Olá Buteco, bem-vindos!
Campeonato Brasileiro começou e, já
na primeira rodada, apareceram suas maiores contradições: em um momento de debate
sobre transmissões nacionais e internacionais, o Flamengo joga em um campo com
areia desprendendo a cada jogada e, numa das cenas mais grotescas que eu já
presenciei numa transmissão esportiva, vimos um funcionário marretando
uma tábua de madeira para nivelar uma área no meio-campo. Fora isso, o de
sempre: arbitragens confusas em vários jogos da rodada, VAR que se mete em
alguns momentos e em outros se omite, jogadores e treinadores pressionando e
tentando enganar a arbitragem em todo lance, muita cera, antijogo e pouco futebol.
Um verdadeiro show de horrores. E ainda precisamos lembrar que o campeonato não
parará durante a disputa da Copa América, o que prejudicará os clubes por até 9
rodadas.
É nesse cenário caótico que o
Flamengo está inserido e vai em busca da 9ª conquista. Sinceramente, desde que
comecei a fazer as análises checkpoint (e já se vão uns bons anos...) acho que
este é o campeonato mais imprevisível. Eu tentei fazer um recorte dos últimos
10 anos, para tentar atualizar o padrão, mas não há como padronizar um torneio
que é, por si só, bagunçado. Quando você perde muitas datas com os estaduais e
espreme Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores em todas as datas possíveis
quarta/domingo/quarta, não dá tempo para que as melhores equipes se preparem
adequadamente, com treinamento e descanso suficientes para apresentar o futebol
que delas se espera. Em resumo, o campeonato fica nivelado por baixo, com as equipes
que jogam apenas uma vez por semana (por não se classificarem ou saírem cedo
das copas) conseguindo vantagem física significativa. Dessa forma, vamos tentar
montar uma trajetória para vencer o campeonato, mas este ano a discrepância
tende a ser alta, justamente porque não saberemos qual dos favoritos ao título
vai sair cedo das Copas, focando só no brasileirão.
Quando se olha este recorte, é possível perceber uma tendência para que o campeão bata 80 pontos. Uma forma de explicar essa tendência era a diferença entre os elencos mais fortes e os mais fracos, inclusive de clubes tradicionais como Botafogo, Vasco e Cruzeiro, que estavam em uma profunda crise, passeando pela segunda divisão do futebol tupiniquim. Ainda que o calendário apertado seja algo que vem de algum tempo, a diferença entre os elencos era tão alta que os melhores podiam escalar times alternativos e ainda assim serem superiores. A chegada das SAFs modificou bastante este cenário, dando condições para que esses clubes possam ter uma melhor performance no campeonato. Além dos três citados, temos um Bragantino também competitivo, um Bahia recém montado com aporte do Grupo City, o Athlético-PR, que conseguiu se instalar no rol dos grandes do país e um Fortaleza muito bem estruturado. Isto certamente influenciará para que haja um maior equilíbrio entre as equipes, consequentemente diminuindo a perspectiva de pontos do campeão.
No entanto, há de se levar em conta o já comentado "doping do calendário", quando um dos candidatos ao título passa a ter apenas o Campeonato Brasileiro como objetivo. Nesse caso, é possível que o campeão rompa a barreira dos 80 pontos. Em todo caso, vamos fazer o básico para este ano: 10 pontos a cada bloco de 5 jogos. Nesse ritmo, chegaríamos na Rodada 35 com 70 pontos, tendo então os 3 últimos jogos para um spint final capaz de nos levar a um máximo de 79 pontos. Será suficiente para o título? Como desenrolado em todo o início desse post, muito difícil cravar.
Vamos agora analisar os nossos blocos de jogos. A tabela foi muito ruim conosco, são 6 clássicos nos 10 primeiros jogos, mais 3 confrontos difíceis fora de casa (Goianiense, Bragantino e Paranaense). Resultado do último domingo foi importantíssimo, acreditem.
Bloco 1 - Atlético-GO (f), São Paulo (c), Palmeiras (f), Botafogo (c), Bragantino (f) - Difícil.
Como é que faz para achar 10 pontos aqui? Complicadíssimo. Mais uma vez, resultado de domingo foi absurdamente importante. Por sorte, pegaremos um São Paulo em crise amanhã. É possível que o time seja mesclado, reflexo cedo do calendário apertado. Mas o São Paulo também disputa Libertadores e também tem os seus problemas. Lucas e James não jogam, pelo que ouvi. É aproveitar a instabilidade deles e conseguir a vitória.
Contra o Palmeiras lá é outro jogo. Favoritismo todo deles. Última vez que isso aconteceu foi quando mandamos o time de garotos, por conta da covid. Defesa será extremamente exigida na bola aérea. Estratégia do Palmeiras é essa, cruzam 500 mil bolas na área, sabendo que alguma hora a zaga vai falhar. É lógica. E está funcionando. Empate não é nem um pouco descartável. No entanto, esse é o tipo de jogo que, vencendo, dá uma moral absurda para a sequência da temporada. Não podemos deixar de jogar, é tentar vencer e não deixá-los confortáveis em campo.
Depois, Botafogo (Maraca) e Bragantino em Bragança. Só isso. Pra 10 pontos, precisamos ganhar do São Paulo e do Botafogo e arrumar um ponto em São Paulo. Bragantino também já teve sua melhor fase, mas é um time chato e historicamente perigoso contra a gente.
Bloco 2 - Corinthians (c), Vasco (f), Grêmio (c), Athetico-PR (f) e Bahia (c) - Difícil.
Bloco 3 - Fluminense (f), Juventude (f), Cruzeiro (c), Atlético-MG (f) e Cuiabá (c) - Médio.
Bloco 4 - Fortaleza (c), Internacional (f), Criciúma (f), Vitória (c) e Atlético-GO (c) - Fácil.
Bloco 5 - São Paulo (f), Palmeiras (c), Botafogo (f), Bragantino (c) e Corinthians (f) - Difícil.
Bloco 6 - Vasco (c), Grêmio (f), Athetico-PR (c), Bahia (f) e Fluminense (c) - Difícil.
Bloco 7 - Juventude (c), Cruzeiro (f) Atlético-MG (c), Cuiabá (f) e Fortaleza (f) - Médio.
Sprint Final - Internacional (c), Criciúma (c) e Vitória (f). Fácil.
É isso, meus amigos! Tabela muito pesada no início e, consequentemente, mais fácil no final. Se chegarmos na Rodada 35 em 1o lugar, é tabela para vencer os 3 jogos e ser Eneacampeão!
Que assim seja!
Saudações RubroNegras!!!
