Salve, Buteco! Bom, eu vou começar pelo treinador. É claro que a gastroenterite que acometeu Everton Ribeiro no horário do jogo não tinha como ser prevista. Foi uma fatalidade. A questão é que, em contextos desfavoráveis, é preciso, primeiramente, que a pessoa tente se ajudar, correndo o menor risco possível. É nesse ponto que se mostra absolutamente incompreensível a ausência de Lorran, que viajou para Cuiabá, no banco de reservas, especialmente com as negociações dos dois Matheus (França e Gonçalves).
Contudo, convenhamos, o Lorran dificilmente faria diferença no jogo de ontem. É que os quarenta e cinco minutos iniciais justificam todas as teorias da conspiração possíveis acerca das causas da postura letárgica do time. O problema do Flamengo era tanto coletivo, quanto espiritual. Enquanto os dourados quadriplicavam a marcação no nosso portador da bola, o time rubro-negro permitia as transições ofensiva e defensiva do adversário acontecerem com a mais absoluta naturalidade. Os jogadores pareciam não fazer a menor questão de estar em campo.
Ainda assim, nos 45 minutos iniciais, o Cuiabá, apesar de pressionar bastante, só conseguiu chegar com perigo ao gol em torno dos 32/33 minutos, quando Clayson finalizou bem com um chute rasteiro no canto, obrigando Matheus Cunha a praticar grande defesa. Porém, a pressão dourada era um indício do que seria o segundo tempo.
A estranha substituição de Ayrton Lucas levou o treinador a, mais uma vez, improvisar Thiago Maia na lateral esquerda. E no início do segundo tempo a fatura foi cobrada. Ninguém marcou Jonathan Cafu justamente naquele setor, permitindo ao Dourado a abrir o placar. E, aberta a porteira, a coisa saiu do controle.
O time até esboçou uma reação (aliás, por que algumas das óbvias alterações não foram feitas já no intervalo?), mas a verdade é que, enquanto David Luiz (que falhou no primeiro gol), Pablo, Allan (que falhou no terceiro gol), Luís Araújo e Bruno Henrique corriam atrás do resultado, entregando-se à partida, a maior parte do time parecia completamente alheia ao que ocorria dentro das quatro linhas, seguindo o padrão Cebolinha, que vergonhosamente andou em campo. Pedro inclusive perdeu uma oportunidade cara a cara com o goleiro Walter de maneira no mínimo esquisita.
A par disso, Amigos, é que, se você sabe que um dos seus laterais esquerdos passa metade da temporada no Departamento Médico ou fazendo regeneração, não podendo disputar grandes sequências de jogos; se você tem um meia, o craque do time, que tampouco tem no físico a sua principal característica, necessitando, portanto, há várias temporadas, de um reserva; se você negocia os jogadores da base que em tese poderiam ao menos tentar exercer essa função, e se tampouco contrata o volante box-to-box ou "meia polivalente" que treinador após treinador pede há pelo menos uma temporada e meia, a verdade, Amigo, é que você está correndo para não chegar, quando menos na maior competição do ano.
Com vocês, a avaliação do dublê de vereador e vice-presidente de futebol sobre a janela (indiscreta) do Clube de Regatas do Flamengo neste julho/agosto de 2023. Créditos ao YouTuber Flazoeiro (@flazoeiro_), autor do vídeo publicado no ex-Twitter:
É a janela indiscreta rubro-negra, que transformou definitivamente a temporada/2023 do Flamengo em um filme de suspense.