BUTECO DO FLAMENGO: Amanhã é Vencer, Vencer e Vencer, Adenor!

Salve, Buteco! Como ia dizendo no post de ontem, é muito diferente enfrentar uma maratona de jogos em meios e finais de semana tendo que "virar a chave" a cada jogo, alternando os ultra intensos jogos de copa com o Brasileiro, do que disputar apenas esta última competição, se é que vocês me entendem.

Portanto, acredito que essa sequência de dois meses apenas com jogos do Campeonato Brasileiro mostrará "do que Adenor é feito" como treinador do Flamengo. Apesar dos problemas gerenciais do Departamento de Futebol e lacunas no elenco, nosso treinador terá uma chance de ouro para consolidar seu trabalho e dar regularidade ao time, especialmente como visitante.

Confesso que tenho curiosidade para ver como ele administrará a minutagem e a rodagem de elenco. Minha impressão é que existe uma preocupação obsessiva com a prevenção de lesões e por isso o time frequentemente "dosa" a intensidade que imprime durante os jogos. Nesse ponto, Adenor é o oposto de treinadores como Jorge Jesus e Jorge Sampaoli. Algumas vezes parece um vovozinho recomendando aos netos que parem de fazer estripulias.

Esse traço do perfil do nosso treinador se mistura com a índole do elenco, composto por jogadores os quais, como brilhantemente descreveu André Nunes Rocha nesta coluna para o S1 Live, "já demonstraram que na menor discordância são capazes de 'largar a mão' do comandante". Reflexo do estilo de gestão do adiposo vice-presidente de futebol, priorizando as parcerias com atletas e seus empresários. Escolhe-se momentos, jogos e competições para correr. O critério de escolha, ao longo do tempo, vem se tornando cada vez mais seletivo, convenhamos.

Terá Tite condições de modificar esse quadro?

Bem, ao menos na minha opinião, primeiramente precisa melhorar a leitura de jogo e as decisões que toma tanto na estratégia para mandar o time a campo, como nas substituições. Um bom exemplo está no jogo de volta contra o Amazonas, no qual a amplitude somada aos "trotes administrados" dos jogadores provocou um efeito "posicional congelado" (Positional Frozen), como hilariamente descreveu o nosso amigo Flávio "Pedrada Rubro-Negra".

Ocorre que jogo de posição, como estamos carecas de debater, é justamente o oposto - muita movimentação e intensidade para, com amplitude, gerar espaços e em seguida atacá-los em velocidade, para depois recompor após a perda da posse de bola. A movimentação é chave para o funcionamento do sistema de jogo, eis que é com ela que as opções de passe surgem para o portador da bola.

Por sinal, não é difícil prever que o desempenho nesses próximos dois meses só de Campeonato Brasileiro está diretamente atrelado a decisões quanto ao sistema de jogo. A lateral direita é uma posição carente no elenco e compreendo a preferência do treinador por um lateral mais defensivo e um ponta direita com estilo mais agressivo. Ocorre que Luiz Araújo está longe de merecer a titularidade e, verdade (incontestável) seja dita, o time começa a se acertar com Gérson "a la Everton Ribeiro", ou seja, cortando de fora para dentro, armando o jogo. Não é hora para ser teimoso.

O jogo de amanhã tem tudo para ser do tipo "encrespado". O adversário estreará treinador movo, um professor português aparentemente do tipo motivador e que está pessoalmente motivado. Esbanjando confiança, o Luso certamente fará o elenco vascaíno se mobilizar para a partida.

É jogo para o Flamengo se impor sem pensar no dia de amanhã - no caso, depois de amanhã, ou seja, a próxima segunda-feira, já que o jogo será no domingo. Não é hora da "tática da vovozinha" - "Pedrinho, vem pra dentro senão você vai gripar! Cebolinha, pare de driblar senão você vai se machucar!". É hora de mostrar que esse elenco quer conquistar o título brasileiro após esse incômodo jejum pós-2020.

Desde 2017, em 5 jogos do Flamengo contra o Vasco da Gama como mandante no Campeonato Brasileiro, no primeiro turno, o Mais Querido venceu nada menos do que 4 vezes.

1) Vasco da Gama 0x1 Flamengo: Brasileiro/2017