segunda-feira, 28 de junho de 2021

Morte no Pântano


Salve, Buteco! É muito difícil analisar o jogo de ontem. Aparentemente, o tal bom gramado do Estádio Alfredo Jaconi não tem sistema de drenagem ou, como alguns disseram, o sistema foi desligado. Em um liga de futebol civilizada o jogo teria ocorrido naquelas condições? Acredito que não, assim como a hipótese de "desligamento" do sistema de drenagem sequer teria sido cogitada, mas como estamos no Brasil, a discussão é meramente teórica. Vale tudo. Na prática, Rogério Ceni tinha pouco tempo para tentar adaptar o time às hostis condições de jogo. Na minha opinião de torcedor, o jogo exigia um time "mais físico e menos leve", uma zaga rebatedora e bolas longas para serem disputadas pelos nossos atacantes mais fortes fisicamente. Ceni fez o contrário e escalou o mesmo time das partidas anteriores, sem Gérson, que se foi para o Olympique de Marselha.

Criticar do sofá é fácil. Há como o time mudar o estilo de jogo de uma hora para outra? Os microfones do Premiere captaram as orientações do Ceni para evitarem o (nosso) lado direito do campo, não tocar a bola na defesa e utilizar as bolas longas. A reportagem de campo confirmou. Até que ponto é responsabilidade do treinador, quando o time desobedece as suas orientações? Aliás, a entrevista do capitão Diego Ribas no intervalo, afirmando que o time precisaria das bolas longas, mas não poderia ser "de qualquer jeito"... No WhatsApp, o meu amigo Ricardiola, o "Mestre da Tática", achou que as declarações colidiram com as orientações do Ceni. No mínimo instigante, concordam?

A escalação do Michael foi apontada como um erro crasso, mas alguém se lembrou de que nosso primeiro lance de perigo surgiu justamente de um belo lançamento de trivela do "Chucky" pro Bruno Henrique? Reclamei horrores do Matheuzinho e também questionei as presenças do Diego e até do Filipe Luís, mas como insistir na crítica à escalação se, a cada substituição, no segundo tempo, o time foi perdendo rendimento?

Aliás, a atuação do Rodinei foi pavorosa, tal qual a figura que ilustra o post de hoje. Houve um lance em que ele errou o tempo de bola e gerou uma chance de gol para o Juventude (talvez a única do segundo tempo). Deu saudades do Matheuzinho, mesmo com o erro fatal. Por sua vez, Hugo Moura nada acrescentou, Renê foi combativo, mas errou praticamente todos os passes, e Thiago Maia, bem, foi muito legal vê-lo de volta, embora eu tenha ficado com medo de uma contusão, dadas as condições do gramado.

O árbitro paulista Thiago Luís Scarascati conseguiu tornar ainda mais difícil a prática do futebol naquelas condições. Não sei se vocês já repararam, mas em todos os fichas técnicas tomo o cuidado de apontar não apenas o nome e a federação a qual está vinculado o árbitro, mas também a sua categoria. Não vi má-fé alguma, mas tampouco me recordo de um árbitro categoria CD apitar um jogo do Flamengo. Preocupado com sua autoridade dentro de campo, Scarasctati gastou um precioso tempo com conversas com os atletas e integrantes da comissão técnica gaúcha, e acabou picotando ainda mais um jogo já comprometido na parte técnica.

No final das contas, o Flamengo morreu no pântano de Caxias do Sul, e qualquer análise mais fundamentada precisou ser adiada para a próxima partida. Uma conclusão, porém, é inevitável: com duas derrotas nos últimos dois finais de semana, é bom o Ceni reagir imediatamente. A muleta dos poucos pontos perdidos, muito utilizada durante a semana por alguns torcedores, está indo por água abaixo. Literalmente.

Bom dia e SRN a tod@s.