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De um lado um time com melhor elenco, ainda que desfalcado, mas com um técnico tão fraco que nem cobrança de escanteio sabe treinar, de outro um time com elenco pior, mas bem melhor treinado por um técnico de verdade. Mistura isto com a despedida de Gerson, um jogador importante do time de melhor elenco, figura-chave de um meio de campo em que ele figura soberano pois joga ao lado de um fantasma, que não marca, não passa, e fique obsidiando os adversários achando que seu pensamento irá tirar a bola. Mas domina o vestiário, o que o técnico fraco valoriza a ponto de mantê-lo e só substituí-lo em último caso e pedindo desculpas ao fim do jogo.
A força do elenco faz o Flamengo começar melhor os jogos contra estes adversários mais fracos. Pressiona, mas como é um time previsível em suas movimentações, fica bem marcado. Flamengo conta com Michael, o desafogo do adversário, que deixa a bola chegar até ele porque sabe que irá perder em seguida ou atrasar ao goleiro a título de "finalização". Vitinho também, nosso vagalume, em noite de "luz apagada", pouco acrescentava. É o bipolar do time. Nunca sabemos como estará em campo. Mas felizmente temos Bruno Henrique. Este jogando como segundo-atacante, vindo de frente, apresenta seu melhor. Pedro, voltando de uma parada longa, graças a maldita CBF, parecia sem ritmo de jogo. Mas o Bruno resolveu. Dois gols em sua conta, sendo que um deu assistência a si mesmo, roubando a bola do adversário. Flamengo 2 x 0 ao fim do primeiro tempo. Com direito ao time fazer um vapo coletivo em homenagem ao meia-volante-armador Gerson. De infinita qualidade. Pena que por causa da pandemia a torcida não pode homenageá-lo em corpo presente mas em espírito garanto que todos sentirão sua falta e torcerão pelo sucesso deste rubro-negro em campo.
Mas o Flamengo poderia ter feito mais, porém conhecemos o time. Perde tanto gol que já nos acostumamos e nem contamos quando um Michael aparece com a bola sozinho, só ele e goleiro. Sabemos que irá perder. Ou quando Vitinho com gol aberto e só finalizar. Sabemos que irá estourar a bola.
Volta o segundo tempo. Dr Jackill sai e entra Mr Hyde. Flamengo aparece abobado em campo. E toma logo um gol na cara para deixar de ser trouxa. Uma falha de marcação coletiva com o fantasma flanando em campo e ninguém atrás de ninguém. Técnico substituiu dois jogadores e isto mata nosso treineiro. Ele tem o pensamento meio demorado. Parece meu computador antigo quando processava páginas em Flash. Até racionalizar o que está havendo a memória dele enche a 99%. A conclusão sempre sai meio tardia quando o adversário já está em outra leva de substituições e ele está tratando de resolver a primeira. Fortaleza passa a dominar o jogo, pressionando o Flamengo e nada do treineiro substituir o girocoptero que nada fazia em campo, que é ironicamente chamado pela pela imprensa de "primeiro volante". Risos. Arão, coitado, submetido a ser zagueiro, errava quase tudo. Não é culpa dele. Não é zagueiro. E nosso zagueiro pela direita de seleção, forçado a jogar na esquerda para caber todo mundo na sopa do péssimo chef.
Felizmente, desta vez, o gol do Fortaleza não saiu. Ainda mais porque o treineiro tem(ou tinha) a peculiaridade de não derrotar seus ex-times. E o Flamengo venceu em justa homenagem ao Gerson. Só faço um apelo, volte ao Home-Office, Ceni. De lá vc é muito melhor. Até porque, cá para nós, lavar roupa-suja em público de um jogador importante, chegando a conjecturar o porque fez isto, porque seu ego do tamanho do nariz se incomodou com um jogador não gostar de ser substituído é coisa de estagiário. E pior, ter ficado pianinho quando outros "mais importantes" fizeram isto.