Salve, Buteco! Com a vitória de ontem, com o mando do Fluminense, o Flamengo largou na frente na final do Campeonato Estadual de 2020 e joga com a vantagem do empate na próxima quarta-feira, as 21:00h, também no Maracanã, mas com mando rubro-negro e transmissão em rede aberta pelo Sistema Brasileiro de Televisão, enquanto pela Internet a transmissão será da FlaTV. Contudo, e já vou pedindo perdão pelo infame trocadilho, apesar da vitória, nem tudo são flores... Os primeiros quinze minutos de partida me preocuparam, pois o Fluminense parecia muito à vontade na partida. Porém, a partir dos 15 minutos, quando Gabigol bateu cruzado de fora da área no ângulo superior direito do gol tricolor, obrigando o goleiro Muriel a praticar uma ótima defesa, vi o Flamengo tomar conta da partida. O gol marcado por Pedro traduziu esse domínio, que, contudo, repetiu o padrão dos jogos que precederam a final da Taça Rio, contra Bangu e, especialmente, Cabofriense e Volta Redonda: muito volume de jogo e posse de bola, sem ser incomodado, mas com poucas finalizações contra adversários que, invariavelmente, postaram-se sempre com suas linhas recuadas, praticando a famosa "retranca".
Ninguém imaginava, porém, o sufoco que o time tomou no segundo tempo, quando Diego Alves salvou o time em pelo menos duas oportunidades, nas conclusões de Dodi (6 minutos) e Yago Felipe (23 minutos). Mais estranha ainda foi a queda de rendimento do time após as saídas de Diego e Vitinho para as entradas dos titulares Gérson e Everton Ribeiro, este último atuando de maneira espectral nos minutos que permaneceu fisicamente em campo. A superioridade técnica e tática do Flamengo é evidente, mas não se fez presente dentro das quatro linhas, tanto que foi usada de maneira econômica, seja no gol de Pedro, ainda no primeiro tempo, marcado após uma insinuante e plástica troca de passes de primeira, como, na etapa final, no de Michael, clímax um fulminante contra-ataque, jogadas que parecem ter sido exaustivamente treinadas por Jorge Jesus, cujo mérito técnico, porém, acabou sendo relegado a segundo plano, diante do desconforto da pressão exercida pelo Fluminense.
Havia escrito no post da semana passada que as vitórias contra Cabofriense e Volta Redonda haviam sido protocolares, e durante a semana, nos comentários, disse que não havia gostado do time, justamente porque o Flamengo de Jorge Jesus, até então, sempre havia sido muito intenso e objetivo, características que não foram apresentadas após a volta da suspensão do futebol por conta da pandemia de COVID-19. Mas qual seria o motivo? Há vários fatores possíveis especulados por nós, torcedores, mas confesso que ainda não consegui formar opinião sobre qual deles seria verdadeiro ou mesmo preponderante.
Na linha da "teoria da conspiração", não são poucos os que veem um abatimento do grupo pela possível (ou seria iminente?) saída de Jorge Jesus. Há também boatos dando conta que a pactuada redução em 25% dos salários dos jogadores por dois meses teria alcançado um trimestre, o que estaria provocando uma espécie de "operação-padrão" por parte dos jogadores, como uma espécie de semi-movimento paredista. Não é impossível que esteja ocorrendo, mas não há prova alguma de que esteja ocorrendo, se é que vocês me entendem.
Outros enxergam no trabalho de Odair Hellmann características que geram algumas dificuldades ao Flamengo de Jorge Jesus, não apenas no Fla-Flu de fevereiro (3x2), mas desde os tempos de Internacional, e de fato em cada um dos confrontos o Flamengo passou algum aperto: pela Libertadores, os gols de Bruno Henrique no Maracanã demoraram a sair e, no Beira-Rio, após um caminhão de chances de gol desperdiçadas na primeira etapa, o time tomou um enorme sufoco que só terminou com o contra-ataque nascido dos pés de Arrascaeta e puxado por Bruno Henrique e Gabigol, que de certa forma lembrou o gol da vitória de ontem.
Na linha da "teoria da conspiração", não são poucos os que veem um abatimento do grupo pela possível (ou seria iminente?) saída de Jorge Jesus. Há também boatos dando conta que a pactuada redução em 25% dos salários dos jogadores por dois meses teria alcançado um trimestre, o que estaria provocando uma espécie de "operação-padrão" por parte dos jogadores, como uma espécie de semi-movimento paredista. Não é impossível que esteja ocorrendo, mas não há prova alguma de que esteja ocorrendo, se é que vocês me entendem.
Outros enxergam no trabalho de Odair Hellmann características que geram algumas dificuldades ao Flamengo de Jorge Jesus, não apenas no Fla-Flu de fevereiro (3x2), mas desde os tempos de Internacional, e de fato em cada um dos confrontos o Flamengo passou algum aperto: pela Libertadores, os gols de Bruno Henrique no Maracanã demoraram a sair e, no Beira-Rio, após um caminhão de chances de gol desperdiçadas na primeira etapa, o time tomou um enorme sufoco que só terminou com o contra-ataque nascido dos pés de Arrascaeta e puxado por Bruno Henrique e Gabigol, que de certa forma lembrou o gol da vitória de ontem.
Todavia, também há quem ache que o time relaxou naturalmente após o longo período de inatividade durante a suspensão das competições, e estaria simplesmente sofrendo os efeitos dessa volta, como em qualquer pré-temporada. Essa tese, observem, merece atenção, uma vez que, entre a vitória por 2x1 sobre a Portuguesa/RJ, no dia 14 de março, e a vitória sobre o Bangu por 3x0, no dia 18 de junho de junho, o Flamengo ficou mais do que 90 (noventa) dias sem jogar. Pergunto aos amigos se alguém se recorda de ter presenciado o Flamengo ficar tanto tempo sem jogar uma partida de futebol profissional. Não? Pois é... Impossível os jogadores não terem sentido! E não é só! Ao contrário de fevereiro, quando Jorge Jesus e sua comissão técnica aceleraram o ritmo de olho nos títulos da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, competições imediatamente sucedidas pelo início da fase de grupos da Libertadores da América, a volta da pandemia englobou tão-somente os jogos da "instigante" Taça Rio do Campeonato Estadual.
Pode ser, então, que a preparação para a volta da pandemia não tenha obedecido o mesmo formato e nem tido a mesma intensidade da volta das férias, no início do ano. Ou então pode ser que o Flamengo tenha simplesmente descido de patamar em nível físico durante a quarentena, quando obviamente a carga de treinos (individuais) foi bem mais leve, e não seja tão simples retornar ao patamar de superioridade física no qual se encontrava antes da pandemia. E sem a vantagem física, o esquema tático fustigante teria perdido parte de sua essência.
Qualquer dessas especulações é tão digna e válida como a teoria do problema extracampo, hipótese igualmente especulativa.
Pode ser, então, que a preparação para a volta da pandemia não tenha obedecido o mesmo formato e nem tido a mesma intensidade da volta das férias, no início do ano. Ou então pode ser que o Flamengo tenha simplesmente descido de patamar em nível físico durante a quarentena, quando obviamente a carga de treinos (individuais) foi bem mais leve, e não seja tão simples retornar ao patamar de superioridade física no qual se encontrava antes da pandemia. E sem a vantagem física, o esquema tático fustigante teria perdido parte de sua essência.
Qualquer dessas especulações é tão digna e válida como a teoria do problema extracampo, hipótese igualmente especulativa.
O certo é que, existindo ou não algum problema extracampo e seja por qual motivo for, aquele time que sufocava os adversários com marcação alta e intensidade avassaladora, com uma chuva de gols e finalizações, ainda não voltou da pandemia. Ressabiada, a Nação Rubro-Negra espera, por ora, que o Mais Querido levante o caneco na próxima quarta-feira, de preferência com uma vitória incontestável. A partir de quinta-feira, caberá à Diretoria se sentar com Jorge Jesus e encerrar de vez as especulações ou partir para a contratação de seu sucessor, pois o Campeonato Brasileiro já bate à porta e a estreia promete ser uma verdadeira pedreira, no Maracanã, contra o Atlético/MG, "em tese" de Jorge Sampaoli, cuja diretoria, curiosamente, até já se pronunciou sobre o que, contraditoriamente, ela própria chamou de "especulação"...
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.