Olá Buteco, bom dia!
O Campeonato Brasileiro de pontos corridos, em que pese sua pitoresca característica de estar espremido entre as competições sulamericanas e a Copa do Brasil, é previsível: se a cada bloco de 5 jogos você faz 11 pontos, é muito provável que seja o campeão. Se faz 10, estará na briga pelo título e, menos do que isso, vai ficar o campeonato inteiro secando o líder, num esforço miseravelmente inútil.
O grande problema da nossa (des)administração do futebol é que o planejamento para o campeonato brasileiro é tão zoado quanto o próprio calendário da competição: o que parece é algo como "vai jogando aí, depois vemos o que dá pra beliscar!". E, num cenário como o desse ano, no qual algum time abre uma vantagem considerável ao final do 1o turno, a sensação é de abandono total, como se o departamento de futebol fosse abduzido pelo senso comum, interiorizando o pensamento de que "o líder não vai ter uma queda abrupta de produção, então já era".
Só há um mero detalhe neste tipo de pensamento: uma administração profissional não pode ficar restrita ao senso comum! Aliás, essa mesmíssima situação já aconteceu antes. Em 2017, o Corinthians fez os mesmos 47 pontos ao final do 1o turno, todo mundo abandonou o campeonato e entregaram de bandeja o troféu para o clube paulista, que só precisou fazer 26 (!!!) pontos no returno.
Agora que o Botafogo está em queda livre, não conseguiremos aproveitar, porque não mantivemos nem 9 pontos de média em cada bloco. Que planejamento, Flamengo! Aliás, que desplanejamento!
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Uma coisa que me irrita no debate esportivo brasileiro é essa supervalorização da busca pela vaga na Libertadores. Naturalmente, os programas esportivos precisam de assunto para manterem suas programações no ar, 24h por dia, fora o engajamento dos youtubers e afins. Além disso, como o número de vagas pode chegar a 8, é possível engajar todas as torcidas nessa perspectiva. Na transmissão de Flamengo x Bahia, por exemplo, o narrador anunciava que o gol do Fortaleza, contra o Grêmio, era ruim para o Flamengo, porque o time cearense entrava na briga direta conosco pela vaga. Fala sério!
Nessa bagunça que se tornou o futebol RubroNegro, eu não tenho nenhum tesão em ficar torcendo por vaga em Libertadores. Por mim tanto faz, como tanto fez: se classificar, beleza, não fez mais que a obrigação. Se não classificar, ao menos poderemos focar completamente no Campeonato Brasileiro, sem dividir atenção com as competições eliminatórias (Sualmericana manda o sub-20, elenco principal nem viaja!).
Em todo caso, entendo que os amigos queiram torcer pela classificação à maior competição do continente: é uma receita importante e sempre há o sonho de vencê-la, embora eu acredite que é mais factível quando existe um trabalho consistente, o que está longe de possuirmos. Dessa forma, apresento os números históricos para G4 e G6:
- Média histórica do 4o colocado: 64 pontos.
- Média histórica do 6o colocado: 59 pontos.
Nós estamos com 43. Então, são apenas 16 pontos em 13 jogos, uma pontuação tranquila de se atingir para chegar à pré-Libertadores. Para pegar fase de grupos, são necessários 21 pontos nesses últimos 13 jogos. São 6 vitorias e 3 empates, com a possibilidade de perder ainda mais 4 jogos. Nas CNTPs, nada muito complicado. Mas o Flamengo 2023 está longe, mas muito longe, das condições normais de temperatura e pressão...
Em casa, temos Vasco, Red Bull Bragantino, Santos, Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG e Cuiabá. Fora, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Fortaleza, América e São Paulo. Vale ressaltar que há uma pausa para data fifa após o jogo de sábado, tempo importante para o próximo bucha treinador tentar arrumar alguma coisa nesse melancólico fim de ano.
Saudações RubroNegras!!!
Boa semana a todos!!!