan estava de costas para o lance e o assistente de VAR Rodrigo Guarizo do Amaral quedou-se inerte, omitindo-se quando deveria ter chamado o árbitro principal para revisão do lance, puramente acidental.
A partir de então, ficou bem mais difícil para o Flamengo chegar à meta adversária, mas mesmo assim o time, destemidamente, não recuou. Nesse cenário, o terceiro gol foi um castigo injusto para o time dos meninos que jogavam com tanta personalidade.
Falhou no lance especialmente do "Calveludo" David Luiz, que inexplicavelmente deixou Diego Costa completamente livre de marcação. Naquele momento, eram jogados 37 minutos da segunda etapa e novamente veio o medo do descontrole na reta final da partida.
Porém, o time de meninos mostrou que, na verdade, é um time de homens e por isso não desistiu do jogo, tendo então recebido um prêmio de consolação com o gol de Felipe Teresa, aparentemente um jogador com vocação para predestinado, já que foi o autor do gol do título mundial sub-20, sobre o Olympiacos da Grécia.
Impossível não destacar a espetacular jogada de Evertton Araújo no lance. O garoto, que parecia não ser nada de mais em nível de talento, vem nos surpreendendo dia a dia.
Não cabe glamourização da derrota, bastante dolorida, dada a gratificante atuação dos crias do Ninho. A frustração de constatar que esses meninos poderiam ter contribuído muito mais durante a temporada, porém, ao mesmo tempo dá esperanças para o futuro.
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Eu pensei em falar dos dirigentes no post de hoje, mas desisti. Quarta-feira eles serão devidamente homenageados. Podem aguardar.
E claro, vai sobrar também para o treinador, o qual, convenhamos, também é bastante "merecedor".
A palavra está com vocês.
Uma ótima semana pra gente.
Bom dia e SRN a tod@s.
