quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Sobre o Empate de Ontem

 


Salve, Buteco! Há tempos atrás, um jogo "pegado" ou de muitos choques físicos, disputado em um campo pesado pela chuva que caiu na noite de 24 de novembro, em Avellaneda, fatalmente teria resultado em uma derrota, talvez até por mais de um gol. Mesmo tendo o Mais Querido descido do "outro patamar" no qual se encontrava em 2019, ainda se encontra bem acima daquele de tempos os quais esperamos que jamais retornem. Tenho exercitado a paciência e contenção do ímpeto de comentar jogos como esse no calor das emoções. Se os analistas táticos demoram dias para destrinchar o que ocorreu dentro das quatro linhas, por que nós, meros torcedores, não podemos esperar o sangue "descer" para tirarmos nossas conclusões? Claro que isso não invalida qualquer opinião dada no calor dos debates. Torcer envolve paixão e emoção e não tenho dúvida que é isso que dá graça ao futebol.

Seguem algumas impressões sobre o empate com o Racing no Cilindro e o contexto atual:

1) Sobre o adversário: o jovem Sebastian Becaccece ganhou alguns pontos comigo ontem. Possivelmente pela extrema pressão que vem sofrendo por resultados e diferentemente de um certo catalão cujo nome evitarei mencionar, foi pragmático e conseguiu motivar o elenco e fazer o Racing disputar uma partida com muita intensidade. De certa maneira e ressalvadas as diferenças táticas, emulou a marcação forte do River Plate na final de Lima para não deixar o nosso meio campo à vontade para criar, ao mesmo tempo induzindo o Mais Querido a ficar com a bola. Racing no Cilindro nunca é fácil para o visitante. Mauro Cézar Pereira está certo quando afirma que há um contexto envolvendo a disputa, o Racing e a competição, o qual não pode ser simplesmente desconsiderado.

2) Sobre o Condicionamento Físico: não pode ser muleta, mas não tem como ser desconsiderado. Tenho pra mim que o time não atingirá a forma física de 2019 nessa temporada e esse fator, obviamente, tem um peso bastante relevante. Time entrou em campo ontem com pelo menos três jogadores importantes voltando de contusão e, entre eles, apenas De Arrascaeta havia jogado antes ao menos uma partida. Aliás, sobre Bruno Henrique e Gabigol, na opinião de vocês qual é o peso de um gol marcado contra o Racing, no Cilindro, dois minutos após os donos da casa abrirem o marcador?

3) Sobre Rogério Ceni: como costumo dizer nos debates diários neste espaço, não há "Jorges Jesus" disponíveis em cada esquina e, portanto, "jogar a la Jesus" tem um significado naturalmente reduzido em relação ao que foi produzido em 2019. Ceni disputou ontem seu primeiro jogo como treinador em uma Libertadores da América. Antes, como treinador, sua experiência se reduzia a dois jogos pela Sul-Americana/2020 contra o Independiente, nosso outro velho conhecido de Avellaneda. Seja pelo aspecto físico e o calendário, seja pelo início de carreira (em um clube gigante) do nosso treinador, os títulos que forem conquistados nessa temporada virão na base do suor e com muito sofrimento.

4) Renê na lateral direita: rolou um papo no Twitter, ontem no dia do jogo, que o Racing forçaria o jogo pela direita, em cima do Isla. Considero natural o receio de escalar Matheusinho. Acho que Renê, mesmo improvisado, foi bem no primeiro tempo e caiu de rendimento na segunda etapa, mas não foi o desastre que muitos apontaram.

5) Vitinho: entrou bem, mais uma vez. É preciso aceitar. Concordam?

6) Arbitragem: na minha opinião, picotou o jogo no estilo "caseiro", especialmente no primeiro tempo, e marcou tudo, incluindo as "faltinhas", em favor do Racing. Achei que, no lance do primeiro gol anulado do Racing, Everton Ribeiro foi tocado por baixo e por trás pelo adversário. Acho também que pode ter havido pênalti no Bruno Henrique, lance sequer analisado pelo VAR. Pra mim, não influenciou no resultado.

7) Diego Alves: falhou no gol do Racing, sem prejuízo do vacilo da marcação, desde Filipe Luís e Gérson, até Léo Pereira e Thuler. Foi "experiente" no segundo tempo.

8) Expulsões de Thuler e Natan: justa a de Thuler, que poderia ter evitado a "pregada" com a sola da chuteira, e inexplicavelmente bizarra a de Natan. Sou um dos que pede o aproveitamento da base, mas a verdade é que nos últimos jogos vários têm demonstrado imaturidade em momentos decisivos, desde Hugo e Lincoln até Thuler e Natan.

9) Transmissão da Fox Sports: excelente narração do João Guilherme e boas observações do Zinho. Simon com o indisfarçável ímpeto para atirar primeiro (no Flamengo) e perguntar depois. Faltou mais atenção ao possível pênalti no Bruno Henrique.

10) Jogo da Volta: 0x0 nos classificaria, mas é improvável que tenhamos um jogo sem gols. A obrigação de buscar o resultado é do Racing, o qual não sabemos se poderá contar com a volta de algum titular afastado por COVID-19 ou lesão. 100% de foco com gelo no sangue e zero afobação é o que peço. 

11) Semana de Preparação: Que o Ceni mostre seu trabalho e o Departamento Médico emule 2019, deixando Pedro e Rodrigo Caio em condições de jogo.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

In memorian - Adiós Dieguito!