Dome não cumpriu o combinado, ao menos o que foi dito em sua contratação. De manter o trabalho de Jorge Jesus. Pode ser que isto seja extremamente difícil de ser feito. Jorge Jesus e sua comissão técnica trabalham como música. Antecipavam movimentos do adversário e treinavam o Flamengo para atacar suas falhas, com aproximações e deslocamentos de meias,volantes, laterais e atacantes. Pode ser que a comissão técnica do Dome não tenha esta excelência técnica, ou mesmo os dados que dispõe sejam insuficientes, pois devido a pandemia, não há muitos jogos a se observar dos adversários. Mas o preocupante, ao meu ver, é a tentativa do Dome de impor sua visão tática de início.
Um Flamengo frágil e confuso foi o que vemos. Um arremedo ainda que insipiente do Flamengo de Jesus foi visto apenas no primeiro tempo contra o Atlético MG, depois foi só ladeira abaixo. Finalizações sofríveis, erros de passe primários. Os jogadores estão literalmente perdidos. A perda de Jesus certamente os abalou. Dada a aproximação pessoal que tinham. E esta parece ter afetado mais o Gabigol.
O jogo contra o Atlético GO foi difícil de se ver. Flamengo dominado, cercado, inseguro. Atlético GO, muito bem organizado, teve o jogo sempre em suas mãos. No segundo tempo com a entrada do Arrascaeta, que nunca deveria ficar fora do time, o Flamengo melhorou. Começou a dominar, até sofrer o terceiro gol em um golaço a meia distância do atacante do Atlético GO. Pouco depois Diego Alves perdeu a cabeça e agrediu o atacante adversário, sendo merecidamente expulso. Os nervos do time estão em frangalhos.
Mas agora é hora de se recuperar. O tempo é uma máquina de moer ossos. Temos um novo técnico contratado com concepção tática diferente, mas temos talentos suficientes para atender quaisquer que sejam. Mas precisamos de reforços. Zagueiros e lateral direito reserva. Para ontem.