Véspera de Fla-Flu (Final) e a Temporada

Salve, Buteco! Bem, o que posso dizer desse Sábado de Aleluia? Apenas que o Mais Querido do Brasil, bem ao seu estilo, resolveu abraçar o caos e chegar em crise a um Fla-Flu de Páscoa, decisivo de Campeonato Estadual. "Ah, mas é só um Estadual..." Não, não, não e não. É Fla-Flu e uma possível projeção de confrontos decisivos em uma ou até todas as maiores competições, que estão começando agora - Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.

Trata-se do Fluminense, clube contra o qual o Flamengo jogou mais vezes em sua História, que se mistura tanto com o nascimento do clube rival, fundado por membros do Malvadão, como com a fundação do Departamento de Futebol do próprio Mais Querido. E que nos dias atuais anda em boa fase, começando a avançar para colocações mais altas nos maiores torneios, sem contar que, por pura displicência nossa, vem surrando o Flamengo várias vezes. 

Isso precisa acabar e, portanto, de absolutamente nada adiantará a vitória no sábado passado se no início da noite do domingo de Páscoa o Mais Querido não se sagrar campeão carioca de 2023.

Num enredo complexo como só o Clube de Regatas do Flamengo poderia conceber, pode-se hoje afirmar que a permanência do treinador, fritado agora em fogo alto em plena semana da finalíssima, independe da conquista ou não do título - é bem provável que já haja uma decisão tomada pelo alto comando.

Cenário totalmente aberto e de altíssima tensão, cheio de fios desencapados à solta.

Então, para nos distrairmos um pouco até a hora do jogo, deixo vocês com um levantamento que fiz, trazendo números de jogos nas últimas seis temporadas, por competição, e o resultado final (colocações e títulos).

Ano	Competições	Número de Jogos
2016	Amistosos: 2 Estadual: 16 (4º colocado) Primeira Liga: 4 (3º lugar) Brasileiro: 38 (3º lugar) Copa do Brasil: 4 (2ª fase – 41º lugar) Sul-Americana: 4 (8ªs – 15º lugar)	68
2017	Amistosos: 1 Estadual: 17 (1º lugar – campeão) Primeira Liga: 4 (6º lugar) Brasileiro: 38 (6º lugar) Copa do Brasil: 8 (2º lugar) Libertadores: 6 (19º lugar) Sul-Americana: 10 (2º lugar)	84
2018	Amistosos: 1 Estadual: 15 (3º lugar) Brasileiro: 38 (2º lugar) Copa do Brasil: 6 (Semifinal – 4º lugar) Libertadores: 8 (8ªs – 13º lugar)	68
2019	Flórida Cup: 2 (campeão) Estadual: 17 (campeão) Brasileiro: 38 (campeão) Copa do Brasil: 4 (4ªs – 7º lugar) Libertadores: 13 (campeão) Mundial de Clubes: 2 (2º lugar)	76
2020	Estadual: 17 (campeão) Supercopa do Brasil: 1 (campeão) Brasileiro: 26 (paralisado – pandemia) Copa do Brasil: 4 (4ªs – 7º lugar) Libertadores: 8 (8ªs – 11º lugar) Recopa Sul-Americana: 2 (campeão)	58
2021	Estadual: 15 (campeão) Supercopa do Brasil: 1 (campeão) Brasileiro: 52 (2020/campeão; 2021 – 2º lugar) Copa do Brasil: 8 (Semifinal – 4º lugar) Libertadores: 13 (2º lugar)	87
2022	Estadual: 15 (2º lugar) Supercopa do Brasil: 1 (2º lugar) Brasileiro: 38 (5º lugar) Copa do Brasil: 10 (campeão) Libertadores: 13 (campeão)	77
2023	Estadual: (...) 15 Supercopa do Brasil: 1 (2º lugar) Brasileiro: (...) 38 Copa do Brasil: (...) Libertadores: (...) Recopa Sul-Americana: 2 (2º lugar) Mundial de Clubes: 2 (3º lugar)

Acredito que esses números mostram que as copas são um forte fator de pressão sobre o Campeonato Brasileiro. Nos anos em que o Flamengo chegou às finais de duas grandes, caiu de colocação no maior certame nacional. Os motivos, para além da obviedade do desgaste oriundo do número de jogos, passa também pelo perfil do elenco, com a quantidade de jogadores aptos a substituir especialmente os titulares de idade mais avançada, e da própria estrutura do Departamento de Futebol, quando é ou não composto por profissionais de excelência em seus quadros. As constantes trocas de comissão técnica, acompanhadas de mudanças de metodologia de trabalho, tampouco ajudam.

O cenário de 2023, hoje, é bastante preocupante, pelo baixo nível técnico apresentado e também pelo desnível físico do elenco - tem jogador com idade avançada, contundido e até mesmo contundido com idade avançada. As férias foram longas para a grande maioria, e uns voltaram bem preparados, enquanto outros não. A cereja desse bolo mofado é a pré-temporada praticamente inexistente. Logo, não surpreende absolutamente ninguém que uma troca de treinador se desenha no horizonte próximo.

Qual seria a projeção de vocês no dia de hoje? Avançamos ou caímos (cedo ou tarde) pelo caminho?

Acreditam em reviravolta e nos três títulos?

Manteriam ou demitiriam o Vítor Pereira? O resultado do Fla-Flu de amanhã influiria ou não nessa decisão?

Adianto que ainda torço pelo português, embora consciente da delicadeza da sua situação no momento.

Bem, acho que agora temos bastante assunto para esse final de semana.

A palavra está com vocês.

Bom FDS, Feliz Páscoa e SRN a tod@s.