soulless adjetivo
Salve, Buteco! Sendo bem sincero com vocês, nunca provei o hidromel com esse nome ("Souless") da Eagle's Claw, mas convenhamos, a arte em preto e vermelho e o nome vêm a calhar para o futebol do Flamengo - frio, desfocado, sem convicção, desalmado.
No primeiro tempo, consciente de sua superioridade técnica, o time pareceu ter a certeza de que venceria a qualquer momento. Cheio de toquinhos improdutivos, o Flamengo jogou de maneira pretensiosa, como se fosse uma equipe vencedora e perfeitamente harmônica com jogadores que atuam juntos há várias temporadas.
O pouco que o time criou se deu com jogadas aéreas a partir do espaço criado nas laterais no congestionamento provocado pelo "jogo interno", pelo meio. Porém, faltou objetividade, apesar de que, logo no início, Arrascaeta desperdiçou um cabeceio que foi a jogada de gol mais clara da equipe com a bola rolando e, já no final da primeira etapa, Pedro desperdiçou uma boa chance da entrada da área chutando por cima do travessão. No frigir dos ovos, na descida para o vestiário o time deixou pelo menos a impressão de que se defendeu bem, bloqueando os avanços do Vasco e jogando no campo do adversário.
A volta do intervalo foi preocupante. Era esperado que o time não conseguisse jogar no campo do Vasco por 90 minutos e que, portanto, em algum momento seria pressionado. A minha curiosidade, então, era direcionada ao comportamento do time com as linhas baixas. E confesso que me assustei com o que vi. O time, que já não era um modelo de objetividade no primeiro tempo, mas conseguia se impor territorialmente e criar chances com a bola aérea, simplesmente derreteu e parecia que caminhava para tomar um gol.
Na altura dos 21 minutos, porém, Tite trocou a dupla de ataque, tirando os inoperantes Pedro e Cebolinha para as entradas de Bruno Henrique e Gabigol, que, a bem da verdade, muito embora sem nenhum brilho individual, entraram bem mais ligados do que seus predecessores e trouxeram o Mais Querido de volta para o jogo.
Com dificuldades para furar a sólida primeira linha vascaína, o time insistiu até que, aos 40 minutos, Arrascaeta foi infantilmente derrubado na área pelo zagueiro João Victor, levando o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães a marcar pênalti sem hesitação. Numa reação tipicamente cruzmaltina, os jogadores, a comissão técnica e a torcida ensaiaram um surto coletivo, mas as imagens eram mais do que claras.
Então, na sequência de um breve e patético ensaio de tumulto, Gabriel Barbosa, o Gabigol, finalmente se aproximou da marca de cal para cobrar a penalidade máxima...
Soulless. Sem alma. Ausência de estado de espírito. Nosso camisa 10, hoje, é um jogador descaracterizado, opaco, sem convicção sobre o seu lugar no mundo e na vida. Que dirá no Flamengo...
A ausência de brilho de sua maior estrela espelha o que é o Flamengo de 2023 para cá, mas por justiça, antes de terminar esse texto, preciso ressalvar a brilhante partida de Léo Pereira ontem.
2024 será longo, meus Amigos...
Quarta-feira já tem jogo de novo, mais um clássico contra um adversário também claudicante, não só nesse início de temporada, como desde a reta final do Campeonato Brasileiro/2023.
Prognósticos?
O que vocês mudariam (se é que mudariam) no time?
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.