terça-feira, 16 de março de 2021

Elenco

Salve, Buteco! Depois de muita filosofia (de buteco) e ideias sobre estruturação do Departamento de Futebol, segue uma análise, curta e grossa, a respeito do elenco.

Goleiros – Diego Alves, César, Hugo Souza e Gabriel Batista.

Obs.: O noticiário da semana anunciou que o Flamengo procura um goleiro, por considerar que Hugo ainda não está pronto e, arrisco afirmar, por conta da contusão de César, que, de resto, estava prestes a ser negociado com o Atlético/GO.

Opinião: As contusões de Diego Alves, infelizmente, vem sendo recorrentes. Rogério Ceni teve uma carreira de atleta de ponta jogando na posição, o que gera a expectativa de que possa ajudar Hugo a evoluir, considerando o inegável potencial do jovem goleiro. Contudo, expectativa não se confunde com realidade. Até aqui não podemos dizer que Hugo tenha evoluído, um mínimo que seja, sob a direção do atual treinador. Gabriel Batista, por sua vez, está longe de ser uma opção confiável. Preocupante cenário de instabilidade em uma posição que exige grande margem de segurança.

Laterais direitos – Isla, Matheuzinho e João Lucas.

Obs.: Possível volta de Rafinha.

Opinião: infelizmente, o jovem João Lucas parece não estar pronto ou mesmo à altura do Flamengo. Matheuzinho é promissor e merece maior minutagem, valendo lembrar que vem correspondendo regularmente sob a direção de dois treinadores – Domènec Torrent e Rogério Ceni. Além disso, precisa ser valorizado, inclusive como ativo do clube. Meu coração está dividindo bola com a razão nesse retorno do Rafinha. Seriam dois laterais caros e que aumentariam a média de idade do setor. A experiência e a qualidade dos dois veteranos, no insano calendário de 2021, podem justificar o investimento, mas é inevitável lembrar que a tendência mundial atual é de jogo físico (aliado à técnica) e valorização da base. Ceni usaria com equilíbrio os três? Só que Rafinha é sinônimo de qualidade, liderança e títulos. O coração está vencendo a razão nessa batalha.

Laterais esquerdos – Filipe Luís, Renê e Ramon.

Opinião: o veterano titular é candidato sério a ídolo histórico (se é que já não o é) e joga de terno, mas obviamente não aguentará sozinho o insano calendário. Renê tem a experiência que Ramon ainda não possui, mas estacionou no patamar de mero bom marcador, transparecendo estar acomodado. Apesar de claramente ser um jogador de personalidade forte e possuir enorme talento a ser lapidado, Ramon me preocupa pelo aparente temperamento explosivo. Acho que o mais correto é apostar no Ramon, porém os jogos nos quais Filipe Luís não puder atuar ainda preocupam.

Zaga – Rodrigo Caio, Willian Arão, Gustavo Henrique, Léo Pereira, Bruno Viana e Matheus Thuler.

Opinião: Rodrigo Caio é o único acima da média, porém ficou afastado por longos períodos na temporada de 2020. É hora de identificar as causas e avaliar a possibilidade de eliminá-las. Willian Arão foi a surpresa agradável da temporada, adaptando-se rapidamente ao setor. Contudo, além de preferir jogar no meio de campo, forma com Rodrigo Caio uma zaga bastante técnica, porém com baixa estatura para o jogo aéreo. Gustavo Henrique aparentemente superou o pior momento, mas volta e meia compromete com as velhas falhas. Léo Pereira, que jogou bem com Jorge Jesus, parece ter desistido de buscar a titularidade e Ceni tampouco mostra ânimo em recuperá-lo, o que torna duvidosa a relação de custo e benefício na sua manutenção no elenco. Com as partidas de Natan e Thuler (ainda não confirmada), surgirá oportunidade para Gabriel Noga, para mim um jogador bastante promissor, mas que precisa trabalhar o físico para suportar os choques do profissional. No geral, o setor poderia ter oferecido maior segurança, mas tem bom potencial para se estabilizar.

Meias “Volantes – Gérson, Willian Arão, Thiago Maia, Diego, João Gomes e Hugo Moura.

Opinião: Gérson continua sobrando e parece desenvolver o seu melhor quando joga à frente do “primeiro volante” ou meia mais recuado. Acho que o seu melhor reserva é o correto Pepê, o que, porém, expõe o desequilíbrio técnico existente no setor, até porque Pepê, além de ter suas limitações, é utilizado com maior frequência como meia mais adiantado. Para jogar na primeira posição, enquanto Thiago Maia não se recuperar e Diego estiver no elenco, evitaria negociar João Gomes ou Hugo Moura, e Willian Arão (288 jogos pelo clube) seria a minha opção para titular.

Meias Ofensivos – De Arrascaeta, Everton Ribeiro e Pepê.

Opinião: apesar da altíssima qualidade técnica e individual dos titulares, o elenco apresenta evidente carência na posição, valendo lembrar que Pepê (a meu ver corretamente) prefere jogar como volante. O reforço ideal para o setor precisa ter mais vigor físico do que os atuais titulares, sem prejuízo da qualidade técnica. Se esse reforço não vier, o caminho natural será utilizar Gérson mais adiantado, posição na qual não se extrai o seu melhor, apesar de, ainda assim, nela render bem acima da média sul-americana.

Atacantes – Gabigol, Bruno Henrique, Pedro, Vitinho, Michael e Rodrigo Muniz.

Opinião: nenhum clube, nas três Américas, possui um trio de atacantes do nível de Gabigol, Bruno Henrique e Pedro. Nosso jovem e iniciante treinador tem confessada dificuldade em escalar dois deles juntos (Pedro e Gabigol), e o melhor da América do Sul em 2019 (Bruno Henrique) não teve boa temporada em 2020 (está devendo). O que parece ser um sonho pode gerar frustração, inclusive pelas escolhas do clube em relação à comissão técnica e seu comando. O time, em 2020, sob a direção de Ceni, esteve longe de se movimentar no ataque como outrora. Rodrigo Muniz pode ser uma boa opção para a reserva de Pedro, mas Vitinho e principalmente Michael fazem hora extra no elenco, sendo ativos caros que poderiam ajudar o clube a atingir sua meta financeira estipulada para a negociação de jogadores. Mas Vitinho, na minha modesta opinião, ainda é útil. Pior do que ter um jogador no elenco que não rende o esperado é negociá-lo sem trazer alguém que execute as mesmas funções táticas. Sempre pode piorar.

No geral, cuida-se de um supersônico conduzido por piloto e mecânicos de monomotor (ou “teco-teco”, para os mais antigos) ou seria exagero para ambos os casos?

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.