Salve, Buteco! Os números não mentem. O Cuiabá, como visitante, tem a sexta melhor campanha do Campeonato Brasileiro 2021, com 3 vitórias, 9 empates e apenas uma derrota. Dos nove empates, o 0x0 de ontem foi, simplesmente, o sexto da campanha do clube mato-grossense. Isso mesmo que você está lendo: foram bizarros 6 (seis - 1, 2, 3, 4, 5, 6) empates por 0x0 como visitante. Logo, o jogo truncado e catimbado de ontem à noite surpreendeu o número exato de zero pessoas. A intenção do Cuiabá de picotar o jogo ficou nítida quando, ainda no início da partida, o zagueiro Alan Empereur gastou uns bons segundos reclamando de uma reposição de bola rápida por um gandula.
O problema é que faltou repertório ao Flamengo, defeito comum do time comandado por Renato Gaúcho quando joga contra sistemas defensivos fechados. Pior ainda quando está desfalcado. Ontem, sentiu muito, principalmente, as ausências de Giorgian De Arrascaeta e Bruno Henrique. E sem as individualidades, está cada vez mais claro que o trabalho de Renato desaparece.
No primeiro tempo, fora o gol (mal) anulado, a grande chance de gol foi desperdiçada por Michael, que, após um primoroso passe de Everton Ribeiro, chutou de cabeça baixa e não enxergou tanto o gol e a posição do goleiro Walter, quanto a presença de Gabigol na mesma linha, livre de marcação no centro da área. No segundo tempo, nossas ações ofensivas se limitaram a lampejos de talento de Michael. A atuação do Mais Querido foi uma ode apaixonada ao estilo de jogo "arame-liso". A ideia de Gabigol recuando para armar as jogadas fora da área gera uma relação de custo e benefício que nem sempre se justifica, como foi o caso do jogo de ontem.
Renato também não ajudou na escalação e nas substituições. Thiago Maia se viu praticamente sem função e utilidade diante das linhas baixas e do ônibus estacionado à frente da área do Cuiabá. É incompreensível que ele e Willian Arão tenham jogado juntos tanto tempo naquele contexto. Se foi o próprio treinador que frisou que Andreas Pereira é segundo homem do meio, por que uma formação mais ofensiva não foi a campo?
Todavia, o toque bizarro ficou para a saída de Michael para a entrada, no final do jogo, de Gustavo Henrique na posição de... centroavante! Ora, se Renato tem confiança na bola aérea ofensiva do nosso "Golem", por que escalou Bruno Viana na zaga? Além de ser superior e mais confiável, com Gustavo Henrique no time, Michael, ontem nosso melhor jogador, não precisaria ter saído de campo...
Não é fácil derrotar como mandante o Cuiabá. Os números não mentem. Ainda assim, o Flamengo poderia ter vencido o jogo. A anulação do gol de Michael no primeiro tempo já é difícil de engolir, mas pior ainda foi a não marcação de pênalti em Vitinho, que tomou uma cotovelada em disputa aérea de passe de bola, em um dos lances finais da partida. É a CBF operando em mais um jogo do Mais Querido.
Enfim, desperdiçada a oportunidade de tirar três pontos do líder, é hora de voltar as atenções para a semifinal da Copa do Brasil. O jogo de ida acontecerá as 21:30h da próxima quarta-feira, na Arena da Baixada, contra o Athletico/PR. Espero, sinceramente, que o Flamengo exiba melhor futebol.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.