sexta-feira, 12 de julho de 2024

Crítica e Contexto (2)

 


Salve, Buteco! Segunda-feira publiquei o texto Crítica e Contexto, no qual, resumidamente, expus os motivos pelos quais não me sentia à vontade para tecer maiores críticas ao elenco e à comissão técnica por conta do tropeço contra o Cuiabá, no Maracanã, no sábado de noite. Pois bem, nada como um dia a pós o outro e eis que, hoje, posso afirmar justamente o contrário, ao menos em relação à comissão técnica. É realmente curioso como o jogo começou muito parecido, com Pedro perdendo, na cara do gol, uma oportunidade que teria tornado o jogo muito mais tranquilo para o Mais Querido.

À medida que os minutos passavam, porém, ficava cada vez mais claro que as coisas não caminhariam para um desfecho positivo. Os três jogadores mais adiantados do Fortaleza (Pikachu, Lucero e Pochettino) exerciam uma pressão importante sobre a nossa linha de zaga. Muito bem posicionados, funcionavam como uma espécie de "abridor de latas", jogando nossos zageiros para os lados e diminuindo consideravelmente o espaço para a saída de bola.

O futebol posicional de hoje é, basicamente, ocupação de espaços para gerar superioridade numérica nos setores e era justamente isso que o Fotaleza do talentoso treinador argentino Juan Pablo Vojvoda fazia, tornando-se dono da intermediária do Flamengo. Ali já ficava claro que, num elenco extenuado, e depenado, Tite tomou a decisão mais incompreensível possível para o jogo de ontem - escalou uma dupla de zaga fraca na saída de bola (por conta de Fabrício Bruno) e extenuada (por conta de David Luiz). No banco, a dupla dos Léos - técnica, experiente, descansada... e sub-aproveitada.

Contudo, num desses caprichos dos Deuses do Futebol, a bola dos cearenses não entrou por esse motivo, e sim por uma infelicidade do Cria Wesley, raçudo, dinâmico, porém cabeçudo. O Flamengo melhoraria naqueles 45 minutos iniciais e empataria com Pedro, em cobrança de pênaltis. Nascia a esperança da virada no segundo tempo.

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Fato
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Rodrigo Mattos
@_rodrigomattos_
Tite tem várias qualidades como técnico. Mas tem um defeito que sempre me incomodou: a hierarquia longínqua. Demora séculos para trocar um jogador experiente que tá mal por outro que tá voando. Está rolando na cabeça de área com Allan/Pulgar e Léo Ortiz

Bem, quem sou eu para discordar? Ainda mais quando os fatos berram para todos os torcedores rubro-negros, presentes no Maracanã ou aflitos assistindo pelas imagens do Premiere.


O Tite é teimoso que não dá o braço a torcer. O Maracanã inteiro sentia o 2 gol do Fortaleza. Mas ele não fez nada! Mexeu tarde. Derrota na conta do Tite. Técnico ganha. Técnico perde jogo.
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Respondi esse tuite da minha sábia colega rubro-negra (seguimo-nos reciprocamente no Twitter) afirmando que não havia sido apenas no Maracanã, pois 47 milhões assistiram, desperados, a panelagem do treinador do Flamengo construir a vitória do Fortaleza.

Sim, já que "hierarquia do elenco" e "gestão de grupo" são conceitos muito positivos, desde que não elevados ao nível da patologia gerencial, o que parece estar acontecendo no caso do nosso treinador.

Marcado o segundo gol do Fortaleza, num lance no qual o extenuado David Luiz (raçudo, que faz grande temporada) arrastava-se para acompanhar o ataque cearense, eis que Tite começa a fazer as substituições para colocar jogadores que deveriam ter iniciado a partida - Léo Ortiz, Léo Pereira... E começaram a sair jogadores que poderiam ter perfeitamente não começado jogando - Fabrício Bruno, David Luiz, Luiz Araújo...

Observem que, naquele momento, Inês ainda não estava morta, mas já agonizava. No final, empilhar atacantes para jogar no abafa não resolveu. 3 pontos perdidos 100% na conta do treinador. Além, é claro, da perda da liderança e de ser ultrapassado por Botafogo e Palmeiras na tabela.

A única boa notícia foi a bela apresentação do Cria Matheus Gonçalves. Que tenha mais minutagem e haja menos panalagem.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.