(AFP/Silvia Izquierdo) |
E o Flamengo foi ao Equador, na cidade de Guayaquil, a nível do mar enfrentar o bom time do técnico Fabián Bastos, excelente "chef", que consegue produzir uma refeição saborosa à partir de ingredientes não tão bons. Flamengo, com um chef que funciona mais na base do "vamos lá", conta com ingredientes de primeira linha e eles fizeram ganhar a disputa.
Flamengo começou o jogo pressionado. E assim foi durante quase todo o jogo. Com dificuldades de trocar passes pelo meio, esbarrava na marcação da linha intermediária do Barcelona. Que marcava muito bem os setores alto e médio. Se esmeravam muito. Na recuperação de bola que faziam, apareciam com chances boas de finalizar mas esbarravam no muro de contenção chamado Diego Alves, à partir desta semifinal, o "Pesadelo de Barcelona". No primeiro tempo com a substituição do excelente David Luiz pelo Gustavo Henrique, a defesa do Flamengo ficou meio atordoada, Isla em má atuação defensiva também, o gol do Barcelona parecia muito iminente. Mas quem tem uma flecha como Bruno Henrique, e um arco como Everton Ribeiro tem pouco a reclamar da vida. Bastou uma trama bem articulada finalmente conseguir romper a marcação do Barcelona, e Bruno Henrique apareceu livre diante do goleiro e fez seu primeiro gol festejando o filho que tem para chegar.
Barcelona sentiu. E o Flamengo teve chances de matar o jogo ali, Andreas chegou a meter a bola na trave. Aliás, Andreas mostrou-se melhor na função de volante, finalmente mais adaptado, abafando as críticas que "não é volante" ditas pelos diversos "especialistas autodidatas das redes sociais" (eu incluso).
Porém Barcelona recuperou o prumo e o Flamengo novamente ficou preso em seu campo. Mal conseguindo chegar no ataque. Gabigol errava tudo, Arrascaeta visivelmente sem ritmo, atrapalhavam. Mas o Flamengo tinha Arão e Filipe Luis fazendo uma partida de altíssimo nível.
Chegou o segundo tempo. Alguma coisa foi dita no vestiário que arrumou nossa marcação de última linha. Andreas ficou menos serelepe nas suas idas à frente e Rodrigo Caio acertou com Gustavo Henrique quem marca quem. O jogo ficou meio bate e volta, até que Flamengo consegue mais uma boa trama de contra-ataque (a "astúcia" do Renato Gaúcho), e Everton Ribeiro dá um presente de compadre para Bruno Henrique fazer mais um gol pro seu filho.
Flamengo 2 x 0. Controlando o jogo. A torcida do Barcelona até gritou olé para seu time, festejando a volta ao estádio e a boa atuação diante do Malvadão da América. Agora estamos em mais uma decisão da Libertadores, diante do Palmeiras do Abel Ferreira, atual campeão. Um técnico inteligente e malicioso. Que conta com ingredientes muito melhores que o Barcelona. Será muito difícil e não há favorito.