Salve, Buteco! Há cerca de dois anos, publiquei na segunda-feira, dia 18 de novembro, este post falando sobre a emoção, confiante, de iniciar a semana que antecedia a primeira final de Libertadores do Clube de Regatas do Flamengo desde 1981, prevenindo-os em relação aos "detratores, invejosos, os infelizes habitantes dos becos escuros do atraso", de modo a que não permitíssemos que estragassem aquele sublime momento. Esta foi a referência que, incialmente, tentei buscar para me inspirar a escrever o post de hoje. Contudo, logo vi que faltava algo e "não daria liga". É que não dá pra comparar. Desde o advento da pandemia, o torcedor rubro-negro que permite ao clube fazer parte do seu cotidiano lida com a saudade daqueles tempos e a vontade não de que se perpetuem, já que foram interrompidos, mas que possamos viver algo semelhante mais uma vez, quem sabe de maneira regular. É o dilema do que ouso chamar de "pós-Ano Mágico".
Buscando nos arquivos do Buteco no Blogger, encontrei este outro post, publicado no dia 27 de janeiro de 2020, que fala justamente de ciclos e refletia sobre o quanto aquele momento triunfal duraria. É este post que gostaria que vocês relessem, antes de prosseguir a leitura do post de hoje.
Na ocasião, eu perguntei: "quanto tempo durará esse ciclo, que parece um sonho?" A expectativa, naquele momento, era a disputa de uma Copa do Mundo de Clubes em novo formato, com 24 (vinte e quatro) participantes, no meio de 2021.
Mas veio a pandemia, a saída do Mister, tudo mudou e cá estamos, no ápice do ciclo "pós-Ano Mágico". Ápice? Sim, porque está viva em mim a esperança de que o Departamento de Futebol do Flamengo retome rumos melhores, inspirado no ciclo de 1º de junho de 2019 a 17 de julho de 2020.
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Hoje, e nessa semana, acho que não é oportuno falar de tática. Não porque o treinador adversário é claramente mais preocupado e preparado no assunto, mas porque os nossos dois anteriores, que igualmente o eram, em relação ao atual, neste quesito, mesmo assim não conseguiram produzir os mesmos placares e atuações.
Domènec Torrent e Abel Ferreira não se enfrentaram, mas Rogério Ceni e Abel Ferreira sim, sempre dirigindo Flamengo x Palmeiras, e o Nareba venceu duas e empatou uma, nesta conquistando o bicampeonato da Supercopa dos Campeões.
Não estranhem. É que presto sempre atenção nos confrontos diretos entre treinadores. Abel Ferreira e Renato Gaúcho haviam se enfrentado, dirigindo Palmeiras e Grêmio, por três vezes, com um empate por 1x1 em São Paulo (30ª Rodada do Brasileiro/2020) e duas vitórias do português nas finais da Copa do Brasil/2020. Então, eu tinha um receio desse confronto, o que terminou com a recente vitória por 3x1 na Allianz Arena, com justa celebração no post da segunda-feira seguinte.
Portanto, a final do dia 27 não será decidida na base da tática, como não havia sido anteriormente, nos confrontos com Ceni (posts da "Fórmula Ceni" e do "Cenil", sobre a "virada tática" de Ceni) ou na última, já com Renato no comando do Flamengo, ainda que devamos reconhecer a superioridade do treinador adversário no quesito (em relação a Renato, especialmente), bem como que o Palmeiras melhorou de lá para cá.
Aliás, é inegável que Abel Ferreira conseguiu fazer o Palmeiras jogar bem melhor, especialmente no período de 17/10 e 10/11, com avassaladores 14 (gols) marcados e apenas 3 (sofridos) - 1x0 Internacional (c), 2x1 Ceará (f), 2x1 Sport (c), 3x1 Grêmio (f), 2x0 Santos (f) e 4x0 Atlético/GO (c). Percebam, porém, que de uma semana para cá o ritmo do adversário diminuiu, com 3 (três) derrotas consecutivas - 1x2 Fluminense (f), 0x2 São Paulo (c) e 0x1 Fortaleza (f).
Também aqui, a tática não é a causa, como provavelmente não será o fator determinante no próximo sábado.
Com vocês, o xis da questão.
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O Flamengo disputou 81 (oitenta e uma) partidas em 2021 e, até o último confronto do ano, na quinta-feira, 9 de dezembro, pela 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro, terá alcançado a marca de 87 (oitenta e sete) partidas, superando o recorde de 84 jogos em 2017, temporada na qual, tendo disputado e sido eliminado na Fase de Grupos da Libertadores, o Mais Querido chegou à final da Copa Sul-Americana. Acredito que todo mundo se lembre do bagaço físico no qual o time se encontrava no segundo tempo da finalíssima contra o Independiente no Maracanã.
87 jogos representará, com folga, o recorde de jogos do Flamengo em um mesmo ano neste século. Para que se tenha uma ideia, até a temporada de 2005 era comum disputar-se mais de 70 (setenta) jogos por ano, o que mudou a partir de 2006, quando o clube disputou, no máximo, 69 (sessenta e nove), à exceção da anômala temporada de 2017. Aliás, pensem um pouquinho no que foi aumentar de 69 para 81 jogos de um ano para outro (2016 para 2017), como representa agora passar de 58 (2020, atípico) para 82, número de jogos até o dia 27.
Tudo isso com o já amplamente debatido tema do "desmonte" do Departamento Médico/Futebol na parte que interliga medicina, fisiologia e preparação física, inclusive a saída de profissionais.
Agora, uma rápida olhada na situação do adversário.
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