Salve, Buteco! O jogo de ontem, em Teresina, marcou a metade da sequência de viagens, a qual teve acrescido o jogo contra o Botafogo, transferido do Maracanã para o Mané Garrincha, em Brasília, e ainda tem a sinalização de inclusão do jogo de volta contra o Altos, pela Copa do Brasil, no Rio de Janeiro (ainda falta a confirmação de data e horário).
Portanto, o Mais Querido, no estilo mochileiro, continuará a percorrer longas distâncias entre o sudoeste e o nordeste do continente e do país. Continuo achando que, na teoria, é uma sequência de jogos menos pesados do que a anterior, porém a quantidade de deslocamentos longos e desgastantes custa precioso tempo para recuperação e treinamento do elenco de quem ainda não convenceu como visitante.
Eis a tabela:
Data | Adversário | Competição | Estádio |
Sábado 23/4 | Atlético/PR (0x1) | Campeonato Brasileiro – 3ª Rodada | Arena da Baixada Curitiba/PR |
Quinta-Feira 28/4 | Universidad Católica (3x2) | Libertadores da América – Fase de Grupos, 3ª Rodada | San Carlos de Apoquindo Santiago, Chile |
Domingo, 1/5 | Altos (2x1) | Copa do Brasil – 3ª Fase, Jogo de Ida | Albertão Teresina/PI |
Quarta-Feira, 4/5 19:00h ESPN | Talleres | Libertadores da América – Fase de Grupos, 4ª Rodada | Mário Alberto Kempes Córdoba, Argentina |
Domingo, 8/5 11:00h Premiere Quarta-Feira 11/5 Indefinido* | Botafogo Altos | Campeonato Brasileiro – 5ª Rodada Copa do Brasil – 3ª Fase, Jogo de Volta | Mané Garrincha Brasília/DF Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
Sábado 14/5 16:30h | Ceará | Campeonato Brasileiro – 6ª Rodada | Castelão Fortaleza/CE |
A sequência seguinte terá, em princípio, 5 jogos no Rio de Janeiro. Observem que não há previsão de jogos pelo Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil ou Libertadores da América no primeiro meio de semana de junho. A mim faz bem mais sentido a transferência do segundo jogo contra o Altos para essa data, em que pese, na teoria, não ser um jogo que devesse desgastar o time titular e até mesmo reservas importantes.
Também na teoria, é uma tabela mais favorável, considerando a maioria dos adversários, bem como a disputa de todos os jogos no Maracanã, com o tal "gramado de inverno".
Data | Adversário | Competição | Estádio |
Terça-Feira, 17/5, 21:30h SBT e Conmebol TV | Universidad Católica | Libertadores da América – Fase de Grupos, 5ª Rodada | Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
Sábado 21/5 16:30h | Goiás | Campeonato Brasileiro – 7ª Rodada | Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
Terça-Feira, 24/5, 21:30h SBT e ESPN | Sporting Cristal | Libertadores da América – Fase de Grupos, 6ª Rodada | Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
Domingo, 29/5 18:00h | Fluminense | Campeonato Brasileiro – 8ª Rodada | Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
Domingo, 5/6 16:00h | Fortaleza | Campeonato Brasileiro – 9ª Rodada | Maracanã Rio de Janeiro/RJ |
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O primeiro tempo de ontem foi tenebroso. Muito abaixo da crítica. Destaco o Daniel Cabral, pelo voluntarismo e tentativa de criar algo no meio campo. Bruno Henrique também se esforçou, embora sem brilho. Ressalvado o gramado muito ruim e desnivelado, sem sombra de dúvida inadequado para a prática de futebol profissional em alto nível, o time não criou absolutamente nada e a causa passou muito pela opção de Mister Paulo por um volante mais recuado, que ficou sem função no time, diante dos dois ônibus estacionados à frente da grande área adversária. Para além disso, o time tampouco conseguiu concatenar uma jogada sequer pelas extremidades do campo.
Houve uma pequena melhora no segundo tempo, após a saída do primeiro volante e o recuo do até então inoperante Diego Ribas para a função. João Gomes, a meu ver, não fez mais do que Daniel Cabral na armação das jogadas, mas teve oportunismo para deixar o Mais Querido à frente do placar. Antes disso, Bruno Henrique - que, como disse, muito embora sem brilho, havia se esforçado desde o primeiro tempo - teve a oportunidade de construir a jogada do gol de empate, apagando a falha na defesa que propiciara ao Altos a abertura do placar e um desagradável susto na fogosa torcida rubro-negra de Teresina.
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Já existe um clima de polarização entre torcedores que acreditam no trabalho de Paulo Sousa e os que são descrentes e querem sua saída. Sem subir no muro, estou entre os apreensivos, com forte dose de ceticismo, porém não tenho convicção de que a substituição do treinador resolveria, a esta altura dos campeonatos (literalmente). Tenho sempre medo de mudanças de treinador, especialmente quando o principal critério da Diretoria parece ser o que se mostra mais barato.
É importante respeitarmos as opiniões de todos. Como torcedores, não temos conhecimento pleno da realidade interna corporis do Departamento de Futebol, muito menos do vestiário, mas tenho convicção de que todos queremos o bem do Flamengo. Minha preocupação vem da escassez de exibições realmente convincentes. Em um universo de 24 (vinte e quatro) jogos na temporada, tivemos apenas quatro até agora (Atlético/MG, Botafogo, São Paulo e Palmeiras), das quais, a rigor, o Flamengo só venceu uma. Convenhamos, é muito pouco, mesmo se considerarmos o primeiro tempo da partida contra a Universidad Católica no Chile.
Noto em alguns jornalistas e analistas táticos uma defesa incondicional do trabalho do nosso treinador, com ênfase na importância de um trabalho a longo prazo. Houve quem escrevesse até mesmo que a paciência traria frutos em temporadas seguintes, o que para mim é uma tremenda forçada de barra. O Flamengo é expoente e protagonista em um mercado secundário em relação ao europeu, e o mais comum é que treinadores de ponta da América do Sul almejem ir ou voltar para a Europa.
É patente a necessidade de reforços, especialmente no miolo da segunda linha do 3-4-3, desenho tático objeto de forte convicção por parte de Mister Paulo Sousa. Porém, mesmo partindo da premissa de que o (s) reforço (s) se encaixaria (m) no elenco e o rendimento do time melhorasse, será que podemos reduzir todas as causas da irregularidade exibida pelo time a esses dois meias?
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Mas não é só o treinador. Num dia, fala-se em rodagem e substituições por necessidade física e fisiológica, por conta do desgaste provocado pela maratona de jogos. No outro, tem samba na Sapucaí.
Assim não pode, assim não dá.
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O Talleres de Córdoba, nosso próximo adversário pela 4ª Rodada do Grupo H da Libertadores da América/2022, após o jogo contra o Flamengo, no Maracanã, disputou cinco jogos entre o Campeonato Argentino e a própria Liberta, com duas vitórias e três derrotas.
As vitórias chamam a atenção: 1x0 sobre o River Plate e 1x0 sobre o Sporting Cristal, ambos no Mário Alberto Kempes. Tudo indica que o adversário prioriza a competição sul-americana, mas jogou para ganhar contra os poderosos Millonarios.
E o Flamengo, na opinião de vocês? Será que está priorizando a Libertadores em detrimento do Campeonato Brasileiro?
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A partir dos anos 90, quando a Conmebol abandonou o sistema de semifinais por grupos e passou a adotar o de oitavas, quartas, semifinais e finais, o Flamengo alcançou mais do que três vitórias na fase de grupos da Libertadores da América em três ocasiões, todas com o mesmo desfecho, a eliminação nas oitavas de final - 2007 (Defensor), 2008 (América do México) e 2020 (Racing).
Tabu é para ser quebrado, mas para tanto o futebol terá que melhorar bastante, eis que, como podem perceber, boa campanha em fase de grupos é algo bem relativo.
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.