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Este texto é um exercício retórico e nada conclusivo. É uma forma de perceber os diversos movimentos que podem estar envolvidos na parte não visível do iceberg de um clube de futebol imaginário, que consiste em sua diretoria, associados, torcida, staff, time de futebol, etc.
E os mais curioso é que cada uma destas entidades também têm suas "redes de poder" internas. De forma que podemos ver uma grande pirâmide como um conjunto de outras pirâmides e cada uma contendo as suas próprias, e por aí vai.
Muitas vezes estas pirâmides se associam a outras pirâmides. Fora as pirâmides descartadas na luta pelo poder. O que pode significar uma grande pirâmide mais frágil se o conjunto das pirâmides deixadas de fora se tornar mais robusta que a pirâmide maior hoje no poder.
Pois bem. Um clube de futebol de apelo popular tem o Estado interessado, fornecedores diversos interessados, seja esportivo, seja de construção, manutenção, reposição, de serviços, medicinais, etc. E na sua parte organizacional, se tem associados e o subconjunto de conselheiros. Todos eles fazendo parte ou não, de grupos diversos. Um grupo que defende interesses de rede clandestina de ingressos, outro grupo que defende interesses de fornecedores diversos na sede do clube, no centro de treinamento. Outro grupo que defende interesse deles mesmos em termos de exercício de poder executivo e respectivo pagamento por esta atividade remunerada pelo clube. Outro grupo que defende os interesses de seus esportes específicos na sede do clube, tênis, piscina, basquete, futebol, etc. São as diferentes pirâmides. Que se juntam ou não.
Apartado deste grupo temos as pirâmides relacionadas ao suposto core business do clube. O futebol profissional. Onde rola a grana. Onde rola o desespero. Onde os nervos ficam inchados. Onde a fome por poder é maior. Grupos de poder de vestiário, ligados ou não a dirigentes. Grupos de poder de empresários, ligados ou não a dirigentes, que forçam contratos ou renovações. Grupos de poder de atravessadores, facilitando repasses financeiros, ou não, a dirigentes. Grupos de poder midiáticos, que interessam a dirigentes e jogadores que buscam visibilidade para uso externo ao clube, como política. Então repasses de informações internas garantem a eles maiores visibilidades, por exemplo.
Em meio a tudo isto, dentro do time. Veteranos, base, novos entrantes, comissão técnica. Todos lutando por influência e se esta luta se torna incontrolável, transborda no time. Jogadores correndo para não chegar. Desmotivação. Um grupo não passa para outro, ou joga na fogueira.
Na torcida, torcedores solitários em sua maioria silenciosa enfrentando grupos de torcedores profissionais, cujo maior interesse é a manutenção, faturamento e engrandecimento de seus grupos. Depois o clube de futebol. Caravanas, bonde de ingressos doados por dirigentes comparsas, bonde das camisas cedidas e revendidas.
Nós, do lado de fora, nunca sabemos da missa a metade. Mas ficamos na torcida pelo espetáculo. Tal como os romanos na época dos gladiadores. Ninguém queria saber do que rolava debaixo da arena, com seus vestíbulos, corredores, plataformas e sim do sangue derramado em cima dela.