quinta-feira, 15 de abril de 2021

A luta continua


Flamengo ganhou o título da SuperCopa contra o Palmeiras de forma fortuita. Palmeiras teve 4 chances para fechar a disputa de penaltis e não conseguiu. Duas em cobranças do Flamengo, que entraram, e duas deles, que desperdiçaram. Isto não é comum. Porém, aconteceu. Se o Palmeiras tivesse ganho não seria nenhum absurdo e todos elogios ao Flamengo ao fim da disputa veríamos transformados em ofensas. Mas o futebol, assim como a vida, não é feita a base do "se", considerando a perspectiva passada. É o que acontece. E o Flamengo foi o campeão. Com um futebol bem jogado? Não. Com um futebol evoluído? Também não. É um futebol previsível, espaçado, que depende demasiadamente de talento individual porque a atuação coletiva é bisonha considerando o famoso patamar de 2019.

Ceni insiste em sua criação de colocar Arão na zaga, nosso melhor primeiro volante, para dar espaço ao medalhão Diego. Que é meia. E nem jogou mal, diga-se. Mas é aquele jogador adaptado sem a cancha da posição. Assim como o Arão de zagueiro. Logo, o Flamengo é muito frágil as movimentações do adversário na entrada de nossa área. Perde também em termos de combatividade e antecipação de jogadas em nosso campo. Isto contra times brasileiros com táticas frágeis e previsíveis até é sustentável, porém contra os nossos adversários hermanos na Libertadores não vejo como ter grande sucesso. 

Grêmio e Palmeiras, ditos times brasileiros  de primeira linha, foram derrotados ontem por times argentinos de segunda linha.  Mas Palmeiras tem técnico português, o Abel Ferreira. Sim, mas sinceramente conseguiu implementar um padrão europeu ao Palmeiras? Ou sucumbiu às dificuldades do jogador brasileiro de sair de fora da caixinha do padrão tático limitado conduzido pelos churrasqueiros locais?

Enfim, hoje temos jogo contra o Vasco, cujo presidente fica chorando pelos cantos pela supremacia do Flamengo no futebol carioca. Vasco, um clube que teria todas as condições de fazer uma revolução administrativa e alçar voos maiores, tal como fez o Flamengo à partir de 2013. Mas ninguém quer passar pelo momento pão com ovo. Quer continuar a ir em restaurantes caros comprando o que não pode pagar. 

Flamengo poderia fazer mais. Ter a total supremacia tática no futebol brasileiro, mas isto dá trabalho e custa caro, pois trazer técnico capacitado e corajoso é difícil e as ofertas são poucas. Continuaremos com o Ceni mesmo e suas pardalices grotescas que talvez visem agradar os medalhões, traumatizado ainda pela sua estada no Cruzeiro. E cá para nós, talvez ele de fato não consiga fazer melhor que isto e fará parte no futuro do rodízio de técnicos que é característica do futebol brasileiro.