Salve, Buteco! Esclareço desde logo que escrevo essas mal-traçadas linhas antes do término dos jogos de domingo pela 30ª Rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, antes mesmo da bola rolar para Botafogo x Cuiabá, no Engenhão. A ressalva objetiva deixar clara minha opinião no sentido de que o líder não é confiável e, em razão disso, o título brasileiro está em aberto, sendo que, do 2º ao 7º colocado, qualquer dos competidores pode, a qualquer momento, arrancar para uma conquista histórica. As chances ou mesmo a viabilidade do Flamengo ser esse protagonista são outros quinhentos e eu não pretendo, hoje, incursionar neste terreno de debates.
O meu ponto, no texto de hoje, é destacar que, acontecendo ou não essa (improvável) arrancada, por parte do Flamengo, a conclusão de qualquer avaliação minimamente séria a respeito da temporada só pode apontar para um absoluto e completo desastre, um vexame de proporções poucas vezes vista na História do clube.
Isso porque a maneira pela qual o Flamengo, com muito mais recursos financeiros investidos na estrutura do Departamento de Futebol e no elenco profissional, permitiu que os adversários o alcançassem e o superassem em nível de competitividade é, ou ao menos deveria ser, motivo de absoluta vergonha para dirigentes e atletas.
Vocês podem me perguntar a respeito das comissões técnicas, mas sua rotatividade é tão frenética que confesso haver ultrapassado a fase de utilizá-las como bodes expiatórios. Comigo não vai rolar mais. Simples assim. Afinal de contas, quem continua na estrutura, de maneira perene e intocável? Dirigentes e atletas, concordam? Então, de quem mais poderia ser a culpa? Minha, sua ou de 47 milhões de torcedores é que não poderia ser.
47 milhões de reféns, por sinal. Reféns do sequestro da alegria de ser Flamengo; da esperança de ver em campo times que realmente aspiram as grandes conquistas e superar limites; do respeito pela torcida; da gratidão pela idolatria da torcida, da reverência à História, ao Manto Sagrado e aos símbolos do clube.
Infelizmente, parte dos reféns desenvolveu a chamada "Síndrome de Estocolmo" em relação a alguns dos sequestradores. Refiro-me a atletas de "maior idolatria", se me permitem defini-los dessa maneira. Entre notívagos compulsivos e egos sem o menor traço de autocrítica, recebem uma inusitada blindagem até mesmo de torcedores de mais idade, supostamente experientes e capazes de identificar esse padrão de comportamento em atletas.
A cada vez que me deparo com alguém manifestando esse tipo de estado psicológico, meu coração se entristece e perco um pouco da esperança de que o atual quadro do nosso Departamento de Futebol se reverta a curto prazo. Quem mais poderia cobrar atletas e dirigentes (e vá lá, também as comissões técnicas)?
O anúncio da permanência do status quo até o final do mandato do presidente, somado à Síndrome de Estocolmo manifestada por parte da torcida, forma um cenário de autêntica tragédia rubro-negra.
Peço a reflexão de todos.
E para tanto, como sempre, a palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.