Charge: Mário Alberto |
Salve,
Buteco! Durante essa pandemia aproveitei para mergulhar no passado e
levantar alguns dados importantes a respeito das principais
competições que o Mais Querido disputo, ainda disputa e
certamente disputará, no futuro. Os
dois últimos posts foram dedicados às rivalidades contra os nossos
três mais tradicionais adversários do Rio de Janeiro, porém não
escondi minha impressão que os próximos anos se encarregarão de
moldar novas rivalidades, haja vista o processo de franca decadência
do trio arco-íris carioca. Mas para debater quais poderiam,
potencialmente, ser essas novas rivalidades, seria bom partirmos de
uma premissa
minimamente consensual, para não corrermos o risco de conversarmos
sobre coisas diferentes. Então, o
que é
rivalidade e o
que seria o maior rival: a torcida que mais nos irrita ou o
clube contra o qual foram disputados os jogos e decisões mais
importantes? É aquele clube do qual é
mais importante ganhar ou aquele de quem a gente prefere até a morte do
que perder? Será que tem um pouco de
tudo isso? E, nesse caso, qual o critério que deveria preponderar?
Bem,
como o tema é muito subjetivo e,
portanto, necessariamente polêmico,
acho que cada torcedor pode ter livremente as suas “preferências”,
certo? Porém, na minha cabeça, só faz sentido ser um pouco de cada
coisa. Vejam o caso das torcidas rivais: se nos irritar fosse o fator
exclusivo ou determinante
para medir um oponente,
o Sport Recife seria um rival maior do que o Grêmio, contra
quem o Flamengo disputa, na minha
opinião, o maior clássico interestadual do Brasil. Além disso,
bastaria o presidente de ocasião de um rival decadente, como, por
exemplo, o Botafogo, radicalizar o discurso para o
seu clube poder se proclamar “o maior rival” do Flamengo. Não
pode ser tão fácil para os minúsculos, concordam? Até porque
estamos falando de futebol, que, basicamente, é uma modalidade…
esportiva! Logo, o que acontece nas quatro linhas também há de ter
um peso muito importante, como também devem ter as rivalidades entre
torcidas.
Não farei um ranking neste post porque, como expliquei, considero o assunto muito subjetivo e, portanto, polêmico demais, e minha intenção passa longe de tentar impor o meu ponto de vista ou mesmo convencer alguém a adotá-lo. Vou deixar esse abacaxi para vocês descascarem. Quero apenas bater um papo com vocês a respeito do cenário que o Mais Querido enfrentará nos próximos anos e quem em tese ocupará o espaço do trio decadência carioca dentre as maiores rivalidades do clube. Para tanto, vou descrever um pouquinho as rivalidades contra os componentes e convidados do ex-Clube dos Treze, substituindo o Coritiba pelo Athletico/PR e o Santa Cruz pelo Sport Recife, pois os quase trinta e três anos que nos separam de 1987 mostram que dificilmente surgirá algum rival relevante de fora desse grupo de clubes. No final, vocês me dizem se eu consegui captar o "senso comum" da Nação Rubro-Negra.
Não farei um ranking neste post porque, como expliquei, considero o assunto muito subjetivo e, portanto, polêmico demais, e minha intenção passa longe de tentar impor o meu ponto de vista ou mesmo convencer alguém a adotá-lo. Vou deixar esse abacaxi para vocês descascarem. Quero apenas bater um papo com vocês a respeito do cenário que o Mais Querido enfrentará nos próximos anos e quem em tese ocupará o espaço do trio decadência carioca dentre as maiores rivalidades do clube. Para tanto, vou descrever um pouquinho as rivalidades contra os componentes e convidados do ex-Clube dos Treze, substituindo o Coritiba pelo Athletico/PR e o Santa Cruz pelo Sport Recife, pois os quase trinta e três anos que nos separam de 1987 mostram que dificilmente surgirá algum rival relevante de fora desse grupo de clubes. No final, vocês me dizem se eu consegui captar o "senso comum" da Nação Rubro-Negra.
***
Palmeiras:
nenhum
clube rivalizou tantos anos seguidos com
o Flamengo pelo
título do campeonato brasileiro, como
ocorreu em 2016, 2018 e 2019, repetindo 2009.
Histórico
de confrontos importantes em nível nacional, pela
Copa do Brasil,
e internacional, pela
Mercosul.
Semelhantes
na estrutura política interna e totalmente antagônicos na história
e nos
perfis
de
torcida, Flamengo
e Palmeiras ainda
disputam
espaço no campo das
contratações
e
gestão financeira. Animosidade mútua
recente e crescente
em
todos os níveis,
com episódios de violência da
torcida palmeirense em Brasília e São Paulo.
Será que se tornará a maior rivalidade do clube no
futuro?
Corinthians:
chamado
de “Encontro das Nações”, o
clássico jamais atingiu a expectativa geral, possivelmente
em razão do histórico
esportivo sem
grandes decisões
e do mútuo
respeito existente entre as torcidas,
oriundo
da grandiosidade de ambos os clubes. As
diretorias
negociam vários contratos conjuntamente. Contudo,
há
enorme
competitividade entre as torcidas por tamanho e contabilização de
títulos. A
rivalidade
é meramente
esportiva, sem visceralidade e
episódios relevantes de violência, embora
seja
apimentada
pela
tensão natural de sempre vigiar os movimentos do adversário.
O
tamanho gigantesco
dos clubes sempre colocará essa
rivalidade em
posição de destaque.
Ambas as torcidas dão grande peso esportivo a esse confronto direto. Aliás, o que é pior hoje em dia? Perder um clássico carioca ou um confronto contra Corinthians ou Palmeiras?
São Paulo:
rivalidade esportiva relevante,
com finais de torneios nacionais e internacionais intermediários,
porém
morna
entre as torcidas. Rola (ou já rolou) até "amizade" entre algumas organizadas, o que é absurdamente contraditório com o histórico de
sérias divergências entre as Diretorias por conta da Copa União e
da Taça das Bolinhas.
Aliás, a torcida do Flamengo se
ressente do Sport Recife, estranhamente “poupando” o São Paulo,
o grande traidor do episódio. Confesso que não consigo entender. Rival matreiro e traiçoeiro no tapetão, ainda possui histórico de usar o estádio para pressionar adversários fora de campo. Acaso
se recupere técnica e financeiramente, tem potencial para subir
vários patamares na escala de rivalidades.
É o rival contra o qual o
Flamengo tem o pior retrospecto esportivo entre os grandes clubes
brasileiros. Não seria hora de olhar com mais atenção para esse rival?
Santos:
os clubes já decidiram uma taça
dos campeões estaduais, um campeonato brasileiro e um Rio-São
Paulo, além de já haverem se enfrentado na Copa Libertadores da
América, porém o clássico jamais extrapolou os limites da
rivalidade puramente esportiva.
Grêmio:
é o maior
adversário esportivo
do Flamengo
fora do Rio de Janeiro. Aliás, é o maior clássico interestadual brasileiro. O
peso histórico do confronto é imenso e formado por grandiosos
confrontos em
finais de campeonato brasileiro e Copa do Brasil, duas semifinais de Libertadores, além de diversas disputas em fases
classificatórias e eliminatórias dessas
e outras competições
nacionais e internacionais,
em
número muito maior do que qualquer outro adversário, carioca ou dos
demais estados brasileiros.
Gestão
de primeiro patamar de ambos os clubes indica que o histórico de
grandes confrontos se repetirá no futuro próximo. Contudo,
entre as torcidas o clima é
absolutamente morno, provando que há rivalidades de várias espécies.
Internacional:
embora
com menos peso do que o clássico contra o Grêmio, os confrontos
entre Flamengo e Internacional já fazem parte da história do
futebol brasileiro e sul-americano, com uma final de campeonato
brasileiro (1987) e uma disputa de título direta na era dos pontos
corridos (2009), além de importantes confrontos pela Copa
do Brasil e pela Libertadores da América. Contudo, talvez a
rivalidade mútua com o Grêmio jamais tenha deixado que o clima entre Flamengo e Internacional se acirrasse para além do campo esportivo. Aliás, o rival honrosamente manteve-se ao lado do Flamengo no episódio da Copa União e da Taça das Bolinhas.
Atlético/MG: histórico
de grandiosos confrontos nos
cenários nacional e internacional, seja pelo Campeonato Brasileiro,
com uma final, uma semifinal e vários confrontos eliminatórios,
seja pela Copa do Brasil e pela Libertadores da América.
Grande rivalidade entre as torcidas, com histórico
de violência da torcida atleticana e de
ódio
visceral de
sucessivas diretorias e
gerações de torcedores atleticanos
pelo
Flamengo, que,
porém,
sempre
sentiu
a rivalidade, mas jamais
lhe
deu
o mesmo peso que
os mineiros.
Atualmente,
a rivalidade arrefeceu, e para
o torcedor rubro-negro vencer o Corinthians, o Palmeiras ou
mesmo o Cruzeiro é
muito mais importante do que bater no Galo.
Dívida do rival ameaça o equilíbrio esportivo no futuro do
confronto, porém
bastará uma boa campanha atleticana para o ódio despertar e a
rivalidade se reacender. Olhos abertos com o Sampaoli...
Cruzeiro:
os
confrontos decisivos ocorridos no Século XXI,
com duas finais de Copa do Brasil e duas
oitavas de final, uma pela Copa do Brasil e outra pela Libertadores,
além das
trocas de hegemonia
nos confrontos pelo Campeonato Brasileiro
de pontos
corridos,
elevaram o confronto a um patamar de destaque entre os clássicos
interestaduais brasileiros. Porém,
ganhar do Cruzeiro, para a torcida do Flamengo, não é a mesma coisa
que ganhar do Corinthians, por exemplo.
O
histórico
de união entre as torcidas pela mútua rivalidade contra o
Atlético/MG aos
poucos está cedendo para a tensão dos
três confrontos eliminatórios da última década
e da
contratação
de Arrascaeta, fazendo
subir
o tom entre os
torcedores.
Porém,
apesar disso, não há registro de
episódios de
violência ou
de visceralidade, talvez
porque todos os confrontos tenham se resolvido dentro das quatro
linhas, sem maiores polêmicas.
Rivalidade muito
menos intensa do que já
foi a rivalidade entre Flamengo
x Atlético/MG.
Será
testada nos próximos anos pelo rebaixamento cruzeirense.
Athletico/PR:
confronto
de jogos e decisões esportivamente importantes, com
uma
decisão de Copa do Brasil e outra de Supercopa do Brasil, além de
uma fase de grupos de Libertadores da América e um confronto direto
pela Copa do Brasil, e dois encontros marcados por ano pelo
campeonato brasileiro de pontos corridos. Recentemente, o presidente Metralha, digo, Pegraglia andou seguindo o roteiro Eurico Miranda, porém não conseguiu ficar nas manchetes nem por meia semana. E nada disso foi capaz de
criar uma rivalidade especial ou diferente entre os clubes.
Sport
Recife:
a
rivalidade não tem origem em grandes confrontos esportivos dentro
das quatro linhas, mas no Poder Judiciário, em razão do título do
Campeonato Brasileiro de 1987. Porém, apesar de não usual, a
rivalidade efetivamente existe e é incontestável e palpável.
Aliás,
o
simples fato de ter que admitir que se
trata de
um rival já é suficientemente irritante. Não
há um rubro-negro que se preze que não deteste o genérico de
Recife. Para
a torcida do Flamengo, ganhar do Sport tem relevância menor do que
vitórias sobre qualquer adversário entre os 13 maiores; porém,
perder do Sport revolta mais do que derrotas para boa parte deles...
Bahia:
rivalidade
puramente esportiva, com histórico antigo
de confrontos entre os dois clubes em amistosos, campeonatos brasileiros e copas do Brasil. As declarações hostis da Diretoria do
tricolor baiano no Brasileiro/2019 tiveram a força de uma brisa e
são completamente irrelevantes.
Goiás: vou contar pra vocês: eles até tentaram criar um "clima de Libertadores" na final da Copa do Brasil/1990 (fui presente) e meio que tentaram repetir a dose no jogo em Goiânia pelo Brasileiro/2019, mas fracassaram em ambas as ocasiões e o máximo que conseguiram foi estimular ações individuais de alguns marginais, as quais podem ser tudo, menos rivalidade minimamente relevante. Confronto puramente esportivo contra o rival minúsculo, que em 2019 foi um belo saco de pancadas.
***
Agora
chegou o momento de descascar o abacaxi: contando Botafogo, Fluminense e Vasco da
Gama, como vocês ranqueariam esses rivais do Mais Querido do Brasil?
A
palavra está com vocês.
Bom
dia e SRN a
tod@s.