quarta-feira, 24 de junho de 2020

Flamengo Sempre










Irmãos rubro-negros,





Após um período de recesso, a bola voltou a rolar e a camisa rubro-negra voltou a ser envergada dentro de campo.

A coluna, não por acaso, acompanha o movimento do Clube de Regatas do Flamengo.

Muitas notícias boas têm sido dadas pelo nosso amado Flamengo.

O clube está trabalhando duro para fazer as coisas certas.

Diversas ações sociais para os mais necessitados, novo patrocínio master, torcida batendo recordes nas redes sociais, diretoria na linha de frente defendendo os interesses do Mais Querido.

Apesar de tudo isso, o clube tem sido achincalhado e alvo de uma campanha muito dura por parte de parcela da imprensa esportiva brasileira.

Qual é, ou seria, a razão disso? Quais motivos justificam que parte da imprensa esportiva dê ênfase totalmente desproporcional às notícias negativas em desfavor de tantas e tantas coisas boas que o clube tem feito?

Eu vejo aí duas motivações básicas: uma clubística; a outra, político-ideológica.



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De antemão, já aviso que não vou entrar no mérito político, quem está certo ou errado, quem é bom ou ruim. O Buteco do Flamengo não é o local para se despejar frustrações sejam elas de que linha ideológica for. Aqui é para se falar do Flamengo, o mais amado clube do mundo.

Feito o esclarecimento, vou tentar desenvolver melhor o tema, procurando trazer certa objetividade para um debate que tem sido pautado pelo subjetivismo e, por que não, certo radicalismo.

É perfeitamente compreensível que as pessoas, em qualquer profissão, inclusive o jornalismo esportivo, tenham as suas preferências pessoais. É algo inerente à natureza humana.

Somos racionais e passionais. Emoção e razão.

Portanto, é natural que cada jornalista tenham seus desejos, anseios, seu clube predileto e sua orientação ideológica.

Natural, também, que isso, em certa medida, influencie a opinião do jornalista.

Tudo isso é normal e aceitável. Jornalista não é robô.

O problema começa, e se torna bastante grave, quando as preferências clubísticas ou ideológicas do jornalista passam a pautar toda e qualquer opinião ou notícia que seja publicada, fazendo com que os fatos, a razão e a realidade dêem lugar ao extremismo, à negação e à cegueira.

E é exatamente isso que tem ocorrido com alguns jornalistas.



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Primeiro ponto a questão clubística. Há jornalistas, e não são poucos, que mais parecem relações públicas de certos clubes do que alguém cuja profissão deveria ser lidar com os fatos de uma maneira racional e objetiva.

Esses jornalistas, arco-íris, têm atacado o Flamengo diariamente. Sempre o fizeram. Antes, através de chacota, piadas, humilhações.

Agora, mediante a manifestação de um ódio absolutamente irracional. Comentam tudo que se relaciona ao Flamengo não com a mente, mas com o fígado.

Vendo a concretização do excelente trabalho que tem sido feito no Flamengo desde dezembro de 2012, em vez de exigirem dos clubes uma postura similar, resolvem voltar suas baterias para aquele que, cortando a própria carne, trabalhando duro e tendo na sua imensa e apaixonada torcida, a maior e melhor torcida do mundo, a Nação Rubro-Negra, a sua maior aliada, tem feito trabalho de recuperação da credibilidade financeira, administrativa e esportiva sem paralelo na história do futebol brasileiro.

Daí as críticas as mais descabidas, como a exigência de que o Flamengo, agora, como mágica, passe a fazer tudo e por tudo pensando no "coletivo." Que coletivo, amigos? Quando o Flamengo estava no limbo, no fundo do poço, falido e desmoralizado, esses mesmos jornalistas exaltavam as ações individuais dos seus clubes e pisoteavam, sem a menor compaixão, o Flamengo.

Flamengo, sob a presidência do Márcio Braga, foi um dos idealizadores e fundadores do Clube dos Treze. O que isso trouxe de bom para o clube? Até hoje, apenas Internacional e Grêmio efetiva e publicamente se posicionam a favor da incontestável verdade que é o fato de que o Flamengo é o Campeão Brasileiro, Tetracampeão, de 1987.

O que os clubes paulistas, que dominaram o futebol brasileiro nas décadas de 1990 e 2000, fizeram pelo "coletivo" do futebol brasileiro durante mais de vinte anos?

Quantas vezes esses mesmos jornalistas que tanto cobram, dura, cruel e injustamente, do Flamengo uma postura a favor do "coletivo", exigiram sequer algo parecido quando a hegemonia estava situada em outras paragens? Nunca fizeram.

De modo que, toda essa sanha não passa de cortina de fumaça. De real ou sincera, não tem nada. É tudo espuma.

Basta notar o destaque que eles dão às inúmeras barbaridades financeiras e de gestão que têm sido cometidas por alguns clubes. Eles estão sempre passando pano, quando não elevando dirigentes desses mesmos clubes ao posto de baluartes da vanguarda no futebol brasileiro.

A diretoria do Flamengo, porém, essa aí "não presta." Um "atraso" para o futebol brasileiro.



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E aqui passo ao segundo ponto, que é a motivação ideológica de certos jornalistas em atacar o Flamengo, muitos deles se dizem rubro-negros. Devem ser, não sei. Nunca coloquei meu amor pelo Clube de Regatas do Flamengo abaixo de eventuais opiniões pessoais sobre política.

Esse pessoal, porém, enxerga tudo em branco e preto. "Se não concorda comigo, está contra mim." O nome disso, simples e direto, é extremismo, radicalismo.

Acho absolutamente razoável qualquer jornalista, ou rubro-negro, achar que é ruim para a imagem do clube a aproximação com determinados políticos que não são de sua preferência. Para muitos rubro-negros, ver a camisa do Flamengo ou o presidente do clube ao lado de certas figuras incomoda e chateia.

Tudo bem.

Mas vai uma diferença enorme, gigante, o profissional de imprensa fazer disso o único e absoluto critério de análise de tudo que envolve o clube.

E é isso, infelizmente, que parcela da imprensa tem feito.

Atacar o Flamengo por motivos ideológicos.

Querem que o Flamengo cuspa na face, vomite em cima, defenestre publicamente políticos que, queiramos ou não, estão exercendo cargos públicos.

Mas como dirigentes e representantes do clube, a função primordial da diretoria do Clube de Regatas do Flamengo não é manifestar-se publicamente, em atos e palavras, a favor de certa linha ideológica, senão se relacionar com os poderes constituídos.

Os ocupantes dos cargos foram eleitos democraticamente. Ponto final. Daí que o dirigente do Flamengo precisa se sentar com o presidente eleito, com o governador eleito, com o prefeito eleito.

Fizemos isso recentemente para fins de aprovação do Profut e esse pessoal se calou sobre a "nocividade" dessa aproximação.

Tivemos recentemente presidente do clube concorrendo a cargo público sem se desvincular do cargo. A reação da imprensa esportiva foi praticamente nenhuma. Tivesse ele seguido outra linha político-partidária, será que haveria grita? Será que se ele se lançasse candidato a deputado federal, agora a prefeito, como aliado do atual presidente do Brasil, haveria reação da imprensa esportiva?

Então, o fato é que para esse pessoal importam menos os atos em si do que o seu alinhamento político-ideológico.

E impressiona bastante a forma como essa abordagem se dá para esse pessoal.

Um processo de retroalimentação constante. Sempre se citando mutuamente, sempre se posicionando de modo idêntico, sempre fechados num círculo, num grupo privado de pensamento único.

Mas a ideia não deveria ser exatamente debater e discutir com seriedade? Tornar o debate mais rico, mais democrático e mais transparente? O lance, todavia, é bater no Flamengo, sempre em grupo, sempre com pensamento uniforme, simplesmente porque o clube resolve se sentar com um político de que eles não gostam.



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Já me alonguei demasiado e gostaria de realçar uma contribuição que acredito inestimável do Clube de Regatas do Flamengo ao futebol e à sociedade brasileira.

Flamengo inciou em dezembro de 2012 o processo de mudança. Muitos não entendem, mas foi uma mudança de fora para dentro.

O reerguimento do Flamengo começou na conscientização da torcida rubro-negra. Não foi um grupo de sócios, apenas. A formação do grupo de sócios já foi consequência da conscientização da necessidade de mudança por grande parte da torcida do Flamengo, ainda que o colégio eleitoral, infelizmente, ainda seja pequeno e não reflita, nem de longe, toda a grandeza do clube. Mas a mudança, é certo, começou na torcida rubro-negra.

E a torcida do Flamengo abraçou, de coração e alma, cada pequeno passo que o clube deu, e tem dado, nesta caminhada.

Flamengo tem pago todas suas dívidas com os governos federal, estadual e municipal. Milhões e milhões que podem ser destinados para a saúde, a educação, a moradia, o saneamento básico, a segurança do povo brasileiro. São vidas salvas enquanto outros clubes, órgãos de imprensa e grandes corporações continuam a ficar inadimplentes.

Para cumprir seus compromissos, o Flamengo precisou abdicar da formação de times caros. Fez isso por quatro anos. Precisou pedir empréstimos bancários para fechar as contas e se manter em dia com suas obrigações fiscais e trabalhistas. Está pagando juros até hoje.

Torcida do Flamengo comprou a briga. Se associou ao programa de sócio-torcedor do clube, o Nação Rubro-Negra. Compra produtos do clube. Se engaja de corpo e alma em tudo que se refere ao Flamengo. Todas as campanhas do clube, lá está o rubro-negro doando seu dinheiro, seu tempo, seu amor.

Durante esse período, continuamos a ser alvo de humilhações, chacota e deboche. Tudo bem. É parte do futebol e da rivalidade.

Daí entrou uma nova diretoria que resolveu mudar radicalmente o mindset do clube. Contando com o excelente trabalho financeiro e estrutural deixado pela gestão anterior, decidiram arriscar, ousar,  avançar. Acreditaram no Flamengo. Vencemos praticamente tudo naquele que pode ser considerado um dos maiores anos da história do Clube de Regatas do Flamengo, 2019.

E as bases para a continuidade do bom trabalho estão ainda sendo estabelecidas.

Flamengo entrando numa briga para enfrentar um dos maiores monopólios esportivos do mundo.

Não vou aqui me filiar à ala maniqueísta: "a Globo é ruim, nós somos bons." Tudo é negócio. E na política, o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. Cabe ao Flamengo fazer desse ovo um omelete. Essa diretoria tem tudo para conseguir isso. Se aliar aos clubes de visão mais avançada e arejada, formar um grupo e negociar.

É assim. Naturalmente, a Globo ainda tem um poderio econômico sem paralelo. Mas vai precisar rebolar para negociar esses contratos do Campeonato Brasileiro a partir de 2024. Isso se a a MP for confirmada. Parece que já tem deputado trabalhando não pelo povo, mas pelo seu clube.



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Diversas ações sociais visando a ajudar os que mais necessitam.

Investimento alto na criação de um protocolo de segurança para o Covid-19 que, de tão bom, tem se tornado modelo para a Cbf e a Conmebol.

Doações de equipamentos médicos, vacinas, medicamentos, roupas e comida para quem precisa.

Realização constante de testes para os funcionários do departamento de futebol do Flamengo e até do clube social, monitoramento da saúde de todos eles.

Flamengo hoje pode dizer tranquilamente que tem feito mais nessa crise que todos os clubes, federações, jornalistas e veículos de comunicação do Brasil somados.

Mas quem merece destaque como símbolos e exemplos a serem seguidos são dirigentes ou clubes que deixam seus funcionários à míngua num momento tão difícil, que não pagam seus impostos, que não têm feito nada por quem mais precisa.

Quem se sente o supra-sumo da benevolência são pessoas que usam do seu espaço para atacar uma instituição que tem feito um trabalho que para mim, como torcedor rubro-negro, apaixonado e fervoroso adepto, só me orgulha.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.



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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.