quarta-feira, 26 de junho de 2024

Esquenta: Juventude x Flamengo, no Alfredo Jaconi

 

Salve, Buteco! Taí um jogo daquele tipo para o qual o Flamengo raramente se mobiliza: Juventude no Alfredo Jaconi. Vejam bem, não foi sempre assim, afinal de contas, o Mais Querido simplesmente inaugurou o estádio num empate por 0x0 com o Ju, nos idos 1975, sob o comando do treinador Joubert. No ano seguinte (1976), mais um amistoso, quando o Mais Querido venceu bem por 2x0 (Rondinelli e Renato Evangelista), então sob o comando de Carlos Froner.

As duas equipes só viriam a se encontrar no Jaconi quase duas décadas depois, em 1995, pelo Campeonato Brasileiro, quando o Flamengo venceu por 2x0, com 2 gols de ninguém menos do que o Anjo Loiro da Gávea - Sávio. Era o Fla do saudoso Apolinho Washington Rodrigues.

Dois anos depois, sob o comando de Paulo Autuori, mais uma vitória rubro-negra - 1x0, gol contra do zagueiro Rodrigo, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Contudo, na segunda fase veio a primeira derrota flamenga no Alfredo Jaconi (2x3) e, com ela, o início de um tabu que dura até os dias de hoje. Desde então, o Flamengo não venceu mais o Juventude em seu estádio.

De lá para cá, foram 11 jogos, com 5 vitórias do Ju e 6 empates. Mesmo quando eliminou o adversário na Copa do Brasil, o Mais Querido perdeu durante os 90 minutos - 1x2 no tempo regulamentar e 3x2 nos pênaltis, em 2001.

A derrota de maior repercussão, todavia, com certeza foi o 1x3 de 10.11.1999, quando o Baixinho Romário foi eleito o bode expiatório da crise por sua desenvoltura na noite local:


No dia da oficialização da saída de Romário, o então vice-presidente geral da gestão Edmundo Silva, Rodrigo Dunshee de Abranches, concedeu a seguinte entrevista para o Jornal do Brasil (domingo, 14/11, pág. 1 do caderno de esportes):

Rodrigo Dunshee aprova decisão de Edmundo Santos Silva

O desejo do vice-presidente geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee, de ver Romário longe do Flamengo ao final do ano, se concretizou antes do previsto. "Eu cantei a pedra, sabia que era um desagregador e que estava aos poucos tumultuando. O Flamengo tem que se renovar, pena que o divórcio seja litigioso. Poderia ser uma saída amistosa", analisou Rodrigo, que há cerca de um mês, em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, se tornou o primeiro dirigente do clube a se manifestar publicamente contra Romário.

Rodrigo se disse satisfeito como (sic) a decisão do presidente e negou que seja posição a Edmundo. "Sou da situação, embora desde o início da campanha eu tenha dito ao Edmundo que seria independente. Meu compromisso é com o Flamengo." O afastamento, segundo Rodrigo, é uma medida impopular, embora o vice não considere Romário um ídolo completo. "Ele divide opiniões, 50% gostam dele e outros 50% não. É um ídolo controvertido. No primeiro semestre, quase chegou a me convencer de sua utilidade, mesmo com alguns casos de indisciplina. Mas depois do Estadual a situação foi saindo do controle. Isso desestabiliza qualquer time. Romário é muito bom para o patrocinador, porque vende camisa, mas só para o patrocinador."

Fernando Calazans, em sua coluna para O Globo (sábado, 20/11, pág. 51), assim descreveu o evento e suas consequências políticas internas:

"Na última segunda-feira, contei aqui a festinha que um dos jogadores mais importantes do Flamengo deu para companheiros e garaotas, no quarto do hotel onde estava toda a delegação do clube em Caxias do Sul - logo depois da derrota para o Juventude, que eliminou o Flamengo do Campeonato Brasileiro.

Não disse quem era o jogador, só quis ressalvar que não era Romário porque Romário é o alvo da ira da diretoria do Flamengo. 

Ontem, em declaração publicada aqui mesmo no GLOBO, o presidente Edmundo dos Santos Silva confirmou que tivera conhecimento da festa: 'Enquanto eu chorava num quarto, os jogdores comemoravam a desclassificação do Flamengo do Campeonato Brasileiro.'

Tal como eu, o presidente não disse quem eram os jogadores, mas sabe quais são (eu, menos do que ele, só sei quem era o anfitrião, o dono do quarto).

Quem contou da festinha ao presidente foi, segundo ele mesmo, um amigo seu na cidade gaúcha.

Que tal botar esse amigo na comissão técnica do Flamengo, já que os integrantes da mesma comissão - profissionais ou não profissionais - não sabiam de nada ou, se sabiam, não contaram ao presidente?

É um mistério, já escrevi aqui também, que com tanta gente na cúpula do futebol do Flamengo, o presidente é que tenha que intervir a todo instante para resolver os casos mais indecorosos que acontecem com a turma da birita, a turma do barulho, a turma da boate e outras turmas que povoam o Flamengo.

E é duro que, mais uma vez como já escrevi aqui, seja o melhor jogador do time, Romário, o único a pagar o pato.

O Flamengo está cheio de jogadores que só mostram desenvoltura na madrugada. O presidente, agora, deve saber quais são, mesmo que seu superintendente de futebol não saiba.

Vamos ver o que acontece no ano que vem com essas turmas todas que não levam o Flamengo a sério." 

Longe de mim culpar o Baixinho, ainda mais quase 25 anos depois, quando bem sabemos que a única consequência que o clube teve com sua saída foi contrair uma enorme dívida, só quitada 21 anos depois, ao final do primeiro ano do segundo triênio da "Gestão Azul", na década passada (1 e 2).


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A propósito, alguém aqui é contra a Festa da Uva?

Eu é que não sou! Festa é sempre bom, desde que não seja com o dinheiro do Flamengo...

Viva a Festa da Uva!

PS.: segundo a Wikipedia, em 1999 não houve Festa da Uva, tradicional evento realizado a cada 2 anos.

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A edição de 2024 da Festa da Uva já aconteceu entre 15 de fevereiro e 3 de março. Logo, a Nação Rubro-Negra pode ficar tranquila quanto a isso.

Estou com um bom pressentimento para hoje à noite. Cravo um 2x0, como nos velhos tempos, com gols, quem sabe, de Pedro e do Cria Lorran.

O Ficha Técnica subirá as 19:00h, o que, hoje, significa uma hora antes do jogo. Fiquem ligados!

A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.