sábado, 13 de janeiro de 2024

Resenha de Final de Semana: Sobre a Coletiva de Ontem

 

Salve, Buteco! Ontem, sexta-feira, 12 de janeiro, ocorreu uma grande entrevista coletiva no Ninho do Urubu, a qual se desdobrou em três momentos: papo com Bruno Henrique após o anúncio da renovação do contrato, apresentação de De La Cruz à imprensa e perguntas a Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e Bruno Spindel, gerente executivo de futebol.

Na minha opinião, alguns temas inevitavelmente são antecedentes lógicos e influenciam a análise das respostas tanto do BH27, quanto dos dirigentes. É o caso da polêmica extensão das férias de 2022 e o encurtamento da pré-temporada 2023.

Bruno Spindel e, especialmente, Marcos Braz foram bastante enfáticos ao contradizerem Dorival Junior quanto à versão de que o treinador queria a reapresentação no dia 19 de dezembro de 2022, afirmando que, assim como os jogadores, preferia a data de 3 de janeiro de 2023. O VP de Futebol chegou a afirmar que Dorival mentiu. 

Valorizo a postura firme dos dirigentes em negar a versão apresentada pelo treinador. Por sinal, com todo o respeito, é difícil acreditar em Dorival (o Maioral), dada a sua postura de acadelamento em relação ao elenco na reta final da temporada/2022. 

Contudo, tampouco é crível que os dirigentes tenham, por iniciativa própria, decidido antecipar a apresentação para o dia 26 de dezembro sem consultar a nova comissão técnica. Talvez tenha faltado um pouco mais de transparência nessa parte, além de um mea culpa por,  independentemente de qual tenha sido a postura do treinador, mas na condição de dirigentes aos quais competia o planejamento, terem autorizado a extensão das férias e o encurtamento da pré-temporada. 

E nesse tema, Amigos, infelizmente, não há inocentes.

Por exemplo, ao final da primeira parte da coletiva, o ídolo Bruno Henrique beijou o escudo e transpareceu emoção por continuar no clube. Quero deixar claro que acredito na sinceridade dos sentimentos do nosso camisa 27; todavia, o elenco todo é corresponsável pelo erro de planejamento da Diretoria, pois, a partir de um pedido de Gabriel Barbosa, feito antes mesmo da final de Guayaquil, os jogadores se valeram do prestígio fortalecido pelos dois títulos (Libertadores e Copa do Brasil) então recentes para, temerariamente, às vésperas de uma sequência de decisões (Supercopa, Mundial e Recopa Sul-Americana), forçar a extensão das férias e encurtar a preparação para o desafiador início da temporada/2023.

Ao longo da coletiva, enquanto o diretor de executivo de futebol, profissionalmente, demonstrava solidez e sobriedade na postura e na sua argumentação (ainda que se possa discordar de vários pontos), o dirigente amador, além de se mostrar irritadiço e incomodado com a pressão, deu seu show particular, primeiro negando ser um "marqueteiro", e depois debochando da metodologia utilizada pelo Palmeiras na mesma pré-temporada 2023, iniciada via comunicação por meio virtual (plataforma Zoom) da Comissão Técnica e do Departamento de Futebol com os atletas.

A prudência e até mesmo os resultados apresentados dentro de campo, definitivamente, não autorizam a postura do dirigente amador, com todo o respeito.

A entrevista teve ainda o intrigante convite (por parte do VP de Futebol) para "alguém do Departamento Financeiro" (do clube) se fazer presente no que prometeram ser periódicas entrevistas coletivas trazendo a público mais informações sobre as finanças do Departamento de Futebol. Sinal do início quente do ano eleitoral (no clube e na Câmara de Vereadores), muito provavelmente. 

No frigir dos ovos, porém, a mudança na direção da transparência é positiva e bemvinda, e essa foi a nova postura dos dirigentes, de abordagem direta e mais transparente de quase todos os assuntos, à exceção dos incandescentes "acordo verbal para renovação com Gabigol" e "Evander", em relação os quais ambos "saíram pela tangente", valendo-se de respostas evasivas. 

O primeiro assunto voltará à pauta enquanto não ocorrer a renovação. É questão de tempo. Já o segundo tende a sair de cena após a revelação, por Venê Casagrande, dos valores oferecidos ao clube americano, os quais, até o momento, não foram desmentidos.

Por isso mesmo, apesar da sensível melhora na comunicação com a imprensa e os torcedores, analisando o mérito das respostas dos nossos dirigentes é impossível não se perguntar se a velha e repetida estratégia do "gelo no sangue", adotada nas últimas temporadas, não está ultrapassada, diante da dinâmica do mercado. 

Um bom exemplo está nas posturas de River Plate e Bragantino, ao exigirem do Flamengo o pagamento integral das multas rescisórias de De La Cruz e Léo Ortiz. Outro exemplo está na grande distância entre os valores oferecidos pelo clube para a Roma (Viña), o próprio Bragantino (Léo Ortiz e Juninho Capixaba) e, ainda, o Portland Timbers (Evander), postura que lembra o fracasso nas negociações de Walace (Udinese), Wendel e Claudinho (Zenit), em janelas passadas.

Finalmente, Nico De La Cruz, como não poderia deixar de ser, foi o ponto alto da coletiva, até porque nele e em Tite reside a esperança de renovação em relação ao que ocorreu em 2023. É difícil analisar a autenticidade das emoções das pessoas em um ambiente como o futebol profissional de hoje, mas o "Dela" pareceu genuinamente feliz e animado com os novos desafios. 

Articulado, e sempre muito simpático, o uruguaio irradiou energia positiva, importante para que todos os que o antecedem no setor mudem suas posturas em prol dos interesses do Clube de Regatas do Flamengo, o qual deve estar sempre em primeiro lugar.

Estou contando os dias para a volta do futebol e do Mais Querido aos gramados, mesmo que simples amistosos ou apenas o Campeonato Estadual.

A palavra está com vocês.

Bom FDS e SRN a tod@s.