Salve, Buteco! O nosso próximo adversário pela Libertadores (terça-feira, 19:00h, SBT e Fox Sports) será o modesto Unión La Calera, da cidade de La Calera, situada na província de Valparaíso, no Chile. Fundado em 1954, é resultado de uma fusão de cinco clubes da própria cidade, cujo nome remete a jazidas de calcário e ao processo de extração de cal, principal atividade econômica da região. Até 2018, suas participações na elite do futebol chileno foram regulares entre os anos de 1962 e 1974, mas depois disso passou um longo tempo entre as Séries B e C (exceção para a temporada de 1985), tendo retornado apenas na última década, na qual só frequentou a B entre 2016 e 2017, dando a impressão de que "voltou para ficar" desde 2018. Os "Cementeros", como também são conhecidos, não possuem títulos de expressão na divisão principal chilena. Seu melhor resultado foi o vice-campeonato no campeonato nacional, justamente na temporada de 2020, na qual também surpreenderam chegando às quartas-de-final da Copa Sul-Americana, quando foram eliminados pelo Junior de Barranquilla, após passarem por Fluminense e Deportes Tolima, da Colômbia.
Depois da rápida passagem pela Série B entre 2016 e 2017, o La Calera desde 2018 vem emplacando uma sequência de treinadores argentinos, na seguinte ordem: Francisco Meneghini, Walter Coyette, Juan Pablo Vojvoda e o atual, Luca Marcogiuseppe. A Vojvoda é reconhecido o mérito do histórico vice-campeonato chileno e da primeira classificação do clube para a Libertadores, além da boa campanha na Sul-Americana/2020. Contudo, segundo o Rodrigo Coutinho (@RodrigoCout), do Uol, nesse ótimo texto analisando o perfil dos treinadores dos nossos adversários, o atual treinador, Luca Marcogiuseppe, auxiliar de Marcelo Bielsa durante sua passagem pelo Athletic Bilbao (2011/2013), vem montando um time "mais reativo e direto", ou seja, "os Cementeros não ficam tanto tempo com a bola".
O único jogador conhecido da torcida brasileira é o veteraníssimo Jorge Valdívia, vulgo "Mago", na flor de seus 38 anos de idade. A outra referência técnica do time seria Jeisson Vargas, segundo atacante.
Pelo perfil do adversário, a dinâmica tática dos dois confrontos está definida. Ceni precisa ajustar a compactação entrelinhas e a exposição da linha de zaga, devido inclusive à idade dos laterais e do primeiro volante.
***
Na temporada 2021, Ceni esteve à beira do campo somente a partir da vitória sobre o Bangu por 3x0, no último dia do mês de março. Analisando as escalações dessa partida e da subsequente (5x1 sobre o Madureira), que precederam a partida contra o Palmeiras pela Supercopa do Brasil, constata-se que nosso treinador as utilizou para trabalhar o time titular. Diferentemente, nas duas últimas partidas pelo Estadual a formação que esteve em campo foi a chamada "alternativa", com pouquíssimos titulares. Por coincidência, essas duas últimas partidas foram justamente contra os adversários mais fortes entre os de menor investimento no Estadual, ou seja, os que se classificaram em terceiro e quarto lugares, Portuguesa e Volta Redonda, os quais, além disso, disputavam, a primeira, uma vaga as semifinais da Taça Guanabara e, o segundo, o próprio título. De todas as anteriores, inclusive as dirigidas por Maurício Souza, a formação alternativa enfrentou equipes inferiores, talvez com a exceção do time B do Fluminense, e certamente em contextos menos decisivos.
Não sei se foi algum fator excepcional ou se pode-se atribuir ao nível dos últimos dois adversários pelo Estadual e também ao contexto decisivo, mas acho que o rendimento do time alternativo decaiu a olhos vistos, o que acendeu em mim um alerta. É que esse time alternativo ou formações a ele muito próximas ainda precisarão ser utilizados em várias ocasiões ao longo da temporada, situação que pode piorar a depender da quantidade de jogadores convocados para a Copa América e Eliminatórias. O nível dos adversários e a dificuldade dos confrontos tende a subir bastante. Senti a falta de um armador no meio de campo.
Ceni já pediu à Diretoria um meia para suprir o elenco nas ausências de De Arrascaeta e Everton Ribeiro, mas a situação financeira atual, de queda de arrecadação, dificulta o investimento. Sem opções viáveis no mercado brasileiro, segundo o site Torcedores.com, nesta matéria, a busca do CIM teria por alvo, na América do Sul, jogadores que ainda são promessas, e, na Europa, jogadores em final de contrato.
Trata-se de contratação imprescindível para suportar a maratona de jogos e as convocações.
***
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.