quarta-feira, 17 de julho de 2024

Reflexões Rubro-Negras

 

"VOLTA O FLAMENGO de uma grande campanha ao norte. Vitorioso em campos baianos, pernambucanos e rio-grandenses. A grande torcida rubro-negra, espalhada pelos quatro cantos do Brasil, teve a oportunidade de aplaudir a flâmula gloriosa que é um autêntico troféu nacional. Clube algum, neste Rio de Janeiro, poderá fazer o que faz o Flamengo, por onde andar. Isto é, ser em camplo, nas pelejas que trava, não um clube de fora, mas um clube da própria terra que pisa.

E se na Bahia joga com qualquer time local, haverá uma torcida flamengo para aplausos rubro-negros. E o mesmo acontecerá em Recife, em Porto Alegre, em Belém.

Porque por toda parte há o Flamengo. 

E isto dói em muita gente mordida de inveja. Mas que continue a doer."

José Lins do Rego"COMO DÓI". Extraído de "FLAMENGO É PURO AMOR: 111 crônicas escolhidas"; 3ª Edição; Rio de Janeiro; José Olympio, 2013. 

Salve, Buteco! Talvez doa em alguns torcedores cariocas a perda da capital federal para Brasília, decisão do falecido ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, mas um dia profetizada em um sonho por São João Bosco, fundador da congregação dos Salesianos. O Santo, no distante ano de 1883, sonhou que viajava para a América do Sul, continente, contudo, que jamais visitou:

Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: -Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.

Rio de Janeiro, minha terra natal, que já "presenteou" o Brasil, e Brasília, com tantos políticos dos quais gostaríamos de esquecer, mas que alguns torcedores cariocas convenientemente se esquecem ao falar da política na Esplanada dos Ministérios. Melhor nem nominá-los.

Brasília, que tem um aeroporto internacional, que faz fronteira com Goiás e Minas Gerais, e que recebe gente do seu Entorno e de tudo quanto é canto, pela terra e pelo ar. Quem pode dizer, precisamente, quantas pessoas que vão ao Mané Garrincha são mesmo "de Brasília"?  E qual seria mesmo o problema, num ou noutro caso?

Brasília que, como em qualquer outra metrópole do país, tem diferentes camadas em sua população, divididas pelo critério socioeconômico - bilionários, milionários, ricos, classe média, remediados, pobres e pessoas em situação de rua.

Brasília que, sábado à tarde, receberá mais uma vez o Mais Querido do Brasil, do Mundo e... também de Brasília e do Distrito Federal.

Que o Flamengo, em Brasília, faça melhor do que tem feito no Rio de Janeiro, com a a famosa "torcida do Rio", e retome o caminho das vitórias como mandante.

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A eleição de dezembro será tão importante como a de 2012. Um verdadeiro divisor de águas. Mentes desconfiadas (e conspiratórias) temem uma manobra entre Rodolfo Landim e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, para desarticular a oposição e, mais à frente, tornarem a se juntar.

Estão mal informados, porém. O dissenso entre Landim e Bap é concreto e real. Os dois maiores expoentes do grupo de executivos/empresários que aderiu ao movimento da Chapa Azul em 2012 estão efetivamente disputando poder dentro do clube. A diferença é que Bap pode ser presidente no próximo triênio e Landim não.

Depois de tentar, por intermédio de terceiras pessoas, emplacar emendas ao Regimento Interno propondo a possibilidade de reeleição para um terceiro mandato e a extensão do atual, Landim, aparentemente, acredita que manterá a influência sobre personagens como Rodrigo Dunshee de Abranches e Marcos Teixeira Braz, acaso consiga se eleger presidente do Conselho Deliberativo.

Alguém lembre o presidente (somente até dezembro) que o regime é presidencialista e o que aconteceu quando, no primeiro triênio dos Blues, o grupo tentou controlar Eduardo Bandeira de Mello, pessoa de trato muito mais afável do que o seu pretenso sucessor, e bem menos liso do que o seu vice-presidente de futebol.  

Sabe-se lá os motivos que levam Rodolfo Landim trilhar caminho oposto a tudo o que se consolidou desde 2012 (fora do futebol). Vale lembrar a entrevista concedida ao jornalista Mauro Cézar Pereira no último 4 de março, para quem tiver alguma dúvida.

Bap é a extensão do movimento azul ao futebol. A tão sonhada profissionalização do setor. Seus apoios não deixam qualquer margem a dúvida.

Que o clube saiba fazer a melhor escolha, tal como soube fazer em 2012.

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E os reforços? Apareceram? Claro que não, né? O dublê de vereador e VP de Futebol, "só pra variar", não está com pressa. É a tática gelo no sangue. Enquanto isso, os adversários estreiam seus importantes reforços. 

Ontem, por exemplo, Bernard esteve em campo para ajudar o Atlético Mineiro a vencer o "mandante" Juventude, no mesmo Mané Garrincha. Felipe Anderson só depende do BID para estar a disposição de Abel Ferreira contra o Botafogo, e todos os reforços do Cruzeiro já estavam a disposição do jovem e talentoso treinador Fernando Seabra no último sábado, no jogo contra o Bragantino.

Pelo menos há a expectativa de que todo o elenco esteja a disposição de Tite no confronto contra o Criciúma. Ou quase todo, se for confirmada a informação de que o processo no CAS foi anulado, inclusive a decisão que concedeu a Gabigol o efeito suspensivo. 

Boa sorte ao camisa 99.

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A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.