Salve, Buteco! Na próxima quarta-feira, no Itaquerão (Neo Química Arena), contra o Sport Club Corinthians Paulista, o Mais Querido do Brasil e do Mundo (inteiro) iniciará uma verdadeira saga para se manter vivo nas três competições que disputa simultaneamente.
Eis a tabela:
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Data e Hora
Adversário
Local
Competição
3ª Feira, 2/8, 21:30h
Corinthians
Itaquerão
Libertadores
Sábado, 6/8, 20:30h
São Paulo
Morumbi
Brasileiro
3ª Feira, 9/8, 21:30h
Corinthians
Maracanã
Libertadores
Domingo, 14/8, 16:00h
Athletico/PR
Maracanã
Brasileiro
4ª Feira, 17/8, 21:30h
Athletico/PR
Arena da Baixada
Copa do Brasil
Domingo, 14/8, 16:00h
Palmeiras
Allianz Arena
Brasileiro
Desafios como esse normalmente empolgam, mas ao mesmo tempo preocupam torcedores com perfil mais exigente e reflexivo. No meu caso, considero-me reflexivo e exigente, mas tenho uma tendência a sempre acreditar que o Mais Querido conseguirá se superar em momentos de adversidade.
A questão é que, vocês me conhecem bem, não foram poucas as vezes que externei minha preocupação com a questão da defasagem tática e científica dos treinadores brasileiros e relação aos estrangeiros, além da questão do calendário e das competições simultâneas.
Apesar de tudo isso, estou otimista, ainda que também ansioso.
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Admiro a figura de Victor Pereira. Antes de sua passagem pelo Corinthians, era apenas um treinador do qual tinha conhecimento da capacidade. O português, contudo, acabou conquistando a minha admiração por posturas como a franqueza (ainda que com algum exagero em certas ocasiões) e a transigência - reconheceu publicamente que veio ao Brasil querendo implantar no Corinthians o sistema do jogo de posição, para em seguida, constatando a impossibilidade diante da conjuntura do clube, bem como do calendário e da conjuntura do futebol brasileiro (viagens e gramados), recuar e jogar de maneira mais pragmática, adaptando-se ao contexto de cada jogo.
Do outro lado, temos a simpática figura de Dorival Júnior, que de maneira também muito sincera não esconde que considera essa passagem pelo Flamengo, a terceira, como um divisor de águas em sua carreira. Nosso atual treinador parece estar fazendo de tudo para aproveitar essa chance de ouro que o futebol lhe deu. Sem preconceito, utiliza toda a estrutura que alguns treinadores europeus que o precederam deixaram (até o telão!); com sabedoria e humildade, vem integrando os setores do Departamento de Futebol (Departamento Médico, Scout, Comissão Fixa) que podem lhe fornecer informações cruciais para as mais importantes decisões que tomar com a sua comissão técnica.
Quando vejo o sincero Victor Pereira afirmar que Roger Guedes e Yuri Alberto não podem jogar juntos, desconfio se o português não resolveu ser matreiro pela primeira vez no Brasil, jogando a isca para o nosso Dorival; mas se partirmos do pressuposto que está sendo franco, não deixo de sentir orgulho no fato do nosso treinador ser menos autoral e apostar naquilo que os teóricos não acreditam por conceito, escalando juntos Pedro e Gabigol. Não que ninguém antes tenha feito; a diferença está em como Dorival tenta equilibrar a organização tática com a histórica e cultural liberdade para o jogador brasileiro improvisar utilizando sua capacidade intuitiva. Quem descreve de maneira brilhante esse processo é André Kfouri (@KfouriAndre), como mostrou o rubro-negro Caio Cézar (@_caioczr) neste tuíte.
Para quem desconfiar do autor da análise, lembro que André Kfouri traduziu "A Pirâmide Invertida" de Johathan Wilson (@jonawils) para o português. O livro conta de maneira magistral a história da tática do futebol, com todas as suas nuances.
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Não me lembro do Flamengo chegar a agosto vivo nas três competições e tão bem como nessa temporada. Entre as sábias, humildes e prudentes decisões do nosso treinador está a de rodar o elenco na proporção em que vem fazendo. Até hoje ninguém conseguiu conquistar as três competições simultaneamente e o clube não trabalha com a ideia de priorizar uma em detrimento da outra. Ao menos jamais admitiu que o tenha feito.
O clima no qual o Mais Querido chega para o início dessa maratona não poderia ser melhor; contudo, sabemos que o desafio é enorme e, em se tratando de futebol, é sempre onze contra onze (e mais cinco substituições de cada lado), com uma infindável série de variáveis incontroláveis, ainda mais contra adversários e treinadores tão qualificados.
Além disso, os adversários paulistas têm camisas pesadíssimas e, falando especialmente do próximo, trata-se um gigante dos cenários brasileiro e mundial.
O mais legal desse momento é que o cenário, por mais desafiador que se apresente, é generoso o suficiente para nos deixar sonhar, ainda que com os pés no chão.
Mas que ninguém se iluda: para dar certo, vai ter que ser no peito, na raça e na alma.
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.