Salve, Buteco! Quem estava reclamando de crise de abstinência foi presenteado com três jogos entre o domingo à tarde e a segunda-feira à noite, nesse início de temporada/2024 - amistoso internacional, Taça Guanabara e Copa São Paulo de Juniores. A disputa de dois jogos do time profissional em uma mesma tarde não é exatamente um exemplo ideal de gestão de futebol, mas traz a cura para quem sofria com a falta de jogos do Mais Querido do Brasil (e do Mundo).
O amistoso internacional nos Estados Unidos começou com uma surpresa de Tite na escalação. Setoristas do clube variavam entre a mesma escalação do jogo contra o Audax Rio e uma formação com quem não havia começado aquela partida, mas o nosso treinador derrubou as previsões com as escalações dos crias Carbone e Matheus Gonçalves.
O meio com Allan, Gérson e Matheus Gonçalves não chegou a brilhar, convenhamos. Em alguns momentos, o Philadelphia Union deu a impressão de que estava melhor postado. Contudo, o Flamengo foi bem mais agudo e preciso nas oportunidades de gol, e Cebolinha acabou sendo o nome do jogo, sofrendo o pênalti convertido por Pedro e marcando um belo gol, dando, ainda no primeiro tempo, números finais à partida.
Na volta do intervalo, Tite deu uma bela colher de chá para a dupla de ataque Bruno Henrique e Gabigol, escalando-os com o meio de campo quase titular - Pulgar, Victor Hugo, De La Cruz e Arrascaeta. A chance, porém, não foi aproveitada pelos Heróis de Lima. Pelo menos a atuação da meiuca melhorou um bocado, ainda que se considere que o adversário também trocou o time todo, e o Mais Querido não foi mais incomodado, passando a ter controle absoluto do jogo, apesar da falta de objetividade para converter as oportunidades de gol.
De La Cruz mostrou desenvoltura e deixou a torcida ainda mais esperançosa, mas coletivamente não se pode dizer que tenha sido uma grande exibição, tanto no primeiro, quanto no segundo tempo.
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No post do último sábado ressaltei a importância do modelo de negócios com jogadores da base para as receitas do clube, mas parece que valeu o ditado popular de que não se pode elogiar. Francamente, a Diretoria parece ter jogado no colo do treinador Mário Jorge a inglória missão de aproveitar uma série de jovens jogadores dos quais o clube quer se livrar e ainda montar um time com capacidade de vencer um jogo no Campeonato Carioca.
É o caso, por exemplo, do lateral Santiago Ocampos, que vem de longa inatividade; do zagueiro Gabriel Noga, que também vem de contusão grave e de empréstimos nos quais não teve sucesso; do atacante Thiaguinho, que é quase mais rodado do que Dadá Maravilha, e, ainda, do atacante Petterson, já negociado com o Athletico Paranaense, em relação ao qual só São Judas Tadeu pode explicar de onde nossa Diretoria achou que viria a motivação para jogar esses dois últimos jogos pelo Flamengo.
Minhas ressalvas atenuantes da responsabilidade de Mário Jorge, porém, acabam por aqui, pois na etapa final o nosso gorducho treinador deu um show de omissão e decisões equivocadas. Depois de Noga entregar a paçoca, e com o time tendo a obrigação de tentar ao menos o empate, morreu abraçado com uma formação que acomodava os jogadores "mais rodados" e não mexeu para dar agressividade ao time.
A saída de Werton, por exemplo, foi inexplicável, especialmente porque Thiaguinho, autor do gol de empate, já apresentava cansaço, levando-o a se precipitar ao cometer uma falta, tomando o segundo amarelo e sendo expulso em seguida. Nosso comedor de sanduíches também demorou a colocar o centroavante Pedro Estevam no jogo, perdendo tempo precioso para dar mais presença na área para o time, que precisava de mais um gol para virar a partida.
O próximo adversário, nas últimas temporadas, vem sendo um dos mais qualificados entre os de menor investimento no Estado do Rio de Janeiro. A Portuguesa da Ilha do Governador vem fazendo boas campanhas tanto no Carioca, como na Série D do Campeonato Brasileiro, chegando, na Taça Guanabara/2021, a quase vencer o time reserva do Flamengo, que arrancou um empate no final do jogo, com dois gols de Pedro.
É plausível temer por uma derrota na 3ª rodada, se não houver uma intervenção para escalar jogadores em melhores condições, ainda que sejam menos experientes. Muitos desses garotos podem ser prejudicados pelo péssimo planejamento feito pelo clube para esses dois jogos.
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Os meninos que disputam a Copa São Paulo de Futebol Júnior talvez tenham chegado mais longe do que se cogitava, dado o desmonte do elenco a cada fase. Trata-se de uma campanha heróica, não sendo possível exigir do treinador que coloque em campo um time taticamente muito organizado, se o material humano a sua disposição muda a cada dois ou três dias.
Ainda assim, existe a esperança. Contra um Cruzeiro surpreendente, que parece estar reerguendo a sua tradicional e forte base, a mística do Manto Sagrado estará em campo (enfim, um bom gramado!) para envolver e bem vestir um jovem grupo que deseja vencer na vida e chegar à final para, quem sabe, conquistar o tradicional título pela quinta vez para o clube.
Que São Judas Tadeu abençoe os nossos meninos na noite de hoje.
O SporTV e o Premiere anunciam a transmissão a partir das 19:30h.
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.