Olá Buteco, bom dia!
Após a boa vitória contra o Palmeiras, na última quinta-feira, e os diversos tropeços de concorrentes diretos como São Paulo e Atlético Mineiro, voltamos à briga pelo octacampeonato. Particularmente, eu entendia que o treinador Rogério Ceni tinha achado o time e me preocupava apenas com a manutenção da intensidade do time, especialmente nos segundos tempos das partidas, devido ao alto número de veteranos na equipe (Isla, Filipe Luís, Diego e Everton Ribeiro). Assim, o grande desafio do treinador seria utilizar bem o banco de reservas, de forma a não desmontar a estrutura tática do time e aproveitar a vitalidade de jovens jogadores como Mateuzinho, Ramon, Gomes e Pepê e a alta qualidade técnica de um controavante como Pedro.
Pois bem, ao perdermos Bruno Henrique para o duelo contra o Athletico Paranaense, uma das primeiras perguntas feitas ao treinador foi se a vaga de BH seria ocupada por Pedro. Assim, ainda na quinta-feira já sabíamos que a resposta era negativa e (!!!!) que essa alternativa era sequer treinada no dia-a-dia da equipe. Entramos com Vitinho pela esquerda, ajudando na marcação do corredor.
O Flamengo começa bem e vai tentando impor seu ritmo de jogo com a posse de bola. O problema é o de sempre: não conseguimos finalizar. Posse estéril. Até que o Athetico começa a aproveitar os contrataques. Aos 20, jogada pelo lado direito do ataque deles, Vitinho está na marcação, mas é superado facilmente. Do outro lado, o lateral esquerdo Abner se projeta e Everton Ribeiro não consegue acompanhar.
Felizmente, na conclusão dessa jogada o goleiro Hugo faz duas defesas difíceis e consegue evitar o gol. Mas o mapa da mina estava desenhado, prenunciando o que acontecia 4 minutos mais tarde, quando o Athletico consegue o gol, numa repetição dessa jogada: bola no lado direito e projeção do lateral oposto, que recebe sozinho na pequena área. Notem que a estratégia defensiva é a mesma: Isla fecha para ajudar a marcação no meio da área e o lado esquerdo fica solto, solto. A imagem abaixo mostra um frame do replay do gol deles, quando o jogador na direita ainda está sendo acionado:
5 minutos depois, a mesma jogada é repetida e quase sai o segundo gol. Nova inversão da direita para esquerda, Abner recebe sem marcação, mas Hugo novamente consegue evitar o gol. O sistema defensivo está em colapso. Os contrataques do Athetico encaixam um atrás do outro.
Mas o Flamengo continua com certo volume de jogo e consegue o empate, em lance de bola parada. Boa cabeçada de Gustavo Henrique, jogada que já havia sido explorada contra o Palmeiras, quando ele quase marcou. E fomos para o intervalo com um empate e a sensação de que poderíamos virar e levar os 3 pontos no segundo tempo.
O segundo tempo começa como o primeiro: Flamengo tem a posse, mas não consegue finalizar. Há um único chute a gol (Diego), que passa muito longe da meta de Santos. O time não assusta. Gabriel está muito isolado na frente. Ao menos, o Athletico parece controlado. Parece. Até que começam as substituições...
Aos 26min, o Flamengo tira Everton Ribeiro e Gabriel, para entradas de Pepê e Pedro. A entrada de Pepê no lugar de ER é normal, vamos ter um pouco mais de vitalidade no meio campo e o garoto vinha com a moral alta, após o gol contra o Palmeiras. Mas a saída de Gabriel ilustra o medo de perder o jogo, algo que é diametralmente oposto à filosofia Flamengo de jogar futebol. O 1x1 seria um bom resultado para uma equipe lutando contra o rebaixamento, nunca para quem está postulando o título. A substituição desejada seria Pedro no lugar de um dos volantes (preferencialmente Diego, pelo desgaste, embora Gerson também estivesse num mau dia). O time iria se abrir, é verdade, mas aumentaríamos o poderio ofensivo.
Pior foi, aos 34, a substituição de Arrascaeta por Rodrigo Muniz. É simplesmente inexplicável. Óbvio que, se fosse para jogar com dois centroavantes, melhor seria Pedro com Gabigol do que Pedro com Muniz. Mas, ainda que o treinador tenha entendido que errou ao tirar o Gabi, nunca poderia ter reposto o ataque às custas de sacar Arrascaeta. Novamente, Diego ou Gerson seriam as melhores opções e depois deles, Vitinho.
Foi tão grande o medo de perder o jogo que, óbvio, perdemos. 3 minutos após a saída de Arrascaeta, gol dos caras e jogo amarrado até o fim. Não conseguimos nem aquelas típicas jogadas de abafa ao final.
Rogério não perdeu apenas o jogo. Perdeu o respeito do Torcedor e a confiança dos jogadores. Quem vai acreditar em um cara que fala que Pedro e Gabriel não podem jogar juntos, mas que Pedro e Muniz sim?
Saudações RubroNegras