Flamengo em 2022 cambaleia. Começa pela gestão do clube em si e acaba no Departamento de Futebol, sendo dilapidado desde 2020, apesar do sucesso incrível de 2019 que deveria servir de parâmetro. E serviu. Para nossos adversários. Pro Flamengo do Landim e seus iguais, onde os "sócios-proprietários são seus donos", não. Neste Flamengo elitizado, banalizado e politizado, o que vale é o voto que o político da vez na presidência consegue. Então dá-lhe um representante de algum grupo político sendo empregado no clube social, outro representante de outro grupo político chefiando outro departamento, junte outros representantes até no futebol onde desfilam suas empáfias e ignorâncias. E tudo isto no ultraje de se declararem "rubro-negros" quando na hora do vamos ver o sucesso do Flamengo fica muito abaixo de seus próprios interesses pessoais.
E vem o cambaleante Paulo Sousa que saiu da Polônia para encarar o caos de um regime de administração ruim, arcaico e amador, comandado pela inacreditável figura de um Marcos Braz secundado por um tragicômico conselhinho de palpiteiros inúteis, em que membros de grupos políticos diferentes dizem amém a qualquer bizarrice enquanto viajam, ficam em hotéis caros, vão a festas, tudo com o Flamengo pagando, sendo o melhor plano de sócio torcedor existente.
Evidente que não tem como dar certo. E não dá. Renovações de jogadores em fins de carreira, contratações de técnicos aquém da qualidade ou cujo perfil nada tem a ver com o elenco montado. Analistas técnicos de qualidade saindo sendo substituídos por outros de clubes de quarta divisão carioca. Um show ininterrupto de erros em sequência. Esperável, diria, analisando o contexto geral. Junte a isto um presidente omisso, excessivamente politizado, que deixa seu lado executivo na lata de lixo a cada vez que toma o rumo em direção a qualquer instalação do clube.
Não posso dizer que ele está errado dentro de suas premissas. Pois seu lado politizado lhe garantiu uma reeleição fácil, sem precisar sequer mostrar um "plano de voo" (vulgo PdG) sobre o que esperaria alcançar para este triênio. Os "donos do Flamengo" lhe deram um cheque em branco. E como não torcem pelo Flamengo e sim para o clube social, então que se dane. Quem sabe amanhã quem votou neste sujeito consegue ser gerente da piscina? Ou ir para um camarote se sentir importante? Dar palpites no futebol? Dá-lhe voto no político.
E ainda rola perturbação inclusive quando o Flamengo ganha. Com direito ao Diego Alves, goleiro em fim de carreira, cujo contrato foi bisonhamente renovado pelo Marcos Braz, criar confusão inclusive quando não é escalado por estar com "pubalgia". Envolvendo até o dito "diretor executivo de futebol" Bruno Spindel. Que, sinceramente parece mais um cargo honorífico pois o que ele realmente parece ser é um negociador do que Marcos Braz deseja. Paulo Sousa tem então que se explicar em coletiva, porque tudo no Flamengo é vazável por pessoas que tem interesses escusos. Assessorias de imprensa, agentes de jogadores, gente que quer derrubar os outros. No caos geral implementado por Landim tudo é possível.
Jorge Jesus hoje ainda disponível sendo descartado por esta diretoria. Que não torce pelo Flamengo. Torce pela manutenção de sua politicagem ostensiva. E na manutenção de sua politicagem ostensiva não pode ter em seu recinto um técnico que irá colocar um holofote em todas suas fraquezas atuais, pois irá se deparar com um clube muito pior do que encontrou em 2019. Pois Landim no Flamengo não é um construtor, e sim um destruidor.