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| PETER ILICCIEV/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO |
Os tempos de "flamengada" estão distantes. Mas ainda presentes na memória de muitos rubro negros que assistiram seus adversários virando vantagens improváveis. Ontem era o cenário perfeito para mais uma, visto a vantagem de 4 gols que o Flamengo obteve na Argentina contra o Vélez. Porém, estes tempos ficaram para trás. Em um jogo morno o Flamengo derrotou o Vélez por 2 a 1 e ratificou sua presença na final da Libertadores contra o Athlético Paranaense, que eliminou o então favorito Palmeiras.
Será um jogo fácil? Não. O técnico do CAP é o Felipão. Famoso pela abordagem anti-jogo de seus times, com muita violência, simulações e reclamações contra a arbitragem. Uma espécie de guerra de fronteiras contra um melhor exército. Flamengo já caiu nesta armadilha contra o Ceará e não podemos dizer que não cairá de novo. Haja visto as péssimas arbitragens neste continente que deixam isto correr frouxo, invariavelmente prejudicando mais a vítima, que reclama, do que o agressor. Como vimos contra o Ceará.
Enfim, o jogo de ontem. Vélez começou marcando seu gol. Estava melhor taticamente em campo e finalmente o técnico deles entendeu como marcar o Flamengo. Simplesmente ocupando o meio de campo e impedindo a troca de passes. Em uma jogada pela esquerda, Pablo dormiu na marcação e o indefectível Lucas Pratto marcou seu golzinho. Velez 1 a 0. Merecido, diria. O trauma ainda é forte e bateu o nervosismo. Será que emendarão uma sequencia de gols fantasmas como ocorreu com o América do México? Será que Dorival emulará Luxa e colocará um pseudo jogador como Matheuzinho, alguém como Diego, para segurar o adversário? Bem. Dorival colocou Diego, mas o jogo já estava controlado. Pedro, o Grande, empatou com uma bela cabeçada em jogada muito difícil e no segundo tempo, após outra bela jogada de Pedro, Marinho finalizou com brilhantismo, fechando o placar em 2 a 1.
Ao final na coletiva, Dorival deixou claro nas entrelinhas que a briga este ano do Flamengo é pela Copa Libertadores e Copa do Brasil. É uma abordagem. Afinal se matar pelo Brasileiro, com Palmeiras agora voando solo e concentrando em manter sua larga vantagem junto aos outros adversários pode ser contraproducente. Time pode chegar extenuado e avariado nestas importantes decisões. É uma estratégia. Enfim, tema para discussão. Flamengo tem elenco para suportar todas estas disputas e chegar nas decisões 100% inteiro? Talvez não. Evidente que um ano com título nas Libertadores pode ser considerado vencedor. Copa do Brasil também, mas menos. Com os dois títulos é sucesso. Enfim. Dorival não está errado, embora haja controvérsias. E porque falo em Dorival e não direção do Flamengo, haja visto que em tese quem teria que decidir sobre isto é o Flamengo e não o treinador. Simples, o Flamengo declarou que quem decide o que fazer é o Dorival, lavando as mãos e passando a responsabilidade para o treinador. Mas todos sabemos que o contratante sempre responde pelos atos de seus contratados.
