"You're searching for good times
But just wait and see"
por Irma Thomas
Flamengo é um clube hoje muito forte financeiramente cuja administração de futebol é medíocre, porque precisa atender aos múltiplos requisitos de politicagem na estrutura de poder de um clube social. E isto Landim maneja como ninguém, conseguindo unir diversos grupos políticos de tendências completamente diversas em torno de seu guarda-chuva. E isto paga um preço. O preço de se ter um futebol preso a esta dicotomia amadora e profissional. E o pior que ele não poderá ser reeleito. E isto acarretará uma explosão quando da próxima eleição, cada um querendo o pirão primeiro. E o Flamengo forte financeiramente pode dançar. Não seria a primeira vez, e nem a última.
O que aconteceu neste Mundial, à parte do Baldassi romeno fabricando o resultado para os árabes? O Flamengo se apresentou muito mal. Um time sem movimentação, facilmente marcável, novamente sem segunda linha de marcação decente, o que faz estourar tudo na última linha. Facilitado por um goleiro hoje destreinado por um preparador de goleiros egresso do sub 20. Como um clube como o Flamengo não tem o melhor preparador de goleiros do Brasil? Da América do Sul? Pelo menos um dos 5 melhores? É inacreditável a forma ruim e amadora que o futebol é dirigido. Baseado apenas no nome dos jogadores. Não pensando nos melhores profissionais no entorno. Ao menos Mario Monteiro, preparador físico da época JJ, voltou. A exceção a regra. Ainda que sendo um clube social, o Flamengo precisa criar uma metodologia de trabalho completamente profissional no futebol, salvo das garras amadoras dos associados. Mas isto é possível? Não! Porque muitos destes associados só entram na política na esperança de acompanharem o futebol de perto, se possível dentro dele. E isto não vai mudar. A tendência é piorar. Então temos ainda o patético Conselhinho de Palpiteiros servindo de escudo a um amador de charuto a la Eurico.
Resultado: Nos preparamos mal. Férias prolongadas porque o dirigente se torna amigo dos jogadores, porque não há metodologia profissional que indicasse o melhor tempo possível de retorno para que se chegasse no mundial no melhor preparo possível. Junte a isto um técnico sem ousadia, que basicamente replicou o que Dorival fazia, sem considerar o pior problema do Flamengo, que é de marcação de meio de campo. Agora, em frangalhos, disputa um descartável terceiro-lugar que deve acarretar outra vergonha em nosso repertório.
E o Vitor Pereira sai colecionando títulos perdidos. Que começo.
