Saudações flamengas a todos.
A um jogo do término da
temporada, é hora de começar a pensar no ano que vem, em que o Flamengo estará
envolvido na disputa de um bom número de títulos, a começar pelos primeiros
meses. Então, nada mais natural do que rabiscar avaliações sobre o desempenho e
as perspectivas dos principais jogadores do elenco profissional. Importante
frisar que os últimos “amistosos”, de desempenho muito abaixo do desejável e
aceitável, não foram levados em consideração.
ELENCO FLAMENGO 2022 –
UMA BREVE AVALIAÇÃO
SANTOS – Um dos destaques
positivos do ano, chegou em contexto de forte pressão, como solução para um
problema crônico. Adaptou-se rapidamente, com atuações seguras, sólidas e
discretas, não se abalando com eventuais falhas. Precisa melhorar desempenho em
pênaltis (em que era bom no clube anterior). Ideal é que siga prestigiado como
nome-chave.
DIEGO ALVES – Trajetória no
Flamengo se encerrará no fim do ano, em movimento que chega com doze meses de
atraso. Em 2022 pouco jogou, envolvido em lesões controversas e atritos com a
comissão técnica de Paulo Sousa. Quando esteve em campo, cometeu falhas
rumorosas. Deve ser enaltecido por sua vitoriosa passagem, cujos problemas em
seu final poderiam ter sido evitados se a Diretoria fosse menos paternalista.
HUGO – Na terceira temporada como
profissional (a segunda completa), recebeu a chance de ser efetivado como
titular, e seguiu cometendo falhas grosseiras, que custaram pontos importantes
em distintas competições. Inseguro e sensível a críticas, em nenhum momento
demonstrou capacidade de sequer permanecer no elenco de um clube como o
Flamengo, o que fez inclusive que Santos fosse utilizado além do limite que o
bom senso recomendava. Melhor solução é que seja negociado (em definitivo) para
que reconstrua sua carreira.
MATHEUS CUNHA – Recebeu algumas
oportunidades nos primeiros jogos do Estadual, em que não comprometeu, fazendo
até boas defesas. Precisa ganhar rodagem em mais partidas pelo Carioca-2023,
até para que se avalie de forma mais consistente se reúne condições de integrar
o elenco.
DAVID LUIZ – Contestado e um
tanto estigmatizado pelo 7-1, seu início repleto de lesões e derrotas em finais
não ajudou muito. No entanto, cresceu e consolidou sua referência técnica sob
Dorival, tornando-se pilar importante de um sistema defensivo que se mostrou
sólido. Também é um líder com forte ascendência positiva. A provável renovação
de seu contrato aparece, portanto, como uma boa notícia.
LEO PEREIRA – Uma das maiores
surpresas (boas) de 2022, ganhou muita confiança com as chegadas de Dorival Jr
e de Santos (antigo colega no clube anterior). Acumulou bons jogos, anulou
atacantes de renome e seu notório bom passe foi arma explorada pelo time (com
direito a assistência em Semifinal de Libertadores). Léo Pereira termina o ano
como titular e estabelecendo um incomum caso de “ressurreição” dentro do
Flamengo.
PABLO – Zagueiro de perfil
distinto dos demais, por seu jogo mais físico e menos apto à saída e circulação
da bola, encontrou algumas dificuldades no início (padeceu com lesão, também),
mas em partidas mais recentes mostrou-se seguro e eficiente em momentos em que
o time precisou abaixar a linha e foi pressionado. Muito bom rebatedor de
bolas, oferece uma alternativa importante no plantel de zagueiros.
FABRICIO BRUNO – A despeito de seu
porte físico imponente, é um zagueiro veloz (não rápido), que maneja bem a
posse de bola, com passe razoável/bom. Sofreu lesão séria quando vinha
crescendo, mas recuperou-se bem. No entanto, apresentou certo declínio nos
jogos finais, o que pode decorrer de desgaste. Mas mostrou qualidade e se
revelou uma boa contratação em um setor que iniciou o ano com problemas.
RODRIGO CAIO – 2022 foi uma
temporada a ser esquecida por um dos heróis de 2019. Praticamente não jogou por
conta de lesões, o que traz sólidos questionamentos sobre sua capacidade de
voltar a atuar em alto nível. Essa temporada será decisiva nesse aspecto,
demandando do Flamengo uma abordagem racional, ainda que respeitosa, nesse
caso.
CLAITON – Além dos jogos do
Estadual, recebeu alguma minutagem com Paulo Sousa, mostrando voluntarismo,
disposição, alguma velocidade e não muita técnica. Parece pouco para figurar no
clube. A ver como evolui esse ano.
MATHEUZINHO – Em sua terceira
temporada no elenco, parece ter estagnado. Segue apresentando sérios problemas
defensivos (é driblado com facilidade e se posiciona mal, por exemplo), e é
inconstante no apoio, embora até se projete bem. Também irrita com erros
grosseiros de passe que podem inclusive gerar problemas atrás. Tem sido testado
em outras posições. A saída de Rodinei deverá mantê-lo no elenco, como um
importante elo fraco do time alternativo. Mais adequado seria negociá-lo.
VARELA – Jogador com experiência
internacional, terá a oportunidade de se firmar na equipe. Apareceu pouco em
2022, mas agradou na vitória contra o Atlético-MG pelo Brasileiro. Possui
perfil defensivo, algo não apreciado em laterais pela torcida do Flamengo. De
qualquer forma, precisa e deverá ser mais utilizado esse ano.
FILIPE LUÍS – Parte para aquela
que provavelmente será sua última temporada no Flamengo. Em 2022 ainda
apresentou algumas atuações tecnicamente exuberantes, mas suas limitações
físicas seguiram mantendo padrão crescente. Por reunir técnica e visão tática
diferenciadas, ainda pode ser bastante útil, desde que utilizado com sabedoria,
o que inclui a necessidade de preparar a transição para o iminente final do seu
ciclo.
MARCOS PAULO – Foi testado no
Estadual e na Copa do Brasil contra o Altos-PI, jogos de pouca exigência
técnica, e se saiu bem. No entanto, a atuação desastrosa quando entrou contra o
Ceará em Fortaleza, em que, nervoso, errou tudo e comprometeu, fez que voltasse
algumas casas. Mais um que precisa ser testado para avaliar se pode ficar no
elenco, ainda mais numa posição chave onde haverá, em breve, reformulação.
THIAGO MAIA – A exemplo de
outros, conseguiu se recuperar em 2022, voltando a praticar um futebol de alto
nível, especialmente após a chegada de Dorival. Volante de marcação forte, boa
ocupação de espaços e passe/chegada razoável, embora ainda insuficiente para o
que se quer de um jogador moderno, seguirá importante no papel defensivo,
especialmente se João Gomes sair. A depender das contratações da janela,
seguirá titular.
ERICK PULGAR – As controvérsias
da época da contratação parecem esquecidas. Erick, como prefere ser chamado,
atuou em poucos jogos, mas já mostrou qualidades como bom passe, ocupação de
espaços (em que é bem superior a Andreas Pereira, por exemplo) e capacidade de
interceptação, características que fazem lembrar um pouco Willian Arão. Deve
ser mais utilizado em 2023 e ganhar espaço, podendo até brigar pela
titularidade. A ver como evolui.
DIEGO – Mais um jogador que há
tempo faz hora extra. Em 2022 jamais conseguiu ser realmente útil em campo,
normalmente se mostrando o elo fraco da equipe quando escalado com inexplicável
insistência por Paulo Sousa e, principalmente, Dorival Jr. Atuações fracas, com
alguns momentos em que mostrou constrangedora incapacidade de acompanhar o
ritmo de uma partida profissional, além de enervantes falhas que redundaram em
gols adversários (algo que vem desde 2021), tornaram inviável pensar em alongar
ainda mais sua carreira. Sua trajetória no Flamengo foi marcante, mas Diego sai
com uma acre sensação de que vai tarde.
ÉVERTON RIBEIRO – Começou o ano
sendo bizarramente escalado como ala pela esquerda. Não tinha como dar certo, e
seu desempenho opaco suscitou especulações sobre uma eventual saída no meio do
ano. Felizmente ficou, e acabou reinventado por Dorival, que o colocou
circulando pelo meio e o tornou o cérebro da equipe, articulando de forma
cintilante as ações ofensivas. Termina o ano talvez como o melhor e mais
regular jogador do time, premiado com uma vaga para a Copa do Mundo. Mas, a um
prazo relativamente curto, talvez seja o caso de se pensar em sua reposição,
até por sua idade avançada e suas limitações físicas. De qualquer forma, tem
sido reconfortante desfrutar o restinho de seu futebol em altíssimo nível.
ÉVERTON CEBOLINHA – Nos jogos
iniciais causou o receio de que repetiria a passagem de Vitinho, mas
recuperou-se na reta final. Mesmo ainda sem alcançar o futebol dos tempos de
Grêmio, já consegue dar sequência em jogadas individuais e ser contundente,
inclusive marcando gols. Deve ser importante em 2023.
BRUNO HENRIQUE – Vinha fazendo
uma temporada irregular, alternando boas partidas com exibições medíocres, algo
já ocorrido em 2021. A grave lesão ocorrida no início do trabalho de Dorival
abriu espaço para Pedro e pôs fim a algumas especulações sobre eventual saída
no meio do ano. O nível que apresentará ao retornar é uma incógnita. Fala-se em
deslocá-lo para o centro do ataque, ideia aventada por outros treinadores, o
que traria alternativa para a reserva de Pedro (caso permaneça). Mas a história
rubro-negra mostra que não costuma ser uma boa ideia manter medalhões como
opção no banco. A conferir.
MATEUSÃO – Goleador na base,
apareceu como opção contingencial em algumas partidas, onde deixou a impressão
de, na melhor das hipóteses, ainda estar “verde”. Até se movimenta bem e
participa dos jogos, mas apresenta evidentes dificuldades técnicas e de leitura
dos lances. Outro que precisará ganhar minutagem no Estadual.
WERTON, MATHEUS GONÇALVES e
OUTROS – Apareceram mais para pegar cancha e minutagem. A serem observados no Estadual.