Olá Buteco, bom dia!
Decepção. Não há outra palavra para descrever melhor o meu sentimento, após o ridículo futebol apresentado contra o América MG, no último domingo. Contra o Grêmio, 7 dias antes, ainda havia alguns atenuantes ao qual poderíamos nos agarrar: time de camisa pesada, lutando contra o rebaixamento, terceiro jogo em sequência... São fatores que não podem ser desprezados no futebol. As más escolhas do treinador nessa partida - começar com Isla e Renê, deixar o Thiago Maia no banco o tempo todo - me sinalizaram que ele poderia utilizar Matheuzinho, Ramon e Maia como titulares contra o Barcelona. Que ingenuidade!
Esse 1x1 de domingo escancarou completamente o quão ruim foi o planejamento para essa semana. O time perdeu 5 pontos (!!!!) e, mais preocupante do que isso, não jogou nada. Passamos o primeiro tempo inteiro especulando com o América, que teve tantas chances de gol como nós. Isso não existe. E o que dizer da constrangedora cena na parada técnica? Patética.
No entanto, o campeonato ainda não terminou. Fizemos a nossa 19º partida e temos um turno inteiro para buscar o Tri. Naturalmente, o aproveitamento precisará ser extremamente alto, para nos levar ao topo da tabela. No entanto, esse grupo de jogadores já mostrou que tem de onde tirar.
Essa é a tabela do 2º turno de 2019, o Ano Mágico! Em 79 dias, o Flamengo jogou essas 19 partidas, além das semifinais e final da Libertadores, o que dá uma média de um jogo a cada 3 dias e meio, ou seja, "Descansa nos dias que a gente tem... Temos quinta, sexta e sábado para descansar... Domingo, é para jogar!". Foram 15 vitórias, 3 empates e uma única derrota. Se conseguirmos esse desempenho novamente este ano, chegaremos a 83 pontos, que seria suficiente para o título em quase todas as edições de pontos corridos com 20 clubes, exceção apenas ao próprio Ano Mágico de 2019. A grande diferença entre o Flamengo 2019 e o Flamengo 2021 vocês sabem qual é...
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O que me traz certo alento é perceber que o Flamengo ainda não concluiu seu projeto esportivo, iniciado lá no já longínquo 2013. O lema era e ainda é Flamengo Campeão do Mundo.
O que é um projeto de longo prazo? 5 anos, 10 anos? Imagino que tenha sido por aí o planejamento pensado por essa galera que tirou o Flamengo do abismo em que se encontrava. Mais ainda, quais eram os desafios que os motivavam? Nós falamos sempre do saneamento econômico do clube, mas este é a mola-mestra, o que permitiria (permitiu, permitirá) que o clube conseguisse atingir outros objetivos para que possa, finalmente, voltar ao topo do mundo:
1. Sanear Economicamente o Clube.
Conseguimos resolver isso em 5 anos. O cenário econômico mundial desde o ano passado não permitiu avançarmos tanto em outros tópicos (especialmente o 4), mas o fato de conseguirmos nos equilibrar nesse período mostra que estamos mesmo em outro patamar.
2. Elevar a estrutura física do Futebol, assim como os profissionais de apoio.
O CT é impecável e os profissionais de apoio parecem condizentes com as necessidades do clube. Sempre vai existir um ou outro ponto aqui ou ali (Gustavo lembrou ontem do corpo médico, há também aquela antiga lacuna do psicólogo) mas o Flamengo tem bons profissionais em seus quadros. O que falta? Resolver de vez o problema com o Maracanã. Um campo ruim prejudica diretamente os atletas, inclusive gerando lesões.
3. Formar um elenco capaz de ser Campeão do Mundo.
Estamos no caminho certo. Para ser campeão do mundo, é necessário vencer a Libertadores e elenco para vencer a Libertadores nós já temos desde 2019. Faltou banco naquela decisão contra o Liverpool. Incrivelmente, as opções de banco hoje estão melhores.
4. Investir em uma comissão técnica de primeira linha.
O Flamengo sabe que essa é uma condição indispensável para chegarmos ao topo do mundo novamente. Depois do que aprendemos com o Mister Jorge Jesus, é impossível assistir um Flamengo especulando em campo, sem ideias do que fazer, com e sem a bola (qual foi a última vez que vimos uma linha de impedimento sendo feita, por exemplo???). Eu não acredito que o Mister saiu por conta de dinheiro, é realmente difícil deixar a família por muitos anos do outro lado do mundo e, com a pandemia, era arriscado demais trazê-los ao Brasil naquele momento. Aliás, nós tentamos outros nomes similares e um grande empecilho era justamente uma mudança brusca, em um momento tão conturbado
O que conseguimos foi o Dome, que tinha a experiência de ser auxiliar do melhor treinador do mundo. Não é pouca coisa, mas não foi suficiente. Sem ter, ele próprio, uma bagagem para que continuássemos acreditando na sua proposta de jogo, mesmo com sucessivas derrotas, era questão de tempo até ser demitido. Depois, veio Ceni para tentar arrumar alguma coisa, no que foi até relativamente bem sucedido para o contexto e agora Renato. É o nome que o Flamengo quer? Duvido. Mas é o que temos para hoje.
Conforme o mundo vai se encaminhando para uma resolução da crise sanitária, o futebol também voltará ao seu caminho natural. Isso significa que, para o ano que vem, é provável que tenhamos um treinador de primeira linha no clube. Entretanto, enquanto o amanhã não chega, temos uma semifinal de Libertadores para jogar.
Vai pra cima deles, Mengo!!!
Saudações RubroNegras
