E o Flamengo foi jogar em Brasília, com público reduzido e tudo, e foi muito bem. Enfrentando um adversário com bastante rigor tático mas sem talentos diferenciados, o Flamengo mandou no jogo a maior parte do tempo e goleou merecidamente, sendo a segunda goleada seguida sob o comando tático de Renato Gaúcho.
O que diferencia até o momento o Renato Gaúcho do Ceni? É notório até o momento que a defesa está melhor postada. Há uma compactação maior entre a primeira e segunda linha defensiva que com Ceni era muito frouxa. E, pelas declarações dos jogadores, mais liberdade de movimentação no ataque. O mesmo ocorria com Jorge Jesus com a diferença do número de jogadas ensaiadas ser mais elevado. Mas analisando o jogo do Flamengo, este está mais espaçado. O que criou um duelo interessante contra o DyJ, que comprime seu jogo defensivo, na tentativa de fazer uma "bola coberta" bem pressionada. Mas o talento dos jogadores do Flamengo facilita a inversão da bola para outra ponta, o que faz com que os jogadores recebam a bola mais livres. Enfim, este espaçamento a la Renato Gaúcho um dia pode cobrar seu preço contra um time de melhor talento técnico.
E o jogo? Flamengo começou a mil. Fez seu gol e poderia ter feitos outros. Dominava a partida, até que o Beccacece, técnico do Defensa Y Justicia, fez sua primeira substituição lá pelos 22 minutos do primeiro tempo ainda (ué, pode?...). E resolveu o problema da liberdade excessiva ao Bruno Henrique que só era parado na porrada, que não era devidamente punida pelo benevolente juiz (em relação ao time argentino).
Com isto o jogo ficou mais equilibrado e o DyJ passou a ser all-in na pressão em cima da saída de bola do Flamengo, sempre um momento de stress. Em uma dela, Diego Giras fez seu toquinho de sempre a mais na bola, atrasou quase na fogueira para Diego Alves e este resolveu dar uma levantadinha idiota. Evidente que deu ruim, e o DyJ fez seu gol. Agora o DyJ jogaria por uma bola, pois o 2 a 1 o colocaria nas quartas-de-final. Flamengo atordoado tomou um calor no fim do primeiro tempo.
Libertadores é traiçoeira. Já dizia o narrador. E pune quem não a leva a sério. Flamengo ficou de palhaçadinha e tomou. Bem feito. Espero que tenha aprendido. Mas agora é hora de vestiário. Ficamos acostumados ao Flamengo voltar pior com aquele técnico ruim que passou aqui. Mas voltou bem. Refeito do momento de pane. Construindo jogadas, embora a atuação do ER7 estivesse em um todo muito fraca. Não funcionou. Então o Renato Gaúcho quis dar mais velocidade. E colocou o Pixote em campo. Michael deu outra cara ao Flamengo, entrando com muita raça e em pouco tempo deu um chute na trave e no rebote Arrascaeta marcou. A mesma água fria que o Flamengo tomou no fim do primeiro tempo, o DyJ tomou agora. E praticamente morreu até o fim do jogo. Renato tirou Bruno Henrique por Vitinho e isto deu mais qualidade ainda ao ataque. O vagalume entrou muito bem, e fez dois gols. Poderia ser 3 se Michael não fosse fominha em um lance que Vitinho avançava completamente livre ao seu lado. Mas está perdoado.
Flamengo 4 a 1 DyJ, classificou muito bem para as quartas de final e agora espera o vencedor entre Olimpia e os chorões do Sul.