Saudações flamengas a todos,
Com a derrota para o time misto
do Al-Hilal, seguem perguntas aleatórias.
1 – Após a conquista da
Libertadores, o elenco do Flamengo se “autoconcedeu” férias, abandonando o
Brasileiro, o que fez com que a equipe perdesse jogos para adversários
inexpressivos e protagonizasse alguns vexames, mesmo diante da torcida. Como “punição”,
o plantel recebeu gorda extensão no período de férias, mantendo-se inativo
entre 13 de novembro e 27 de dezembro. Nos dois jogos relevantes da temporada,
até aqui, foi visível que um dos fatores mais importantes para o fracasso da
equipe decorreu da inadequada condição física dos jogadores. Essa excessiva “flexibilização”
no trato do elenco é compatível com o que se requer de um clube que se pretende
hegemônico ou, no mínimo, o principal protagonista do futebol brasileiro e
continental?
2 – Desde que Jorge Jesus decidiu
romper o contrato que havia assinado dias antes, tem sido recorrente acompanhar
episódios de incompatibilidade entre os treinadores à frente do time de futebol
e o elenco. Aconteceu com Domenèc Torrent (“aulas”), Rogério Ceni (que tirou da
carteira uma “solução tática”, afagando o vestiário, o que lhe deu sobrevida e
títulos), Paulo Sousa (absoluta referência negativa no quesito) e até mesmo
Renato Gaúcho (com os relatos de jogadores “impressionados” com sua limitação
tática). Estendendo a questão, pergunta-se: quando um treinador do Flamengo voltará
a conseguir emplacar mais de seis meses no cargo?
3 – O grande mérito de Dorival Júnior,
em sua recente passagem, foi formatar um esquema que, apesar de obsoleto,
proporcionou uma simplicidade de execução que fez com que as individualidades
do time pudessem ser o diferencial. Uma solução que, como se viu, tinha prazo
de validade curto, haja vista as atuações já opacas da equipe no final da
temporada. Nesse sentido, a contratação de Vitor Pereira, aproveitando uma “oportunidade
de mercado” (tal como com Jorge Jesus), aparentemente traz um upgrade. No
entanto, a dificuldade de fazer o time funcionar traz outro questionamento: o
clube em algum momento entendeu que a visão de jogo trazida pelo novo treinador
poderia requerer a vinda de novas peças? Ou o trabalho do treinador precisa se adequar
ao cashflow imposto por uma Diretoria que só faz suas principais contratações,
quando as faz, no meio do ano?
4 – O time titular do Flamengo é
praticamente todo formado por jogadores contratados entre 2019 e 2020, momentos
em que o clube realizou grande investimento para a montagem de um plantel de
primeira linha. Outro titular, David Luiz, é um dos poucos jogadores trazidos
dentro dessa filosofia a partir de 2021, em que a tônica foi, com poucas
exceções, a vinda de atletas “baratos”, dentro de uma “oportunidade de mercado”,
ou mesmo desconhecidos indicados por agentes que mantêm boa relação com a
Diretoria. Mas, tendo em vista que o time titular está envelhecendo e mostrando
cada vez mais dificuldade de atuar com a intensidade e o vigor físico que se
requer no futebol de hoje (David Luiz, Filipe Luís, Everton Ribeiro,
Arrascaeta, que mesmo jovem vive às voltas com problemas físicos, Bruno
Henrique), pergunta-se: passados os efeitos da pandemia (justificativa pertinente),
como será o Flamengo de 2024, 2025? Investiremos forte em jogadores acostumados
aos grandes palcos e a fazerem a diferença? Ou manteremos a sistemática de procurar
nomes com “potencial valor de mercado”, capazes de gerar “retorno financeiro”, “jovens,
baratos e com capacidade de rentabilização futura”? Podemos sonhar em seguir
ganhando títulos expressivos? Ou passaremos a nos gabar de ter batido metas orçamentárias
em janeiro? Trazer craque será compatível com o EBITDA?
5 – Na Final da Copa do Brasil, o
Flamengo padeceu com a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio, que inverteu
faltas, escanteios e impedimentos. Recentemente, sob o mesmo árbitro, perdeu a
Supercopa graças à validação de um gol em que um jogador impedido atrapalhou o goleiro.
Terça passada, viu-se uma arbitragem condicionar, de maneira antológica, o
andamento de um jogo, carregando apenas o Flamengo com cartões e ignorando toda
e qualquer jogada truculenta do adversário, além de marcar, em parceria com um
VAR que escrutinava todo lance na nossa área, um pênalti discutível e, de
maneira inexplicável, expulsar o Gerson. Mesmo no Estadual, quando o
rubro-negro enfrentou o Madureira, equipe que nutre fortes laços com a FERJ, viu-se
um jogo picotado, truncado e com a cera adversária estimulada por um árbitro
que não demonstrou o menor pudor em “jogar junto” com os suburbanos. O Flamengo
banana é coisa do passado?
Boa semana a todos.