sexta-feira, 15 de julho de 2022

Alfarrábios do Melo

 

O maior roubo da história.

Há 40 anos acontecia no Estádio do Maracanã mais um episódio em que o Galão da Massa, o Campeão do Gelo, o Vingador das Alterosas, foi vergonhosamente ASSALTADO na frente de todo o Brasil. E é essa história que vamos relembrar agora.

Tudo começou quando o Galão ganhou o jogo de ida de 2-1. Irritado com o lindo espetáculo de alegria e amor que só a torcida galodoida sabe dar, o atacante do Flamengo partiu para o uso de palavras ofensivas e, em tom de ameaça, falou que na volta os mineiros iriam conhecer o inferno. Desnecessário e agressivo, bem a cara da mulambada.

A Diretoria do Galo Vingador ainda tentou reverter o cenário, zelosa da segurança da torcida e dos jogadores. Usando uma argumentação ponderada e racional, tentou mostrar que a presença do atacante Gabriel, vulgo “Gabigol”, em campo, seria arriscada e, para o bem da segurança do jogo, seria mais adequado que o atleta fosse suspenso por incitação à violência. O complô CBF/STJD/Globo não permitiu que o bom senso prosperasse. Ora, a ausência do camisa 9 do Urubu atrapalharia a audiência e a promoção do jogo.

Depois, a arbitragem. O Flamengo “exigiu” um árbitro da FIFA. Sempre obediente, a CBF escalou um árbitro da FIFA. E, não satisfeita, colocou logo um juiz de Copa do Mundo! Ficamos indignados! Irritada com mais um tapa na nossa cara, a Diretoria do Vingador se despencou até a sede da CBF, território hostil, para manifestar o descontentamento com mais uma demonstração de placidez e covardia da “casa do futebol” com o queridinho da mídia.

Ali percebemos que estaríamos contra tudo e contra todos, do mesmo jeito que tinha acontecido no ano anterior, quando o Galão desafiou todo um complô de arbitragem para ganhar sua Tríplice Coroa.

Na hora do jogo, aconteceu o que já se sabia. A torcida do Galão, que só não invadiu o estádio porque o Flamengo, com medo, não aceitou dividir a carga dos ingressos, o que seria o mais justo, ocupou seu lugar com valentia e destemor. Cantou mais alto o tempo todo. Em alguns momentos, chegou a calar a mulambada. A Globo precisou colocar microfones extras para poder criar a ilusão de que a torcida modinha deles estava fazendo algum barulho.

O time do Galão desde o começo foi altivo. Encarou o adversário com superioridade, entrou em campo para ganhar, mesmo tendo a vantagem de um gol. Afinal, Galo canta em qualquer terreiro. E o jogo estava equilibrado, até com uma ligeira vantagem do alvinegro, que transmitia a sensação de que poderia abrir o placar a qualquer instante. Mas aí começou o escândalo.

O árbitro resolveu seguir certinho a cartilha de Aragão e Wright e intimidou nosso time. Ignorou as faltas violentas em cima do craque Hulk. Deixou de dar cartões claros para os jogadores do Urubu. Na dúvida, as bolas eram todas deles. Houve um lance que o zagueirinho deles apontou o dedo para o nosso craque. Atitude antidesportiva clara que o VAR ignorou. Intimidado pelo homem de preto, Hulk passou o jogo todo quieto, com medo de um cartão. Era o juiz influindo diretamente no andamento da partida.

Mesmo assim, o Galo ia levando o jogo com galhardia. O primeiro tempo estava no final, um 0-0 mais ou menos injusto, afinal cabeceamos uma bola perigosa no gol deles, quando o atacante Pedro Guilherme deu uma cotovelada sem bola em Allan, lançou para Arrascaeta, em posição duvidosa, e o número 14 dos mulambos jogou pro gol. Na hora nós tínhamos certeza da anulação, tal a irregularidade do lance. Era anular e expulsar o agressor. Vermelho direto. Para nossa estupefação, o juiz, em conluio com o VAR, confirmou o tento.

No segundo tempo o Galo, empurrado pela sua inigualável torcida, partiu para cima e espremeu o adversário. A virada parecia questão de tempo, mas o árbitro, de novo, resolveu o problema dos urubus. Alonso estava com a bola dominada, foi chargeado de forma faltosa por Pedro Guilherme, perdeu a bola e deu um tranco legal no agressor. O juiz inverteu a falta, deu a bola pro time da casa e ainda meteu amarelo em Alonso. Aquele árbitro, qual Wright, distribuía cartões para nossos jogadores como se fosse um baralho. Enquanto isso, Pedro Guilherme seguia com licença para bater. Tivesse sido expulso na hora que agrediu Allan, esse lance não teria acontecido.

O Urubu bateu a falta, Pedro Guilherme tocou de cabeça e Arrascaeta mergulhou para grande defesa do monstro Everson. O jogo ia seguindo, mas o bandeirinha correu pros braços da torcida mulamba e pro meio. Não me lembro de ter visto um lance de gol ser tão fabricado. A tevê mostrou claramente que a bola não chegou nem a cruzar a linha! Everson mergulhou e fez uma defesaça. Não há nenhuma imagem mostrando que a bola entrou! E o VAR, omisso e sempre perseguindo o Galão, apenas confirmou o gol, de forma inacreditável.

Tal e qual desde sempre, o Galão estava sendo assaltado naquele estádio maldito.

Mas é claro que em jogo contra o Urubu algum guerreiro nosso tinha que ser expulso. Aconteceu quando Marinho recebeu uma bola, percebeu a aproximação de Alonso e, quando nosso zagueiro deu o combate, saltou em claro movimento de simulação. No mínimo era lance para amarelo pro mergulhador urubu. Mas aquele Wright fake não poderia deixar de completar a obra. Deu o segundo amarelo e expulsou nosso xerife. Ali ficou claro que ninguém ganharia da mulambada ou do apito. Para delírio e alegria da transmissão da Globo e seus narradores flamenguistas fanáticos, que gritavam de felicidade, nem disfarçavam.

No fim, ainda houve mais um episódio triste. A torcida dos caras, que só começou a cantar depois que o jogo acabou, entoou um coro ofensivo, pornográfico, sexista, falando em “chupeta”, “mamar”, num tom ofensivo gratuito absurdo, disseminando ódio e rancor contra o nosso galo forte vingador. Não sabem ganhar, não estão acostumados. Foi um ambiente bem diferente do lindo espetáculo do Mineirão.

Enfim, esse foi mais um episódio já recorrente de roubo, escândalo e resultado manipulado contra o Galo, o time mais perseguido e humilhado pelas arbitragens brasileiras desde sempre. Um dia, quem sabe, isso mude.

Mas acho difícil.