Salve, Buteco! Que o Ano Mágico já tinha acabado, todos sabíamos, mas acho que sábado foi o fim do encanto ou do que restava dele. Acabou, assim como acabaram os créditos dos seus protagonistas. É hora de olhar para frente e começar um difícil processo de renovação. Vida de torcedor é assim. O trajeto tem muitas frustrações e desilusões para cada grande alegria. Talvez a mágica esteja não nas conquistas, mas no trajeto. É como diz um velho ditado taoísta: “a jornada é a recompensa”.
Como a política do clube irá se (in) definir no próximo sábado, dia 4 de dezembro, vamos manter a tradição do Buteco do Flamengo e tratar de futebol, de quem deveria ficar e de quem deveria sair. Vou dar o pontapé inicial com a minha lista.
1) Goleiros
1.1) Diego Alves: fim de ciclo. Nenhum dos gols do Palmeiras foi frango, mas ambos eram defensáveis para um grande goleiro em forma, coisa que Diego Alves pode já ter sido, mas há tempos não é mais. Chato, cri-cri, chinelinho, caro e custo-benefício duvidoso. Obrigado pelos serviços prestados e até nunca mais.
1.2) Hugo Souza: fica, até porque alguém precisa ficar. Talento de sobra, assim como propensão para se distrair com os deslumbres da vida de rico. Precisa de referência e orientação pessoal, além de orientação técnica de qualidade. Mas tem salvação.
1.3) Gabriel Batista: uma piada. O certo seria investigar a fundo como se tornou profissional e quem ganha com isso. Uma vergonha! Rua!
1.4) César: símbolo máximo do jogador encostado e burocrata. Empurrar para frente, para onde for possível. Impensável que continue.
2) Laterais direitos
2.1) Isla: ainda tem 1 (um) ano de contrato. Acho impossível negociar, pela idade. Não é o fim do mundo sua permanência até o final de 2022, até porque é experiente e parece aceitar bem o rodízio com Matheuzinho. Pode continuar a ser uma boa referência na formação do garoto.
2.2) Matheuzinho: fica. Rende bem, tem talento e possibilidade de evoluir. Pode gerar bom lucro para o clube no futuro.
2.3) Rodinei: fim de ciclo. Chega. Negociar pra ontem, até porque tem mercado.
3) Laterais esquerdos
3.1) Filipe Luís: sua renovação de contrato já foi publicada no BID. Fato consumado. Tem que ter cobrança. Mais treino, inclusive em dois turnos, quando precisar, e menos fritura de treinador. TNC se reclamar.
3.2) Renê: fim de ciclo. Chega. Ninguém aguenta mais. Empurrar pra onde for possível, do jeito que for possível. Chega! E repito mais uma vez, para ficar claro: CHEGA!!!
3.3) Ramon. Fica. Pode evoluir e gerar uma boa negociação. Não me parece ser nenhum craque, mas já provou ter totais condições de ser um bom reserva.
4) Zagueiros
4.1) Rodrigo Caio: tem contrato a cumprir e, tamanha a quantidade de vezes que desfalcou o time, imagino ser impossível negociá-lo. Um Departamento de Futebol renovado, quem sabe, pode ajudar a repetir 2019 e diminuir a frequência de lesões e afastamentos. Mas é preciso começar a pensar na sucessão, até porque esse contrato um dia vai acabar.
4.2) David Luiz: contrato a ser cumprido até o final de 2022. Nada a ser feito. Aproveitar enquanto pudermos ter um zagueiro desse quilate.
4.3) Gustavo Henrique: razoável reserva, assim como pode vir a render uma boa negociação, se surgir a oportunidade. Está longe de ser o que me preocupa.
4.4) Léo Pereira: fim de ciclo. Tecnicamente razoável, mas, definitivamente, tem uns bons parafusos a menos. Negociar quando e para onde for possível.
4.5) Bruno Viana: piada de mau gosto do vereador. Devolver e cogitar pedir indenização ao Sporting Braga, que ainda nos devolveu o Vitor Gabriel. Fim de ciclo, pra ontem.
4.6) Gabriel Noga: fica. Esperança de renovação no setor. Que 2022 seja seu ano de afirmação ao lado de referências de qualidade, mais experientes.
5) Volantes
5.1) Willian Arão: tem qualidade, é dos mais sérios e ainda é experiente, a ponto de ser o mais antigo no clube de todo o elenco. Completará 30 (trinta) anos e já não tem a mobilidade e a agilidade de outrora. Precisa de esquema de jogo mais compactado, que valorize o posicionamento e não grandes perseguições. Nada contra continuar a cumprir o contrato, mas é preciso começar a pensar seriamente na sucessão.
5.2) Andreas Pereira: tem qualidade e vontade de vencer, e acho ainda que, nascido e criado no futebol europeu, deve ter sentido dificuldade em jogar em um time tão espaçado. Logo, provavelmente subiria de produção com um treinador de primeiro patamar. Contudo, é um custo x benefício proibitivo, pelos valores de Premier League. Além disso, querendo ou não, ficará marcado pela falha individual na final da Libertadores, quando foi tolo e displicente na jogada que gerou o gol do título do Palmeiras. Empréstimo até o meio de 2022. Provavelmente será alvo de pesadas críticas da torcida no Maracanã.
5.3) Diego Ribas: fim de ciclo total. Crime lesa-pátria se houver a renovação. Contribui muito pouco quando entra, atrapalha muito quando está no banco, pois parece ter dificuldades para aceitar que a carreira está no fim. Tornou-se um encosto, um verdadeiro “Walker Giratório” (referência aos zumbis da série The Walking Dead). CHEGA!!!
5.4) Thiago Maia: jogador corretíssimo, veste a camisa, mas a contusão atrapalhou. Uma pena, pois é nítido o quanto gosta de jogar pelo clube. Não compensa investir na aquisição dos direitos federativos em definitivo. Agradecer pelos serviços prestados e devolver ao Lille no meio de 2022.
5.5) João Gomes: jogador raçudo e correto, mas não será nenhum craque, é preciso ter frieza para enxergar. Bom para compor o elenco, é justo que tenha mais oportunidades, porém é para negociá-lo quando houver boa proposta.
5.6) Piris da Motta: fim de um ciclo que jamais existiu. Seu custo x benefício é de bizarrice singular, até porque parece acomodado com a situação. Entubar o prejuízo e empurrar pra frente, do jeito que for possível.
6) Meias/meias-atacantes
6.1) Éverton Ribeiro: A escolha de atacar no segundo tempo para o lado da torcida do Palmeiras, para mim, marca o fim de ciclo. Deu pra ti, Mago. Muito obrigado por tudo e seja feliz no Oriente Médio no último grande contrato da carreira. Sai pela porta da frente, com honras de Estado.
6.2) De Arrascaeta: renovaria pagando o que ele e o empresário pedem. Craque, identificado com a torcida e o clube, detentor de caráter firme e forte, que aparece nos momentos mais difíceis. Uma das referências para o processo de renovação e reconstrução do elenco. Jogador para ficar por muitos anos no clube.
6.3) Vitinho: situação perigosa, pois está ficando perto do final do contrato, o que pode dificultar uma negociação com valores aceitáveis para o clube. Bom para compor o elenco, mas existe o desgaste. Pensando no retorno do investimento, negociaria, pois tem mercado no segundo escalão europeu e no Oriente Médio. Fim de ciclo.
6.4) Lázaro: fica. Jogador de potencial, que pode evoluir e se firmar no profissional com orientação adequada. Pode gerar uma grande negociação no futuro.
7) Atacantes
7.1) Gabriel “Gabi” Barbosa: ídolo e referência. Mostra a cara nos momentos mais difíceis. Termômetro do time. Quando está bem, contagia. Verdadeiro captador de uma nova geração de torcedores. Mas há os senões: a) postura estática nos 0x5 para o Del Valle (Libertadores/2020), b) pedido de substituição contra o São Paulo (38ª Rodada do Brasileiro/2020) e c) não apresentação em Curitiba (Copa do Brasil/2021). Fica, mas é preciso uma conversa séria. Tem que entrar no esquema profissional. O Flamengo não comporta e nem pode aceitar uma “postura Neymar de vida” de jogador algum, principalmente de sua principal referência. Se não aceitar, é agradecer pelos serviços prestados e encerrar em bom nível a relação, encaminhando uma transferência. O Flamengo tem que estar acima de todos.
7.2) Bruno Henrique: lá se vão dois anos desde o Ano Mágico. Não é mais o mesmo. Atuação mais do que decepcionante na final da Libertadores. Jogador de dificílima reposição, mas precisa provar que quer ficar e ao menos se aproximar do patamar de 2019. Não basta fazer juras de amor. Flamengo não é lugar para jogador desmotivado. Se ficar, tem que ser com outra postura.
7.3) Pedro: fica. Jogador de grupo, positivo, que ama o clube. Artilheiro nato, comprometido com a evolução profissional. O Queixada tem muito a dar ao Flamengo e sua torcida.
7.4) Michael: deu a volta por cima no Flamengo. A história de vida, marcada pela superação, e a entrega dentro de campo fizeram com que caísse nas graças da torcida. Porém, o gol perdido nos últimos minutos do tempo regulamentar da final da Libertadores, que nos daria o título, foi uma falha próxima a do Andreas e evidencia de maneira precisa o seu limite técnico. Quando surgir a proposta, é para desapegar e negociar.
7.5) Kenedy: outra piada de mau gosto do vereador. Jogador caríssimo, com valores de Premier League, mas que vem de lesão séria e, por isso mesmo, está pesado, sendo duvidoso que conseguirá retomar a antiga forma e mesmo quanto tempo durará até que o faça, isso se conseguir. Fim de ciclo, o quanto antes.
7.6) Vitor Gabriel: descoberto em uma edição da Taça São Paulo de Juniores, prometia muito na base, quando apresentava um futebol de força e explosão. No profissional, porém, quando ganhou corpo tornou-se lento e pesado, o que evidenciou suas limitações técnicas. Infelizmente, não há a menor condição de aproveitá-lo no Flamengo. Empurrar para frente, do jeito que for possível.
O elenco precisa de uma boa renovada e, claro, nem tudo será feito já na próxima janela. Espero, contudo, que a Diretoria esteja consciente da necessidade e da importância dessas mudanças.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.