Salve, Buteco! "Retranqueiro", "o Flamengo deu a bola para o Fluminense no primeiro tempo". Enxerguei de outra forma. Há menos de 10 (dez) dias, durante uma interação no Twitter, externei essa leitura de que o jogo voltado para a defesa era uma falsa impressão, causada pelo fato de que o Flamengo de Vítor Pereira vinha sendo envolvido por alguns adversários, inclusive (em tese) bem mais fracos, como o Vasco da Gama da eliminação para o ABC de Natal e dos 0x2 para o Athletic de Minas Gerais.
Foram o quê? 18, 20 minutos até a parada técnica? Pois o meu querido amigo Luiz Filho (@Lavfilho) me afirmou que contou e que aquela pressão inicial do Flamengo durou exatamente 6 minutos. Depois disso, como poderíamos definir o que se passou em campo? Um efêmero nó tático de Diniz em Vítor Pereira? Que durou uns 12 a 14 minutos? O certo é que o Flamengo não viu a cor da bola, e digo literalmente, pois alguém poderia perfeitamente ter contado aos jogadores que um gandula havia reposto uma bola roxa, cor de rosa ou com diversos tons de abóbora e muitos deles teriam acreditado.
Só que o Fluminense não aproveitou o momento, que poderia ter lhe dado, além da abertura do placar e talvez uns dois gols de vantagem, também uma imensa vantagem psicológica, dado o que ocorreu na final do ano passado. O Flamengo voltou "competitivo" da parada técnica, e não deixou mais o Fluminense jogar, tal qual conseguiu fazer nos 45 minutos iniciais do confronto da Taça Guanabara, quando abriu o placar com um golaço de Cebolinha, mas tomou a virada no segundo tempo. Criou inclusive uma ótima chance, finalizada por Pedro e defendida por Fábio.
O mais interessante foi o que se passou na segunda etapa. Com a abertura do placar logo aos 5 minutos, o Fluminense partiu para cima e parecia que reviveríamos aqueles medonhos 18, 20 minutos da primeira etapa. O Mais Querido simplesmente não conseguia sair jogando até que vieram as mexidas. O time "mais físico" da primeira etapa deu lugar a um bem mais técnico, de futebol vistoso, que envolveu o então já desgastado Fluminense e construiu o incontestável placar. Tanto que veio a nova parada técnica e um minuto depois o segundo gol.
É claro que não se trata de simples coincidência.
Volto aqui ao início do post: na minha opinião, não se trata de opção pela retranca em determinadas fases do jogo, para depois "soltar o time", mas de simplesmente não conseguir jogar, o que me parece ser um problema bem mais sério. É que, na teoria, essa "formação física" deveria controlar o jogo com forte marcação e não ter tanta dificuldade para sair jogando; todavia, não é o que vem acontecendo durante as partidas.
A boa notícia de ontem, para além da vitória, é que Mister VP, após aqueles quase fatídicos 18/20 minutos, acertou a mão em todas as decisões que tomou, começando pela volta da primeira parada técnica. Considero esse detalhe o mais importante. Gosto de algumas ideias do nosso atual treinador português, dentre elas as mudanças de escalação jogo a jogo, de acordo com o adversário, rodando e usando as opções do elenco. Como, a partir de abril, o Flamengo normalmente disputa três grandes competições simultaneamente, não acho que exista outra maneira de se tentar seriamente conquistar as três numa mesma temporada, um sonho de consumo de toda a Nação Rubro-Negra. É neste ponto que a tal da minutagem, se bem utilizada, pode se transformar em uma poderosa arma contra os adversários.
Contudo, para funcionar o treinador terá que atingir uma margem alta de acerto nas decisões, sob pena de comprometer as campanhas "mexendo errado", como se costuma dizer no jargão do torcedor brasileiro. Espero que ontem tenha sido o primeiro passo, pois foi a partida inaugural de uma longa maratona de jogos nos meios e finais de semana, que nenhum elenco no mundo suporta, ainda mais com tantas viagens de longo percurso, sem uma boa rodagem nas escalações.
O momento atual permite ao torcedor, ainda que com um justíssimo "pé atrás", aguardar o desenrolar dos acontecimentos torcendo pelo melhor.
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Destaques positivos: Ayrton Lucas (disparado), Pedro e, dos que entraram, Everton Ribeiro.
Destaque negativo: Gérson.
Concordam?
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Abrimos boa vantagem, mas o time viajará até Quito para enfrentar o desconhecido Aucas. Haverá desgaste e a altitude, enquanto o Fluminense percorrerá uma distância menor.
A rodagem será muito importante, mas Mister VP precisa acertar a mão novamente.
Nada está decidido.
A palavra está com vocês.
Bom domingo e SRN a tod@s.