- qualidade, atributo do que é ou pode ser revertido.
- FÍSICApropriedade de determinados processos de poderem ser revertidos ao estado anterior, após terem sido submetidos a uma série de mudanças quando se revertem as variáveis que definem o estado.
- DIREITOqualidade do que é passível de reversão.
Salve, Buteco! O resultado de ontem é reversível. Aliás, plenamente reversível. Contudo, é um exercício interessante analisar se o processo de decadência do quarteto e do time que venceu as Copas no ano passado pode ou ou não ser revertido.
No primeiro tempo, vi evolução no time jogando com bloco baixo, isso porque, basicamente, o Independiente Del Valle não finalizou contra a nossa meta. Não é, portanto, evolução em qualidade de jogo, mas simplesmente em se defender abaixando as linhas contra um adversário com bem mais posse de bola, ainda que se possa ponderar que, com os três da frente praticamente não voltando para marcar, essa formação não tenha futuro promissor.
Ainda nos 45 minutos iniciais, o Flamengo criou duas chances de gol (David Luiz e Gabigol), nas quais, se houvesse finalizado um pouco melhor, poderia ter aberto o placar. Faltou criação e escape (contra-ataque), mas houve organização em como o time se postou dentro de campo. Foi um primeiro tempo "bem meia boca", mas aceitável, dado o histórico da temporada até aqui e o contexto da altitude.
Era previsível que os anfitriões se lançassem ao ataque exercendo forte pressão na etapa final, o que efetivamente aconteceu desde o primeiro minuto de jogo. É aqui que as críticas mais fundamentadas podem ser feitas ao nosso treinador, omisso em relação ao trio da frente.
Pode-se falar o que quiser de Everton Ribeiro quanto a idade ou oscilação na qualidade das atuações, mas não da entrega às funções defensivas. Logo, de imediato, não é o problema mais urgente do chamado quarteto, nem mesmo em uma noite absolutamente apagada, como a de ontem.
O time, que já não ia bem e era bastante pressionado, perdeu muito com a saída de Pedro, muito pela opção do treinador. Foi salutar a intenção de dar mais combatividade ao time, porém péssima a ideia de ceder ainda mais campo ao Del Valle.
O Flamengo tinha pouca posse de bola, mas ainda conseguia conter os avanços do Del Valle com jogadores que potencialmente ofereciam algum perigo no contra-ataque. Era o caso de Pedro, mas não era o de Arrascaeta, com seus passos curtos, como se jogasse de espartilho. O jogo pedia mais de uma alteração e não deixar o time com um a menos, devido à peça 100% nula, que foi o uruguaio.
Dentro desse contexto, o treinador também demorou a colocar Everton Cebolinha na partida. Aliás, o Cebola criou duas boas jogadas, finalizando bem a gol. O jogo pedia a sua entrada bem antes, mas muito antes mesmo...
Vítor Pereira é o menor culpado pelo que está acontecendo. Nunca vi, no Flamengo, um planejamento tão esculhambado, um verdadeiro recorde de irresponsabilidade do vice-presidente de futebol e do presidente que o deixa, assim como os jogadores, fazerem o que bem quiserem no Flamengo, transformando o setor na verdadeira "Casa da Mãe Joana".
O português, entretanto, precisa tomar muito cuidado com a reversibilidade, não a do placar da próxima terça-feira, mas do desgaste e da perda de credibilidade. Treinadores caem no Flamengo quando a situação se torna irreversível. Não em nível de recuperação em campeonatos, mas de confiança em que possam lidar com a situação.
Ser omisso não lhe ajudará em absolutamente nada. O momento pede coragem. E se for o caso, que caia atirando e não com omissão e covardia.
Bom dia e SRN a tod@s.