quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

As regras de gestão


"Clubes associativos precisam de regras de gestão para serem eficientes". Li este comentário no twitter. E digo mais, qualquer instituição comercial, política, social, religiosa, etc precisa. Nós precisamos para nossas próprias vidas. Sem conseguirmos a gerir o que nos transformaremos? 

Mas o futebol do Flamengo não tem. Teve em algum momento em 2019. Excelentes contratações iniciais, chegada de um excelente técnico-manager, e o futebol profissional do Flamengo bombou. Todo o Departamento funcionava como um relógio de qualidade. Chegou 2020 e então o amadorismo, como uma bactéria, começou a tomar conta. Demissão do staff qualificado para inclusão de amigos dos amigos de dirigentes, profissionais e dos próprios jogadores culminando com a saída do tal técnico-manager e o setor como um todo desmoronou. Hoje a bactéria do amadorismo está em todos os poros  do futebol, a ponto de contratar técnicos  inexperientes em sequência para comandar e destruir um elenco outrora vencedor e sequer obter gramados decentes para jogar e treinar.

Como evitar isto? Como evitar que um clube social no qual seus associados disputam o poder apenas e somente para estar perto do futebol e inflarem seus egos comandando uma estrutura de 40 milhões de torcedores? Porque como clube social o Flamengo não é melhor que os clubes ao lado. Monte Líbano, Caiçaras e AABB.

No meu modo de ver colocando o futebol do Flamengo de forma diferente no estatuto. Obrigado a ter uma estrutura profissional livre de decisões táticas e operacionais de dirigentes amadores. Nos livrando para sempre de VP-de-futebol-candidato-a-vereador,  Bap´s, conselhinho de palpiteiros e outras aberrações decidindo questões esportivas e profissionais sobre futebol. Ter o futebol como uma empresa dentro do Flamengo. Com seu próprio CEO e staff qualificados, com finanças independentes, setor de marketing, etc, obrigados a cumprir metas e resultados em determinada periodicidade. Este aparato profissional deve ser aprovado junto aos Conselhos do Flamengo, acompanhado de seu plano de metas e resultados mensuráveis. Uma vez aprovado no Conselho, sua destituição não pode ser feita pela gestão amadora da vez do clube social, e sim pelo próprio Conselho uma vez não obtido os resultados desejáveis, caso o Conselho assim decida.

Com isto ficamos livre de VP amador de futebol dedicar seu tempo, em tese limitado pois a ideia é que tenha um outro trabalho, para tomar decisões que não tem a vaga ideia ou mesmo tempo e experiência. O VP de Futebol só existiria no caso da ausência deste CEO & Staff,  seja por análise das propostas, período de substituição, etc pois alguém tem que ter tomada de decisão. 

Enfim é uma ideia que penso que poderia dar início a um modelo efetivamente profissional, com o Futebol separado das decisões de grupos de piscina, tênis, remo, etc.